domingo, 25 de dezembro de 2011

No sonho por uma montadora, Cidade agora ronda a BMW

Marco Aurélio Bertaiolli
Mogi das Cruzes ainda não desistiu do sonho de contar com uma montadora em seu vasto território que abriga, inclusive, a maior Zona de Uso Predominantemente Industrial (Zupi) da Região Metropolitana de São Paulo. Uma década depois do início das atividades da General Motors (GM) no Distrito do Taboão – a indústria é tida como uma das maiores conquistas da Cidade, mas tem a produção concentrada em peças distribuídas para a montagem de carros em outras cidades – a Prefeitura volta as suas ações para tentar atrair o interesse de uma das marcas mundiais mais desejadas do segmento automobilístico: a BMW. A notícia de que a montadora alemã escolheu o Brasil para instalar a sua primeira fábrica na América Latina alvoroçou os interesses municipais e o prefeito Marco Aurélio Bertaiolli (PSD) informou à coluna, na última semana, que já solicitou o agendamento de uma visita à representação da BMW em São Paulo. O objetivo é apresentar oficialmente Mogi das Cruzes como candidata a receber o investimento previsto para o País. De antemão, o chefe do Executivo diz que já escalou o secretário municipal de Desenvolvimento, Marcos Damásio, para entrar em contato com a direção da empresa de carros de luxo e oferecer o território mogiano, em especial, a parcela do Distrito Industrial do Taboão (apesar de não poder doar áreas, a Prefeitura oferece outros tipos de incentivos fiscais). Além da boa vizinhança, encabeçada pela fábrica da GM, a possibilidade do local abrigar o terceiro aeroporto da Região Metropolitana amplia o potencial estratégico do Taboão para novos empreendimentos.


Trânsito

A Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran) de Mogi das Cruzes é a mais beneficiada pelo decreto assinado na última sexta-feira pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) e que nomeia 92 oficiais administrativos para o Departamento Estadual de Trânsito (Detran). Os nomeados foram habilitados em concurso público realizado em 2009. Além de Mogi, serão atendidas as Ciretrans de Ribeirão Preto, Guaratinguetá, Guarulhos, Sorocaba, Santo André, São Bernardo, Carapicuíba, Marília, Lins, Mogi-Guaçu, Presidente Prudente e Avaré.




 Radares


Mais uma polêmica sobre o funcionamento dos radares eletrônicos em estradas e ruas. Uma nova resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), oficializada na última semana, revoga a necessidade de placas de aviso sobre a existência dos equipamentos de fiscalização, como era exigido há cinco anos. O argumento é de que os motoristas têm de respeitar a legislação em qualquer lugar e não só onde são informados de que podem ser multados. Apesar das placas não serem obrigatórias, o Contran mantém a determinação de que os radares não podem ficar escondidos.


Radares 1


A resolução do Contran acontece no mesmo momento em que o Estado de São Paulo tenta emplacar uma lei que prevê a obrigatoriedade das placas indicativas de radares a partir de 200 metros dos equipamentos – hoje, a regra nacional estipula a presença da sinalização de 300 a 1000 metros. A proposta aprovada pela Assembleia Legislativa depende da sanção do governador Geraldo Alckmin, que pode ser inviabilizada pelo argumento de que o tema é de competência do Governo Federal.


Social


Mogi das Cruzes vai encerrar mais um ano sem conseguir resolver o grave problema dos moradores de rua. Apesar do empenho dos profissionais e dos anunciados investimentos da Administração na ampliação dos abrigos, a impressão que se tem é de que cada dia há mais mendigos na Cidade e as cenas protagonizadas por eles, em plena área central, são deprimentes. E pior. Agora não só mais à noite, mas em plena luz do dia e sob os olhares de crianças a idosos.




Fonte:O Diário de Mogi




Faltam leitos e médicos na Região

Júlia Guimarães

O Diário teve acesso com exclusividade aos resultados de um dossiê elaborado pela Frente Parlamentar do Alto Tietê sobre a precariedade do sistema de saúde regional. O documento confirma a gravidade da situação enfrentada por uma população estimada em mais de um milhão de pessoas no decorrer deste ano: os pacientes convivem com a falta de leitos hospitalares e de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), de médicos e de espaço físico nos três principais hospitais públicos sob a responsabilidade do Governo do Estado.


Durante todo este ano, uma série de reportagens publicadas por O Diário denunciou as carências da Saúde Pública. O quadro chamou a atenção dos parlamentares que, em vistorias consecutivas, encontraram um estado de extrema precariedade, com pacientes atendidos em corredores ou em macas improvisadas espalhadas pelo chão.


Ao final, o grupo composto por seis deputados estaduais, elaborou um relatório com as principais deficiências dos Hospitais Luzia de Pinho Melo, em Mogi das Cruzes; Regional Dr. Osíris Florindo Coelho, de Ferraz de Vasconcelos; e Geral Santa Marcelina, de Itaquaquecetuba.


Os resultados da investigação, que ainda não haviam sido divulgados, foram entregues em novembro passado ao secretário de Estado da Saúde, Giovanni Guido Cerri. "O que nós constatamos é que a demanda dos hospitais é muito alta e que a estrutura não é suficiente para atender adequadamente à população. Os problemas são muitos. Durante a reunião, o secretário Giovani Cerri anunciou uma série de medidas que podem minimizar esse quadro, como a criação de 110 leitos de retaguarda no Doutor Arnaldo Pezzutti Cavalcante e a construção de um novo hospital em Suzano. Agora, vamos trabalhar para que todos esses anúncios sejam efetivamente concretizados", afirmou o presidente da Frente Parlamentar, deputado André do Prado (PR).


De acordo com o dossiê, os três hospitais possuem juntos um orçamento de R$ 198 milhões e atenderam a 1,033 milhão de pessoas ao longo deste ano. Porém, eles concentram diferentes características no atendimento, com gritantes diferenças nos investimentos destinados a eles. O Regional de Ferraz acolhe o maior número de pessoas, com 477 mil atendimentos anuais, mas recebe o menor valor para custeio, apenas R$ 30 milhões por ano. A unidade mais rica é o Luzia de Pinho Melo, que contou com orçamento de R$ 96 milhões em 2011, e assistiu cerca de 300 mil pacientes. O Santa Marcelina atendeu a 256 mil pessoas e recebeu R$ 72 milhões (confira nesta página quadro completo sobre o atendimento das unidades).


Apesar de possuir o orçamento mais expressivo, foi justamente no Luzia de Pinho Melo onde os deputados da Região encontraram os maiores problemas. De acordo com o relatório, o serviço funciona acima do limite da capacidade e não tem profissionais em número suficiente para atender à demanda. Além disso, possui espaço físico inadequado e precisa de urgente ampliação.


O número de leitos da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) também é insuficiente. Mas, a pior situação é do Pronto-Socorro que tem pacientes atendidos de forma improvisada, nos corredores. Durante a vistoria, os deputados também flagraram pessoas internadas acomodadas de forma impensável, em macas colocadas no chão.


O dossiê aponta que o Hospital Geral Santa Marcelina, de Itaquaquecetuba, também funciona com atendimentos acima da capacidade e que o espaço físico precisa de ampliação.


Ainda de acordo com os deputados, a unidade precisa de mais leitos de UTI, pelo menos dez a curto prazo, e de investimentos nas áreas de psiquiatria e hemodiálise.


Já no Hospital Regional de Ferraz de Vasconcelos, a falta de médicos foi o principal problema diagnosticado pelos deputados. Por causa disso, o Pronto Socorro está superlotado e há uma grande demora para atendimento da população. O quadro aponta para a necessidade de realização de concurso público para contratação de novos profissionais.


Em entrevista a O Diário, o deputado Luiz Carlos Gondim Teixeira (PPS) destacou que as falhas nos hospitais públicos obriga a população a enfrentar longas filas, nas mais diversas áreas. "Não estamos atendendo a contento os pacientes cardiológicos e de câncer, que estão sendo encaminhados para São Paulo. Também faltam investimentos em psiquiatria. Para as cirurgias de média complexidade as esperas chegam a seis meses. As cirurgias ginecológicas só podem ser realizadas em Ferraz de Vasconcelos, onde não há médicos. Então, toda essa situação cria um problema muito grande. O secretário Giovani Cerri fala na regionalização. No discurso é uma coisa, porém, na prática é outra. Então, nós vamos continuar cobrando", destacou


Fonte:O Diário de Mogi

Mogi é a que mais produz lixo

Júlia Guimarães


Mogi das Cruzes produziu 78,256 mil toneladas de lixo no último ano, o que representa uma média de 214,4 mil toneladas ao dia. A produção aumentou 15,39% na Cidade, entre os anos de 2003 e 2007, em uma porcentagem bastante superior ao crescimento geral registrado na Região, que foi de 8,7% no mesmo período. Atualmente, o Município é responsável pela geração de 28% de todo os resíduos recolhidos nas 10 cidades da Região. O cenário, de elevações tão significativas em um período relativamente pequeno de tempo, indica para aquilo que os ambientalistas alertam já há várias décadas: a destinação final do lixo precisa ser tratada de forma séria, não apenas pelo Governo, em suas diversas esferas, mas por toda a sociedade.


Os números sobre a produção de lixo no Alto Tietê foram disponibilizados a O Diário pela agência regional da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cesteb) e referem-se ao compilado mais recente, de 2010, e às estatísticas mais antigas mantidas pelo órgão, que são de 2003. De acordo com o levantamento, a Região gerou 698,1 mil toneladas de resíduos por dia em 2003, enquanto no último ano foram 759,3 mil toneladas diárias. Isso indica que houve um crescimento de 8,7% no período. Transformando-se as toneladas em quilos, verifica-se que nas 10 cidades juntas a população jogou fora espantosos 277,144 milhões de kg de material inservível. E quase um terço desse total foi produzido por Mogi das Cruzes.


De acordo com os dados da Cetesb, a Cidade produziu 214,4 toneladas de lixo por dia em 2010. Os números mais antigos mantidos pelo órgão são de 2003, quando Mogi gerava 185,8 toneladas de resíduos diariamente. O crescimento de 15,39% pode ser considerado alto, especialmente porque o índice ficou acima do crescimento da população no mesmo período. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2003 o Município tinha 347.821 habitantes, enquanto em 2010 a população pulou para 387.779 mil pessoas, em um aumento de 11,48%. Os dados indicam que cada mogiano produz, em média, cerca de 200 quilos de lixo por ano.


Para o gerente regional da Cetesb, Edson Santos, os índices de crescimento da produção de lixo registrados em Mogi das Cruzes e no restante da Região, são considerados altos. Ele atribuiu as estatísticas ao crescimento econômico do País e aos novos hábitos da classe média. "Tudo isso se deve ao fato de a classe C ter aumentado sensivelmente nos últimos anos, o que indica que a população tem maior poder de consumo. Além disso, cada vez mais, as pessoas estão optando pela compra de produtos industrializados que geram um grande número lixo, como embalagens e plásticos em geral".


A bióloga Adriana Bravi, vice-presidente da Biobraz, explica que a Organização das Nações Unidas (ONU) estipula como meta a produção média de 1 quilo de resíduo por dia para cada habitante. "Este índice é considerado alto, mas foi fixado pela ONU porque nas regiões desenvolvidas do Globo esse número é bem maior, em razão do alto consumo de produtos industrializados. No caso de Mogi, o número está abaixo dessa média, mas ainda assim precisa ser diminuído, porque temos a agravante de não haver alternativas modernas e ambientalmente corretas para tratamento dos resíduos produzidos na Cidade, como é o caso dos Estados Unidos e da Europa, por exemplo".


Adriana Bravin explica que o caminho para redução das estatísticas está na conscientização da sociedade civil para que cada pessoa e indústria seja responsável pelo resíduo produzido. Ele destaca que o Brasil ainda possui muitos desafios pela frente como, por exemplo, a redução de perdas de alimentos e a orientação da população sobre o consumo consciente. "Cerca de 25% dos alimentos produzidos no Brasil viram lixo antes de chegar no prato. Além disso, as pessoas não podem se concentrar apenas nas ações de seleção e reciclagem do lixo. O mais importante é o consumo consciente, que evitar a produção do resíduo. Não há porque pegar uma sacola plástica na farmácia para colocar apenas um remédio, se a embalagem cabe perfeitamente na bolsa", orienta.


Alto Tietê


No restante do Alto Tietê apenas as cidades de Santa Isabel e Arujá registraram crescimentos mais altos do que o de Mogi das Cruzes, de 17,9% e 17,62%, respectivamente. Apesar da elevação, ambos os municípios possuem produção baixa de resíduos. No último ano, Santa Isabel gerou 15,8 toneladas diárias e Arujá produziu 28,7 toneladas por dia. O melhor desempenho foi conquistado por Suzano que em 2003 gerou 149,2 ton/dia e em 2010 passou para apenas 152 ton/dia, registrando um tímido crescimento, de apenas 1,87% (confira quadro completo nesta página).


Fonte:O Diário de Mogi

Atrasados movimentam as lojas

correria Muitos mogianos deixaram para fazer as compras na manhã da véspera do Natal no Centro
SABRINA PACCA
Mal as lojas do Centro da Cidade abriram, na manhã de ontem, e já estavam cheias. Os mogianos que deixaram para fazer as compras de Natal de última hora fizeram a alegria dos comerciantes e apesar da correria, muitos disseram que conseguiram encontrar os presentes que queriam.


O calçadão da Rua Doutor Deodato Wertheimer, que concentra boa parte dos estabelecimentos do Centro, era um dos mais lotados, bem como a Rua Doutor Paulo Frontin. Entre os produtos mais procurados pelos consumidores estavam os brinquedos. O aposentado Fernando Melo, 50 anos, veio de Biritiba Mirim para Mogi com o objetivo de comprar uma bicicleta para a sobrinha dele e conseguiu. "Aqui é muito maior e o comércio é bem forte. Durante a semana não consegui fazer as compras por causa do trabalho e tive de deixar para o sábado. Esperava encontrar dificuldades para conseguir a bicicleta que eu tinha pesquisado, já que deixei para a última hora, mas não tive problemas. O que mais incomoda em fazer as compras às vésperas de Natal é a quantidade de pessoas nas ruas e o sol forte na cabeça", afirmou Melo.


A secretária Daniela Xavier Lopes, 24 anos, também estava satisfeita com as compras que deixou para fazer, ontem. "Precisei comprar os brinquedos da criançada e até que achei tudo o que eu queria, mesmo sendo no último dia antes do Natal e com os preços não muito convidativos. Acabei levando lembrancinhas neste ano. Infelizmente a correria do dia a dia impede que a gente faça as coisas de forma antecipada. Então, nos resta enfrentar a multidão em busca do presente ideal", destacou.


Felizes mesmo estavam os vendedores das lojas que vêem no Natal a melhor oportunidade do ano para faturarem um dinheiro extra. O gerente de uma loja de brinquedos e utilidades domésticas do Centro, Fábio Soares, 36 anos, tinha um sorriso estampado no rosto e observava a grande movimentação de clientes, logo cedo. "Ainda são 10 horas e a loja já está lotada. Ontem foi a mesma coisa. Esse ano está sendo ótimo para nós e essas compras de última hora fazem toda a diferença no caixa", confessou Soares, salientando que entre os brinquedos mais procurados estavam as bonecas, de diversos modelos e preços e os carrinhos de controle remoto que, mesmo tradicionais, ainda são desejados por muitos meninos.


Já o vendedor de uma loja de calçados, Gustavo César, 20 anos, não se importou em atrasar suas compras em prol da comissão da véspera de Natal. "Até agora só consegui comprar um presentinho para minha mãe porque não estou com tempo. Todos esses dias, entramos as 8 e saímos às 23 horas, mas compensa demais. Acabei de chegar na loja e já vendi R$ 400,00. O Natal é uma das oportunidades que temos para ganhar mais", destacou o profissional.


Fonte:O Diário de Mogi

Novo fuzil é reforço na fronteira

XANDU ALVES


DA REDE APJ


ENVIADO ESPECIAL A MANAUS
Militares do Exército Brasileiro testam nos Pelotões Especiais de Fronteira da Amazônia o novo fuzil fabricado pela Imbel (Indústria de Material Bélico do Brasil), que tem unidade em Piquete. Batizado de IA2, o fuzil de calibre 5,56 mm irá equipar as Forças Armadas e as forças de segurança pública. A intenção é substituir os fuzis FAL (Fuzil Automático Leve) de 7,62 mm, também fabricados pela Imbel, usados pelos militares há 30 anos. O novo armamento está sendo utilizado pelo Pelotão Especial de Fronteira de Normandia, em Roraima.


Segundo o sargento Eriberto Teixeira da Silva, 38 anos, a arma pesa metade do FAL, tem maior capacidade de tiro e carrega mais munição, além de tornar mais difícil qualquer tipo de incidente. "A arma tem várias características que auxiliam o combatente. A utilização dela é melhor para o ambiente hostil da selva na comparação com o FAL", disse o militar.


Enquanto o FAL leva 20 munições no carregador, o IA2 é capaz de guardar 30 balas, menores que aquelas usadas no fuzil mais antigo. A nova munição tem sido utilizada pelas principais Forças Armadas.


Custos.


A fabricação do novo fuzil será feita na unidade da Imbel em Itajubá (MG), com capacidade para produzir 20 mil armas por ano. Os custos de fabricação, manutenção e treinamento são reduzidos em razão de a maioria das peças ser similar às do fuzil FAL. "A arma é bem adequada para operações de tropas especiais", afirmou o sargento Fagner Henrique de Morais, 22 anos, do PEF de Normandia.
Segundo Haroldo Leite Ribeiro, diretor de Mercado da Imbel, e Paulo Roberto Costa, chefe da Fábrica de Itajubá, o IA2 é um aprimoramento do fuzil MD97 por causa das novas necessidades operacionais das forças de defesa e de segurança.
A nova arma foi apresentada oficialmente na LAAD (Feira Latino-Americana de Defesa e Segurança), no Rio de Janeiro, em abril deste ano.


Antes de ser entregue para testes pelo Exército Brasileiro, disseram os executivos da Imbel, o fuzil foi testado na fábrica de Itajubá. "Os protótipos dos fuzis foram entregues ao Exército em junho e já concluíram a avaliação técnica, estando em fase final da avaliação operacional, a qual acontece nos diversos ambientes operacionais do País, inclusive na selva", afirmou Costa.


O armamento precisa de autorização do Exército para ser fabricado e comercializado. "Tão logo haja a certificação do fuzil, a Imbel iniciará a sua produção", disse Ribeiro.


Segundo os executivos, o fuzil IA2 foi concebido para utilização em locais onde exige-se precisão nos tiros em curta e média distâncias, como na selva e nas zonas urbanas, facilidade na portabilidade e menor peso. "Essas são as características mais importantes do armamento", completou Costa.


Fonte:O Diário de Mogi

Crise expõe o Judiciário do Brasil


protagonista Ministro Lewandowski paralisa as investigações e dá novo desdobramento para a crise


BRASÍLIA E SÃO PAULO


A crise do Judiciário brasileiro, escancarada na semana passada pela liminar do ministro Ricardo Lewandowski que paralisou as investigações da Corregedoria Nacional de Justiça, já é reconhecida nos bastidores desse Poder como uma das maiores da história, pelos efeitos que terá na vida do Supremo Tribunal Federal (STF). Estudiosos e juristas veem nela, também, um divisor de águas. Ela expõe a magistratura, daqui para a frente, ao risco de parecer uma instituição avessa à transparência e defensora de privilégios.


Ministros do STF ouvidos pela reportagem dizem não se lembrar de uma situação tão grave desde a instalação da CPI do Judiciário, em 1999. Mas agora há também suspeitas pairando sobre integrantes do Supremo, que teriam recebido altas quantias por atrasados. "Pode-se dizer que chegamos a um ponto de ruptura, porque muitos no Supremo se sentem incomodados", resume o jurista Carlos Ari Sundfeld.


Na outra ponta do cabo de guerra em que se transformou o Judiciário, Eliana Calmon, a corregedora nacional de Justiça, resume o cenário: "Meu trabalho é importante porque estou certa de que é a partir da transparência que vamos ser mais respeitados pelo povo."


O que tirou do sossego o Poder Judiciário foi a decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) de mexer na "caixa preta" dos tribunais, ao inspecionar as folhas de pagamento e declarações de bens de juízes, em especial os de São Paulo. A forte reação dos investigados leva o advogado e professor de Direito Constitucional Luiz Tarcísio Ferreira, da PUC-SP, a perguntar: "Se há uma rigorosa vigilância da sociedade sobre o Executivo e o Legislativo, por que o Judiciário ficaria fora disso? Se esse Poder nada deve, o que estaria temendo?" Ferreira arremata: "Os juízes sabem que quem paga os seus salários é o povo."


Interpretações


O ponto nervoso do episódio, para o jurista Carlos Sundfeld, são as vantagens remuneratórias desses magistrados. "Antes do CNJ, esse assunto sempre ficou a cargo dos tribunais e eles foram construindo suas interpretações da lei. Montou-se então um sistema vulnerável. A atual rebelião nasce dessas circunstâncias - o medo dos juízes, que são conscientes dessa vulnerabilidade. "


Ao longo da semana, a temperatura da crise cresceu com novos episódios, como a concessão de liminares para suspender investigações do CNJ e a revelação de que ministros do STF poderiam estar entre os investigados por supostamente terem recebido altos valores relativos a passivos trabalhistas.


Um duelo de notas de ministros e associações de juízes se seguiu e integrantes do Supremo se dividiram entre o CNJ e seus críticos. Integrantes e ex-integrantes do CNJ observaram que esse tipo de inspeção do Judiciário não é novidade, mas ganhou intensidade porque desta vez está voltada para o maior e mais poderoso Tribunal de Justiça do País, o de São Paulo. Dizendo-se indignada "em relação às matérias jornalísticas" que implicavam o ministro Lewandowski, a Associação Paulista de Magistrados contra-atacou no ato, avisando: "A direção do TJ-SP franqueou à equipe do CNJ todas as informações pertinentes".


Eliana Calmon ressalva que o temor de muitos magistrados pode resultar de um desconhecimento da situação. "O Judiciário, como um todo, desconhece a gravidade da situação (de corrupção). Quem conhece? A corregedoria, porque a ela são encaminhados todos os males. Tanto que os corregedores (locais) estão, em sua grande maioria, ao meu lado e sabem que existem denúncias muito graves. A magistratura desconhece. Por quê? Porque a gente não fala. As investigações são todas sigilosas."


Fonte:O Diário de Mogi