quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Greve de bancários causa transtornos aos clientes

Quem precisou de serviços bancários ontem encontrou portas fechadas na maioria das agências. Trabalhadores decidiram paralisar as atividades por tempo indeterminado


Daniel Carvalho
Fechado: Bancários suspenderam os trabalhos por
tempo indeterminado. Categoria pressiona por reajuste
 


A greve dos bancários, deflagrada ontem pelos trabalhadores do setor, atrapalhou a vida dos mogianos que precisaram realizar diversas operações nos bancos da cidade. Mais de 50% dos serviços foram paralisados por tempo indeterminado e todas as agências foram afetadas. Os bancários reivindicam reajuste de 11% no piso salarial. A categoria recusou a proposta de 4,29% proposta pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), em assembleia na terça-feira. Caso a paralisação persista, os clientes dos bancos podem contar apenas com os caixas eletrônicos, que funcionam normalmente. Algumas agências atendem parcialmente, pois nem todos os funcionários aderiram à greve.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Bancários de Mogi e Região, Francisco Cândido, além do reajuste salarial, a categoria quer maior Participação nos Lucros e Resultados (PLR), combate ao assédio moral e às metas abusivas, igualdade de oportunidades, mais contratações, segurança contra assaltos e sequestros e proteção ao emprego, entre outros. "A greve é uma mobilização para que os problemas sejam solucionados", diz Cândido. "Não queremos prejudicar a população, mas melhorar as condições dos bancários, para que possam atender melhor aos clientes".
Para a recepcionista Sara Estela de Brito, 20 anos, a greve é um transtorno, pois atrapalha a solução de problemas diários dos cidadãos. "Fui ao Bradesco resolver um erro com a minha conta e estava em greve", conta. "Não deram a informação antecipadamente. Não é todo dia que temos tempo de ir ao banco".
O mesmo problema foi encontrado pelo marceneiro industrial Manoel Dias da Silva Neto, 63, que foi à Caixa Econômica Federal para receber o fundo de garantia e encontrou as portas lacradas pelos adesivos da greve. "Todos nós precisamos do banco. Tomara que eles consigam resolver logo esta greve", disse Neto. A serígrafa Márcia Miranda, 37, enfrentou transtorno ainda maior. Moradora de Suzano, Márcia veio a Mogi para utilizar os bancos, pois as agências de sua cidade estavam todas fechadas. "Perdi a viagem. Não sabia que a greve era geral", disse.



Guilherme Peace
Da reportagem local Mogi News 30/09/2010