Daniel Carvalho
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Fechado: Bancários suspenderam os trabalhos por tempo indeterminado. Categoria pressiona por reajuste |
A greve dos bancários, deflagrada ontem pelos trabalhadores do setor, atrapalhou a vida dos mogianos que precisaram realizar diversas operações nos bancos da cidade. Mais de 50% dos serviços foram paralisados por tempo indeterminado e todas as agências foram afetadas. Os bancários reivindicam reajuste de 11% no piso salarial. A categoria recusou a proposta de 4,29% proposta pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), em assembleia na terça-feira. Caso a paralisação persista, os clientes dos bancos podem contar apenas com os caixas eletrônicos, que funcionam normalmente. Algumas agências atendem parcialmente, pois nem todos os funcionários aderiram à greve.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Bancários de Mogi e Região, Francisco Cândido, além do reajuste salarial, a categoria quer maior Participação nos Lucros e Resultados (PLR), combate ao assédio moral e às metas abusivas, igualdade de oportunidades, mais contratações, segurança contra assaltos e sequestros e proteção ao emprego, entre outros. "A greve é uma mobilização para que os problemas sejam solucionados", diz Cândido. "Não queremos prejudicar a população, mas melhorar as condições dos bancários, para que possam atender melhor aos clientes".
Para a recepcionista Sara Estela de Brito, 20 anos, a greve é um transtorno, pois atrapalha a solução de problemas diários dos cidadãos. "Fui ao Bradesco resolver um erro com a minha conta e estava em greve", conta. "Não deram a informação antecipadamente. Não é todo dia que temos tempo de ir ao banco".
O mesmo problema foi encontrado pelo marceneiro industrial Manoel Dias da Silva Neto, 63, que foi à Caixa Econômica Federal para receber o fundo de garantia e encontrou as portas lacradas pelos adesivos da greve. "Todos nós precisamos do banco. Tomara que eles consigam resolver logo esta greve", disse Neto. A serígrafa Márcia Miranda, 37, enfrentou transtorno ainda maior. Moradora de Suzano, Márcia veio a Mogi para utilizar os bancos, pois as agências de sua cidade estavam todas fechadas. "Perdi a viagem. Não sabia que a greve era geral", disse.
Guilherme Peace
Da reportagem local Mogi News 30/09/2010