quarta-feira, 25 de maio de 2011

Hospital garante partos de gestantes de Suzano

Hospital garante partos de gestantes de Suzano

Renato de Almeida
Apesar da determinação de limitar a disponibilidade de leitos na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal da Santa Casa de Mogi das Cruzes, a diretoria da instituição garante estar conseguindo atender a todas as gestantes do Município, conforme informado por meio de sua Assessoria de Imprensa. As futuras mães vindas de outras cidades, no entanto, devem procurar outros serviços. A medida foi adotada pela equipe da maternidade do local, após terem sido registrados os óbitos de sete recém-nascidos dentro de um intervalo de apenas 20 dias, com suspeita de infecção hospitalar.
Segundo a Santa Casa, que mantém afastada a hipótese da causa das mortes ter realmente sido a infecção, está sendo garantida a lotação limitada aos oito leitos hoje disponíveis - cinco credenciados pelo Ministério da Saúde e mais três reservas.
O Ministério Público havia instaurado, anteontem, por meio da promotora de Justiça Celeste Leito dos Santos, um inquérito civil com objetivo de apurar a insuficiência de número de leitos na ala da UTI Neonatal, o que representaria risco à saúde dos bebês, e para verificação dos serviços prestados.
A promotora destacou que, mesmo com a investigação do MP focando na falta de vagas na unidade, o motivo dos óbitos, especificamente, também deverá ser apurado. "Já foi requisitada a instauração de inquérito policial para que seja exaustivamente investigada a real causa das mortes dos bebês", diz.
"A portaria é o ato inaugural do inquérito civil. Serão realizadas as diligências determinadas na instauração, sem prejuízo de adoção de providências posteriores", diz ela, referindo-se ao fato de que, além da Polícia, a portaria também oficia os conselhos regionais de Medicina e Enfermagem, para que realizem vistoria no local prazo de 15 dias, encaminhando relatório à Promotoria; a Vigilância Sanitária Municipal, para verificar a adequação da UTI Neonatal no prazo de 10 dias; o Procon para avaliar o atendimento às gestantes e recém-nascidos; e a Agência Nacional de Saúde Suplementar para vistoriar o local adotando as providências cabíveis no prazo de 15 dias.
A Câmara Municipal também deverá solicitar à Santa Casa a investigação dos 17 óbitos já registrados na maternidade do local neste ano, de um total de 320 partos. Segundo a Comissão Permanente de Saúde do Legislativo, mesmo após a hipótese de infecção hospitalar ter sido descartada pela diretoria da instituição como causa da morte dos sete bebês em maio, a Casa de Leis deverá cobrar explicações sobre os motivos das demais ocorrências contabilizadas durante estes primeiros meses de 2011.

Fonte:O Diário de Mogi