terça-feira, 12 de junho de 2018

Educação: Estado nomeia professores e reajusta salários de servidores

Governador Márcio França assina decretos para contratar 2,1 mil novos docentes e beneficiar 33 mil funcionários
Foto: Divulgação


Governador de SP, Márcio França, destaca a importância do vínculo do professor
O governador de São Paulo, Márcio França (PSB), promulgou na semana passada dois decretos que terão impacto imediato na qualidade da Educação na rede pública do Estado. O primeiro garante melhor remuneração a 33 mil inspetores de alunos, merendeiras e demais profissionais do Quadro de Apoio Escolar (QAE). Essas carreiras são as que recebem os menores salários dentre os 300 mil servidores vinculados à Secretaria de Estado da Educação. O segundo decreto nomeia 2.165 professores habilitados em concurso público realizado em 2014, para que assumam seus cargos nos próximos dias.
Os educadores, cujos nomes foram publicados no Diário Oficial do sábado, serão contratados em caráter definitivo para dar aulas na Educação Básica I, que compreende classes do primeiro ao quinto ano do Ensino Fundamental. A maior parte dos novos professores será contratada para atuar na Capital e na Grande São Paulo, região que apresenta a maior carência em todo o Estado. Porém, as nomeações também atendem escolas de várias regiões do Interior.
"Estou rodando o Estado inteiro e o que mais me pedem é a contratação dos concursados. O professor efetivo cria vínculo com a escola e com os alunos e isso é muito importante porque garante mais qualidade no ensino. Essa era uma reivindicação de toda a rede de ensino, uma prioridade", resumiu França.
Os novos docentes terão jornada de 24 horas semanais e estarão sujeitos ao estágio probatório. Isso significa que eles serão avaliados por três anos em critérios de assiduidade, disciplina, capacidade de iniciativa, responsabilidade, comprometimento com o serviço público, eficiência e produtividade. Os novos professores substituirão educadores contratados pelo governo do Estado em caráter temporário.
O governador também decidiu regulamentar a Avaliação Especial de Desempenho para o Quadro de Apoio Escolar (QAE) da rede estadual de ensino. O efeito imediato dessa medida deve ser a incorporação de abonos que vêm sendo pagos a merendeiras, inspetores de alunos e profissionais que atuam na limpeza, manutenção e conservação das escolas, que integram o QAE.
Dentre os 33 mil profissionais destas carreiras, apenas 11 mil recebem vencimentos acima do salário mínimo regional, que é de R$ 1.108,38. Cerca de 22 mil destes servidores têm vencimentos inferiores ao mínimo regional, o que leva o governo do Estado a pagar abonos para que atinjam esse valor. Essa incorporação deverá ter impacto na valorização da futura aposentadoria destes profissionais do QAE. "Essa medida é uma justiça que se faz com esses servidores porque eu sei o que eles padecem", completou o governador.

Fonte:Mogi News

O roteiro do emprego na Cidade

10 de junho de 2018 10 min. - Tempo de leitura
Eliane José
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Zugaib destaca o espírito de empreendedorismo
Escritor, profissional de comunicação e desenvolvimento humano, Eduardo Zugaib tem atuado diretamente com a formação de equipes de empresas e corporações brasileiras. Ele vai direto ao ponto, quando afirma que há espaço para todo aquele que está disposto a trabalhar. Falta emprego?, O Diário o provoca, e ele responde: “Há uma crise no cenário político e de dimensão que vai do micro ao macro no mundo, não apenas no Brasil. Mas eu não vejo crise de dinheiro, que continua circulando no País. Há uma retração de decisões financeiras e também uma crise de valores que impõe perguntas como “qual é nossa habilidade?” “em que somos bons?” e essa situação resulta de algo básico: causa e efeito de todas essas incertezas e que o Brasil terá de enfrentar, como a crise na educação, na formação das pessoas, a crise na família, e até de nossa identidade cultural, que alimenta esse efeito cascata”.
Para quem está no mercado, para quem está desempregado e para quem está se formando para entrar no mercado de trabalho, Zugaib afirma que não há milagre. “Quem precisa melhorar é você, descobrir porque se transformou num ponto fora da curva e, tem de trabalhar, acredite, ninguém vai esperar o seu momento de inspiração. Tudo é resultado de trabalho, de colocar a barriga no balcão. Há muitos “gênios incompreendidos”, gente que se formou no passado e está procurando estágio até hoje. “O sucesso é de quem vira a noite, de quem rala, se entrega a um projeto”. Veja alguns outros pontos de vista compartilhados por Zugaib, que se prepara para lançar um novo livro, Humor de Segunda à Sexta-feira, que segue a pegada do anterior, A Revolução do Pouquinho, um best-seller de vendas corporativas desde 2014, quando foi lançado:

A favor do candidato
Independentemente de ser um iniciante ou de já estar no mercado de trabalho, ou se acabou de ser desligado de uma empresa, o que conta é ter espírito de empreendedorismo. Não existe mais o discurso romântico de que a organização vai te proporcionar todos os meios de trabalho. Você precisa transformar o cenário. Se você tem uma história profissional, pense em um novo posicionamento, uma consultoria, uma prestação de serviços, em ser participante de uma rede de negócios. Hoje, as pessoas são mobilizadas em células. Amanhã, aquele emprego que a pessoa chega e passa o cartão, e vai embora, não se preocupa mais, não se atualiza, ficou no século passado. A agilidade acabou com muitas funções e a quarta revolução industrial irá acabar com outras mais. É preciso acompanhar o que está acontecendo no mundo.

Mercado
A competitividade é alta e crescente. São mais pessoas e menos espaço, novas profissões, e lamento informar que as necessidades atuais vão modificar a estabilidade de empresas como até mesmo as estatais do passado. O emprego paternalista acabou, não só no Brasil. E é por isso que as pessoas precisam se preparar para qualquer área que decidirem atuar.



O emprego do futuro
Há uma ideia que tem sido romantizada pela mídia de que o bom emprego é o sustentável. É uma alternativa, mas não para todo mundo, porque não é todo mundo que vai consumir as bolsas, bacanas, até, feitas com pneus usados, como mostrou uma grande reportagem feita pelo Globo Repórter. Também não é todo mundo que vai viver de vender pulseirinhas na praia. Os meios de produção mudaram, mas as necessidades de consumo permanecem as mesmas e vão crescer ainda mais com o aumento da população. Então, o candidato não pode ficar patinando em ideias 3absurdas como essa que não correspondem à realidade. Todos os setores precisam de mão de obra, a indústria farmacêutica, automobilística, o setor de pesquisa, de inovação e etc.

Acertos e escolhas
Há uma falta de conhecimento sobre as mudanças que estão ocorrendo e que vão ainda ocorrer. O profissional precisa ter uma visão mais sistêmica para poder se encaixar dentro desse mundo. Eu estive, há pouco, num treinamento dentro da Fiat, e encontrei muitas pessoas com o “brilho no outro”, assim como há pessoas no mercado informal, trabalhando, por exemplo, com venda direta, que já entendeu isso. As pessoas precisam ter uma visão clara do por que (o motivo que escolheu fazer isso ou aquilo), do para quê e para quem atuam. Que dor você cura no mundo com o teu serviço, o que você resolve na vida do seu cliente. Um paralelo disso é o Uber, que surgiu para curar uma dor, uma necessidade, de quem ficou sem trabalho e de quem precisa de um transporte mais barato, eficiente, interligado, diferente do que já existe no mundo até aquele momento.

E o jovem?
Eu digo ao jovem que ele precisa, por exemplo, construir aplicativos que unam pontas, inteligentes e tem muitas pessoas criando coisas fantásticas, ficando milionário, mas, em um universo tão grande, esse jovem é apenas um. Os demais terão de se preparar para um mercado competitivo, em constante mudança.


Procura por vagas movimenta o mercado de trabalho
Saiba o que conta na hora da contratação
Currículo
Claro, objetivo e principalmente fiel às qualificações e informações do candidato ao emprego. “Não adianta ter um currículo do astronauta Marcos Pontes, se a pessoa afirma que possui um curso de Excell, por exemplo, e o entrevistador pede que ele faça uma planilha simples e ele não consegue fazer”, adverte Newton Bianchi, do Recursos Humanos da Petron.

Entrevista de emprego
Conta postura, inclusive, gestual, além do linguajar, aparência e educação. Bianchi esclarece: “O candidato chega e não fala sequer ‘bom dia’, ‘como vai’, não cria a empatia com o entrevistador. Eu costumo dizer que a entrevista deve ser encarada como um encontro social, que carece de educação, atenção”.

Deslizes
O mundo mudou, mas os padrões na hora da busca do emprego são os mesmos. São considerados deslizes o uso de roupas como bermudas na entrevista e até na entrega de currículo, que ainda é recebido pessoalmente em algumas empresas.

Pontualidade
Se a entrevista está marcada para 8 e a pessoa chega às 8h10, a mensagem é de descompromisso e desinteresse.

Tatuagens e piercings
O mercado de trabalho é mais tolerante, mas em determinados setores, uma pessoa com muitas tatuagens, piercings, alargadores, encontrará resistência, em áreas mais conservadores. Em outras, não.

Redes sociais
As empresas avaliam o comportamento dos candidatos nas redes sociais, como Facebook, Instagram e Linkedin. Em geral, a leitura é: a pessoa reproduz no meio digital seus valores, ideias e personalidade. Os recrutadores acompanham os perfis pessoais e também as páginas seguidas pelos candidatos. Eles também usam essas ferramentas para confirmar informações curriculares. Bem como dados como os conteúdos de mensagens, erros de ortografia e português.

Redes sociais 1
Eduardo Zugaib analisa as redes sociais da seguinte maneira: “Não se cria uma rede social da noite para o dia, se a pessoa sempre foi inerte no Facebook, no Instagram. Um belo dia, a pessoa começa a postar lindas, felizes mensagens, somente depois de perder o emprego – isso causa mais repulsa do que atração. É preciso manter o telhado consertado em dias de sol, não esperar a chuva cair. E o mais importante, as pessoas precisam entender que elas são na rede social o que são na vida pessoal, em casa, na comunidade. Se uma pessoa só xinga, só reclama de tudo e de todos, transcende raiva, não sugere algo, não se mobiliza, só devaneia e fica no protesto solidário, será encarada como uma pessoa fora do contexto atual, que busca empreendedores ativos”. (E.J.)

Busca pela qualificação permanece

Bianchi acompanha mudanças nas contratações
Advogado atuante no setor de Recursos Humanos desde o final da década de 1980, o mogiano Newton Bianchi, da Petrom Petroquímica Mogi das Cruzes, acompanhou grandes mudanças na contratação de funcionários, hoje denominados colaboradores, e o perfil do trabalho, com o sumiço de profissões como a de telefonista, e a criação de novidades como os programadores e os operadores de máquinas que são os novos torneiros mecânicos.

A maneira de contratar mudou consideravelmente. Nos anos 1990, por exemplo, os recrutadores iam para a frente da estação de trem, em Itaquaquecetuba, onde Bianchi atuava numa empresa de metalurgia, hoje fechada, para ofertar o emprego a quem passasse por ali. Hoje, as redes sociais como o Linkedin são a fonte de informação para a busca de novos profissionais.

Apesar disso, algo permanece imutável: a busca pela qualificação e por profissionais afinados com os valores da empresa. O profissional pode ser capacitado, mas ele precisa falar a mesma língua do empregador. E esse comportamento é medido desde a primeira entrevista de emprego que, sim, é um fator determinante para potencializar o currículo do candidato, até nos comentários feitos nas redes sociais com amigos. No primeiro encontro com o contratante, vale regras antigas: educação, pontualidade, bom português e conhecimento de atualidades (veja dicas nesta página).

Outra mudança está no comportamento de quem está entrando no mercado de trabalho. “São jovens que não têm paciência para esperar. Alguns chegam e pensam que serão tratados como um profissional já em carreira, que terão carro e celular à disposição, e isso pode até acontecer, mas é uma exceção para quem realmente for muito gabaritado para determinada função”, adverte, comentando que a indústria sempre formou as novas levas de mão de obra, porém, agora, encontra mais dificuldades para isso. “Nós percebemos que muitos jovens chegam com dificuldades provocadas pela falta de estrutura anterior, tanto familiar como educacional”.

De acordo com Bianchi, mesmo com o severo quadro de desemprego, a partir do final de 2015, há vagas para profissionais habilitados. O excedente de mão de obra também compromete os salários. “E houve muitos profissionais que não aceitaram as condições do empregado, que seria o salário menos um, por exemplo, e que foram substituídos por pessoas que aceitaram tais condições”, comentou.

Sobre as chances de emprego no futuro, Bianchi afirma que o próprio mercado encontra-se num momento de transformação, com a chegada da quarta revolução industrial, que irá tornar o setor ainda mais robotizado. “Hoje, sabemos que novas profissões serão criadas, e quem está no mercado (ou se prepara para ele) tem de acompanhar essas mudanças. Sentimos que muitas pessoas desconhecem o que está acontecendo agora. Você pergunta, qual foi o impacto da greve dos caminhoneiros, e elas pensam apenas nas mudanças do frete”, comenta para destacar que o candidato procurado está antenado com todos os processos desde a fabricação até a distribuição e venda de um produto ou serviço. Ah, e também é um profissional que conhece outras línguas, inclusive o mandarim.

Outra dica dada é o cuidado com detalhes. “Muitas vezes, pedimos para a pessoa fazer uma tabela, ou escrever uma redação sobre um assunto qualquer, 20 linhas, e ela não consegue”.

Para ele, ainda, o jovem entende da tecnologia, e desconsidera a mecânica do mundo, as novas legislações trabalhistas, por exemplo. “Às vezes, a pessoa tem um supercurrículo, estudou em universidades consideradas, mas não sabe o mais simples, e é preterida por outra que possui uma formação mais básica”. (E.J.)

Fonte:O Diário de Mogi