segunda-feira, 11 de julho de 2011

Dirceu defende nomeações por indicação política

Articulador da aliança que levou o ex-presidente Lula ao Planalto em 2002 --e que resultaria no escândalo do mensalão--, o ex-ministro José Dirceu (Casa Civil) defende nomeações por indicação política e afirma, em artigo inédito, que a tensão entre aliados é o "estado da arte" da democracia, informa reportagem de Daniela Lima, publicada na edição desta segunda-feira da Folha (íntegra disponível para assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha).


O texto será publicado no novo número da revista "Interesse Nacional" sob o título "O papel do PT e da Oposição no Brasil". Trata-se de uma resposta a artigo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, antecipado pela Folha, em que ele critica a gestão petista e propõe uma revisão da estratégia da oposição para voltar ao poder.


No texto, Dirceu faz uma defesa veemente das gestões de Lula e de sua sucessora, Dilma Rousseff, as quais chama de "nosso governo". O ex-ministro devolve ataques feitos por FHC de que o PT teria patrocinado o aparelhamento do Estado e bloqueado investimentos em infraestrutura por temer o impacto do envolvimento da iniciativa privada na área.


Antonio Gauderio/Folhapress
Em artigo, Dirceu defende as gestões de Lula e Dilma Rousseff, as quais chama de "nosso governo"
Em artigo, Dirceu defende as gestões de Lula e Dilma Rousseff, as quais chama de "nosso governo"
"Ocorre que nas hostes oposicionistas é costumeira a confusão entre o que se constitui loteamento de fato e o desejável e necessário preenchimento de cargos do alto escalão com critérios não somente técnicos, mas políticos", afirma Dirceu. "Em suma, não se pode atrair para funções-chave na administração pública pessoas alheias ou contrárias ao rumo maior de um governo --o que seria, inclusive, estelionato eleitoral", conclui.


O ex-ministro defende uma política ampla de alianças e rechaça a tese de que o PT teria perdido sua identidade ideológica ao se unir a partidos de centro e centro-direita, como o PMDB e o PR. "A acusação insustentável de que abandonamos nossa ideologia só pode partir daqueles que, hoje, encontram-se órfãos de um projeto alternativo a apresentar", diz. "Esse frágil dedo em riste se sustenta sobre uma compreensão estanque da política, que ignora, ou se esqueceu, de que um governo democrático tem na tensão permanente seu verdadeiro estado de arte", ataca.


Leia a reportagem completa na Folha desta segunda-feira, que já está nas bancas.


Fonte: Folha.com