segunda-feira, 1 de agosto de 2016

A Mogi que produz aplicativos

QUADRO DESTAQUE
A Mogi que produz aplicativos

 30 de julho de 2016  Comentários (0)  QUADRO DESTAQUE  Like
Os irmãos Jonathas e Rafael Ribeiro têm planos de ampliar a base de consulta do aplicativo / Foto: Eisner Soares
Os irmãos Jonathas e Rafael Ribeiro têm planos de ampliar a base de consulta do aplicativo / Foto: Eisner Soares
Os irmãos Jonathas e Rafael Ribeiro têm planos de ampliar a base de consulta do aplicativo / Foto: Eisner Soares

DANILO SANS

O Brasil é o quinto maior consumidor de aplicativos móveis do mundo, posição que não é acompanhada pela produção tecnológica feita no próprio País. Mesmo assim, esse o mercado já é visto com um dos mais promissores da área de tecnologia da informação (TI) e Mogi das Cruzes tem se mostrado terreno fértil para empresas especializadas na elaboração de softwares para celulares.
E um desses aplicativos desenvolvidos na Cidade tenta despontar no cenário nacional como referência na prestação de serviços de saúde. O Hospital +, desenvolvido pela startup Starti One, instalada em um moderno prédio recém-construído às margens da Avenida Guilherme Giorgi, em Jundiapeba, tem investido pesado em desenvolvimento e marketing, com a ideia de atingir o mercado nacional.
A Starti One nasceu de investimentos de duas empresas de tecnologia de Suzano, a Starti, especializada em desenvolvimento de sistemas, e a Netwalk, fornecedora de internet via rádio. Ambas pertencem ao mesmo grupo e, agora, estão sediadas em Jundiapeba.
A aposta está no potencial de abrangência do Hospital + (www.hospital.plus), aplicativo para Android e iOS que cataloga informações sobre serviços de saúde espalhados por todo o País. O catálogo básico foi feito em cima de dados do Ministério da Saúde, com telefone e endereço de farmácias, clínicas, hospitais, consultórios, além de mais de 5 mil bulas de medicamentos.
Em Mogi das Cruzes – e nas cidades onde ele poderá atuar, no futuro -, além das informações básicas, o aplicativo disponibiliza serviços que podem facilitar o contato entre médico e paciente, como o agendamento de consultas pelo próprio celular.
A ideia surgiu de uma necessidade sentida pelo idealizar do projeto, Jonathas Ribeiro, de 27 anos. Ele estava viajando pela Bahia, em 2014, quando passou mal e se viu em um local desconhecido, sem saber onde buscar socorro. “Passei um dia inteiro de cama, sem saber onde ir. Na volta, tive essa ideia”, conta.
Para colocar a ideia em prática, Jonathas reuniu informações do Ministério da Saúde e as tabulou no banco de dados do aplicativo, que já conta com 350 mil estabelecimentos cadastrados em todo o País, sendo aproximadamente 2 mil no Alto Tietê e 500 somente em Mogi das Cruzes. “Encontrei todas as informações no site do Ministério da Saúde, mas a apresentação era muito ruim”, diz. Ele trabalhou durante quatro meses apenas para organizar os dados.
Os próximos passos foram apresentar a ideia e começar a programar. Primeiramente, era ele e um colega da faculdade. A primeira versão do aplicativo ficou pronta em abril do ano passado. Atualmente, a equipe cresceu e já conta com quatro profissionais de marketing, dois desenvolvedores, dois designers e dois vendedores. O irmão dele, Rafael Ribeiro, de 22 anos, trata de divulgar o aplicativo.
A equipe calcula que já investiu cerca de R$ 500 mil no projeto, sendo R$ 30 mil só em marketing. O resultado começa a aparecer: hoje, a plataforma já conta com 22 mil usuários, que não pagam nada para utilizar o software. Quem gera rendimentos são os profissionais de saúde que optam por um serviço diferenciado dentro do aplicativo, e esses já somam 50, de três estabelecimentos diferentes da Cidade
A assinatura custa de R$ 49,90 (clínicas estabelecimentos menores) a R$ 129 (hospitais), e com ela é possível, além de um destaque no aplicativo, implantar o agendamento de consultas e procedimentos pelo próprio celular e a ativação de um chat para o contato com o cliente. “Essa proximidade com o cliente é o diferencial que a gente oferece”, conta Jonathas.



Serviços atendem público local

O tempo que o brasileiro passa conectado à internet pelo smartphone por dia triplicou, de 1 hora e 18 minutos em 2012, para 3 horas e 40 minutos, em 2015, segundo aponta uma pesquisa da GlobalWebIndex. Além disso, o brasileiro usa mais o celular que o computador, atualmente. E é apostando nesses dados que o analista de sistemas Fábio de Almeida Varjão, de 51 anos, largou a carreira de desenvolvedor em São Paulo, há três anos, para montar o próprio negócio em Mogi das Cruzes.
Hoje, ele é diretor da TecSys, empresa mogiana de desenvolvimento de soluções móveis, responsável pela criação do aplicativo Compre em Mogi, da Associação Comercial de Mogi das Cruzes (ACMC).
O aplicativo traz um guia dos mais de 650 estabelecimentos comerciais associados, divididos por segmentos, e está habilitado para apresentar promoções, folhetos, cardápios e outras informações que possam facilitar o contato entre cliente e lojista.
Para ele, a melhoria na infraestrutura de sinal móvel em Mogi das Cruzes (vinda após aplicação da Lei das Antenas, que possibilitou a instalação de novos transmissores pela Cidade) já pode ser considerada um diferencial. “Para quem trabalha na área, isso faz muita diferença. Hoje, para qualquer lugar que você olhe, existe alguém usando um smartphone”, ressalta.
Hoje, a TecSys é uma empresa pequena, com dois funcionários – além disso, alguns serviços são terceirizados. Entretanto, a intenção é, com o crescimento do mercado, ampliar a estrutura e aproveitar os profissionais formados em Mogi das Cruzes. “A nossa ideia já está começando a gerar negócios”, conta. Além de Mogi, as associações comerciais de Ferraz de Vasconcelos, Guararema e Salepópolis também encomendaram aplicativos com ele.
O interesse das associações comerciais é importante para mostrar aos lojistas o potencial de um aplicativo. “Hoje, você precisa estar próximo do cliente. E nada melhor do que você estar nas mãos dele”, completa.



Os fantásticos números do mundo virtual

O Brasil já possui 168 milhões de aparelhos smartphones em uso, segundo dados da 27ª Pesquisa Anual de Administração e Uso de Tecnologia da Informação nas Empresas, realizada pela Fundação Getúlio Vargas. Em 2010, eram apenas 20 milhões; já em 2018, a projeção mostra que serão 236 milhões de dispositivos.
Ao longo do ano passado, usuários do sistema operacional Android baixaram cerca de 200 milhões de aplicativos; já os usuários do iOS, da Apple, fizeram 100 milhões de downlodas, conforme mostra levantamento da App Annie, empresa de métrica de aplicativos.
A loja de aplicativos da Apple (App Store) tem 1,5 milhão de programas disponíveis. Já a loja do Android (Google Play) dispõe de 1,8 milhão.
O aplicativo mogiano Hospital+ tem 1.864347 profissionais e 363.987 estabelecimentos de saúde cadastrados, divididos em 69 especialidades diferentes.
O aplicativo mogiano Guia Compre em Mogi tem cerca de 650 estabelecimentos comerciais cadastrados.

Fonte:O Diário de Mogi

CIDADES: Melo aposta na continuidade

30 de julho de 2016  Comentários (0)  Cidades  1
O empresário Marcus Melo chora diante de milhares de pessoas na convenção que oficializou a disputa a prefeito, no Clube Náutico
O empresário Marcus Melo chora diante de milhares de pessoas na convenção que oficializou a disputa a prefeito, no Clube Náutico
O empresário Marcus Melo chora diante de milhares de pessoas na convenção que oficializou a disputa a prefeito, no Clube Náutico

SILVIA CHIMELO

Aclamado pela coligação “Mogi de Todos Nós” com a promessa de dar continuidade aos projetos em andamento e preparar a Cidade para o futuro, o empresário Marcus Melo (PSD), bastante emocionado, confirmou a candidatura a prefeito na eleição municipal de outubro próximo. A chapa liderada pelo tucano e Juliano Abe, do PSD, como vice, foi homologada durante convenção, realizada ontem, nas dependências do Clube Náutico Mogiano, com a presença de cerca de quatro mil pessoas, segundo os organizadores.
O evento político, que durou mais de duas horas, foi concorrido, inclusive o palco, ocupado por vereadores e representantes das 17 legendas que integram o grupo de apoio da chapa, lançada com o apoio do prefeito Marco Aurélio Bertaiolli (PSD), chamada de “Maju” por causa das iniciais dos nomes de Marcus e Juliano. Todos os presidentes das legendas fizeram discursos.
A entrada da dupla foi embalada pelo jingle da campanha, cantado com entusiasmo pelo prefeito Bertaiolli. Os dois foram recebidos com aplausos, cumprimentos e abraços pelos centenas de candidatos a vereador das legendas, simpatizantes, apoiadores da campanha e familiares.
Muito emocionado, Melo demonstrou sua gratidão a Bertaiolli e reforçou, várias vezes, o apoio recebido do prefeito, que segundo ele, teria se empenhado em prepará-lo para o cargo, ensinando como é o funcionamento da máquina pública e permitindo que acompanhasse todos os projetos em andamento na Cidade. Ele se disse preparado para administrar Mogi.
“Todos querem uma vida melhor e esperam uma saúde e educação melhor. Suceder o Marco Bertaiolli não é uma tarefa fácil, porque ele é um excelente prefeito. Mas, Mogi vai continuar crescendo. Estamos aqui unidos com muita seriedade, preocupados com o futuro”, declarou. Destacou o apoio de muitos partidos. “Assim como prefeito, também represento o novo. Estamos mostrando ao Brasil inteiro que em Mogi a gente faz política séria, com transparência e responsabilidade. A saúde, educação e a Prefeitura funcionam e Mogi não pode parar nenhum minuto”, destacou.
Sobre o fato de ainda ser desconhecido na Cidade, falou: “Muitos não sabem quem é Marcus Melo, mas nasci em Mogi, no dia 1º de setembro, aniversário da Cidade, onde cresci e onde moram minha família, meus pais e meus filhos. Estudei e me formei e sei o que precisa ser feito, como deve ser feito e de que maneira deve ser feito. Todos aqui sabem que o melhor projeto para Mogi é o projeto do nosso grupo político”.
O candidato a vice, Juliano Abe, que cumpre o primeiro mandato na Câmara, garantiu que não deixará de trabalhar “um único dia” para zelar pelo nome da família e cuidar da Cidade. “Representamos a inovação e a renovação com experiência. Sabemos dos nossos desafios e unidos vamos conseguir fazer o melhor para Mogi”.
Bertaiolli fez um discurso acalorado, falou sobre os projetos realizados na Cidade,as obras nos bairros, crescimento e da Cidade e do empenho pessoal em preparar o candidato, mas pediu cautela. “Temos que vestir a sandália da humildade, andar pelos quatro cantos da cidade, bater de porta em porta para apresentar Marcus Melo a população da Cidade”. Disse que vai usar todo o tempo livre que tiver para fazer esse trabalho.

Fonte:O Diário de Mogi

As raízes mogianas de Maju

As raízes mogianas de Maju

 31 de julho de 2016  Comentários (0)  QUADRO DESTAQUE  1
O marido de Maju, Agostinho Paulo Moura, Xavier, o filho dele, Andrew, e Maju, na espera pelo revezamento da tocha olímpica / Foto: Divulgação
O marido de Maju, Agostinho Paulo Moura, Xavier, o filho dele, Andrew, e Maju, na espera pelo revezamento da tocha olímpica / Foto: Divulgação
O marido de Maju, Agostinho Paulo Moura, Xavier, o filho dele, Andrew, e Maju, na espera pelo revezamento da tocha olímpica / Foto: Divulgação

ELIANE JOSÉ

Atrás da decisão da jornalista Maria Júlia Coutinho, a Maju, do Jornal Nacional, de participar do revezamento da tocha olímpica pelas ruas de Mogi das Cruzes, enreda-se uma história iniciada nos anos de ouro da siderurgia nacional e parecida com a de milhares de migrantes mineiros, com ascendentes paulistas, e passagem pela Cidade, antes de seguir para a Capital.
Com sentido, ela postou foto daquele dia, em sua página pessoal do facebook, com o dizer: “Parte da minha família é de Mogi das Cruzes. Parte da minha identidade foi construída em Mogi”.
Essa identidade começa quando o avô da Maju, Pedro dos Santos, deixou Varginha, em Minas Gerais, para trabalhar na Mineração Geral do Brasil (MGB) e veio morar na vila construída pela família Jafet para receber os cerca de 800 trabalhadores que tocariam a usina, grande parte deles, vindos daquele estado e do Rio de Janeiro para Mogi.
Pedro era casado com Zulma, e os dois tinham como referência na Mogi da década de 1940, um primo, Sebastião Xavier e a mulher dele, Maria de Lourdes, dona Nãna. As duas eram amigas de infância, os quatro da mesma cidade natal.
Da família Santos, também viveram na Vila, a irmã de Zulma, Iracema, conhecida por fundar o Centro Espírita Sementeira do Bem, e a bisavó de Maria Júlia, Sá Maria Inácia, como era conhecida por todos.
A Vila Jafet era formada por 500 casas, ocupadas por núcleos familiares com destinos semelhantes e, que ainda hoje ali permanecem, em suas terceiras e quartas gerações. Os mineiros chamavam irmãos, primos e conhecidos para a aventura na indústria de São Paulo. Todos fizeram parte do início do processo de industrialização e de expansão populacional de Mogi das Cruzes, a partir dos anos 1940. Muitos funcionários aposentaram na siderúrgica. Sebastião Xavier foi um deles – trabalhou ali durante 57 anos. Outros não. Caso do avô de Maju.
Pedro não voltou mais para o chão de fábrica aquecido pelas caldeiras de aço após um susto daqueles. Em um dos graves acidentes ocorridos no interior daquela empresa, comuns no passado sem regras trabalhistas e de segurança, ele escapou de ter o corpo queimado ou de um pior infortúnio porque escapuliu do lugar depois de um estouro da caldeira fervente, por um vão bem pequeno. Quem lembra é Marilu Xavier Vilaça, uma das filhas de Sebastião Xavier.
“Ele passou um grande susto, e conseguiu escapar por um buraco muito pequeno. Era magrinho. Não ficou ferido, mas não voltou a trabalhar lá. Foi tentar a vida em São Paulo, onde acabou criando a família”, conta ela.
A amizade entre as duas famílias se mantém ainda hoje, com a troca de visitas e encontros como a festa de casamento de Zilma, mãe da jornalista que iniciou carreira na TV Cultura e se tornou mais conhecida quando passou a fazer o noticiário do tempo, em tom informal e de fácil compreensão, ao lado ao apresentador e editor do Jornal Nacional, William Bonner.
Xavier Filho, cantor, compositor e carnavalesco durante muito tempo da escola de samba da Vila Industrial, põe fim às curiosidades lançadas na entrevista dada TV Diário, na semana passada, quando a repórter falou sobre as boas lembranças de Mogi, de tempos passados ao lado de familiares.
– Então, Xavier, você é primo da Maria Júlia?
“Não, ela quem é minha prima, eu nasci primeiro”, corrige ele, ao falar sobre o parentesco entre ambos. “Mesmo depois que o avô dela mudou-se para a Vila Matilde, em São Paulo, ele e o meu pai, continuaram amigos. Eu mesmo fui ao casamento da mãe da Maju, a Zilma”, contou.
Avisados há mais de um mês sobre a vinda da prima a Mogi, para a passagem da tocha olímpica, os familiares foram recepcioná-la no ponto onde ela recebeu o símbolo das mãos do apresentador Serginho Grosmain.
“Para nós, a Maria Júlia é a mesma pessoa que frequentava a casa das minhas irmãs, quando era mais nova. E nós torcemos por ela, após a troca da TV Cultura pela Globo. Quando a vi fazendo a previsão do tempo, não pensei que fosse fazer tanto sucesso. Ela inovou a cobertura com termos populares, como “friaca”, e as pessoas se identificaram com ela. Outro dia, ouvi o Silvio Santos, na concorrência, falando sobre ela”, diz.
A irmã dele, Marilu, pontua: “Para nós é um orgulho imenso ver uma mulher negra representando a nossa raça e classe numa TV Globo, e se mantendo como antes, gentil, tranquila, como quando vinha para a minha casa e saía com a minha filha para as baladas em Mogi ou para as festas da Vila”.
Na Vila Industrial, com o sucesso da profisisonal, muitos tinham curiosidade sobre o parentesco, reforçado após a entrevista.
“Quando ela foi vítima de racismo, muitas pessoas falavam, também somos Maju (foi criada uma hastag #somostodosmaju#, com milhares de likes). Mas, para ser sincero, aquilo não nos surpreende. Sou calejado pela vida, todos nós, negros, somos. Mas, foi um movimento interessante, que reforça a nossa negritude e a de outras pessoas que, quando se destacam em alguma área, enfrentam o racismo. Preto não pode subir na vida que é vítima desse tipo de preconceito”, encerra.



Usina inicia história da indústria mogiana

Com a produção do ferro gusa, em 1944, começa para valer a história da Mineração Geral do Brasil, construída na faixa de terreno do lado direito da linha ferroviária, na faixa de terreno que se transformaria na atual Vila Industrial. Dois anos antes, a usina começou a ser construída.
A trajetória de milhares de trabalhadores de Mogi das Cruzes e de algumas cidades da Região está ligada à da empresa, que sofreu uma intervenção, em 1967, após enfrentar sérias dificuldades financeiras.
A partir daí, pela passaria pelas mãos da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), com a fundação da Companhia Siderúrgica de Mogi das Cruzes (Cosim), que encerrou suas atividades na década de 1980. Depois, a Inal (Indústria Nacional de Aço Laminado) retomou as operações, do que estava fadada a ser ruir em definitivo, em 1998, com a demolição das antigas dependências.
O terreno foi desmembrado e abriga agora outras atividades industriais, no parque fabril mantido às margens da Avenida Tenente Onofre Rodrigues de Aguiar. (Eliane José)

Fonte:O Diário de Mogi