domingo, 6 de setembro de 2020

BENEFÍCIO: Região recebe R$ 87 milhões do Bolsa Família

 18 horas atrás4 min. - Tempo de leitura

Larissa Rodrigues

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LEVANTAMENTO Mogi das Cruzes representa 36,2% do valor total recebido pelo Bolsa Família na região. (Foto: Eisner Soares)

No primeiro semestre deste ano, o Alto Tietê somou R$ 87.274.170 disponibilizados para o Bolsa Família. Mogi das Cruzes foi a cidade que recebeu a maior quantia, ficando com R$ 31.655.242 neste período. Salesópolis obteve o valor mais baixo – R$ 599.376,00. Agora, o Governo Federal estuda unificar o recebimento de benefícios no programa Renda Brasil, que receberá todos os atendidos no Bolsa Família, que será extinto.

A nova modalidade, entretanto, ainda vem sendo discutida e não chegou a ser incluída no Orçamento de 2021, que já foi enviado ao Congresso. Enquanto isso, a verba nacional para o Bolsa Família passará de R$ 29,485 bilhões em 2020 para R$ 34,858 em 2021. Já que a estimativa é de que, devido à pandemia do novo coronavírus, 15,2 milhões de famílias se enquadrarão nos critérios para receber o benefício no próximo ano, contra 13,2 milhões em 2020.

Quando for finalizado, o futuro programa, que pretende pagar benefícios à parte dos trabalhadores informais que hoje recebem o auxílio emergencial, poderá ser incluído no Orçamento de 2021 por meio de uma emenda no Congresso. O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o Renda Brasil vai consolidar 26 ou 27 programas sociais e garantiu que o programa reduzirá a desigualdade social, enquanto a desoneração da folha de pagamento ajudará a criar empregos.

Valor do Bolsa Família no Alto Tietê – 2020

Município Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Total

Mogi das Cruzes R$ 5.394.695,00 R$ 5.360.665,00 R$ 5.191.738,00 R$ 5.246.648,00 R$ 5.236.318,00 R$ 5.225.178,00 R$ 31.655.242,00

Arujá R$ 575.110,00 R$ 563.826,00 R$ 550.447,00 R$ 652.606,00 R$ 653.743,00 R$ 652.988,00 R$ 3.648.720,00

Biritiba Mirim R$ 304.762,00 R$ 305.090,00 R$ 298.011,00 R$ 349.745,00 R$ 349.663,00 R$ 349.581,00 R$ 1.956.852,00

Ferraz de Vasconcelos R$ 1.704.844,00 R$ 1.675.491,00 R$ 1.627.373,00 R$ 1.917.466,00 R$ 1.920.598,00 R$ 1.917.592,00 R$ 10.763.364,00

Guararema R$ 377.998,00 R$ 375.778,00 R$ 361.958,00 R$ 368.809,00 R$ 365.717,00 R$ 365.181,00 R$ 2.215.441,00

Itaquaquecetuba R$ 2.408.737,00 R$ 2.398.991,00 R$ 2.571.985,00 R$ 2.771.687,00 R$ 2.773.236,00 R$ 2.769.360,00 R$ 15.693.996,00

Poá R$ 1.344.595,00 R$ 1.347.202,00 R$ 1.289.934,00 R$ 1.306.355,00 R$ 1.306.318,00 R$ 1.302.965,00 R$ 7.897.369,00

Salesópolis R$ 95.834,00 R$ 95.284,00 R$ 93.933,00 R$ 105.029,00 R$ 104.764,00 R$ 104.532,00 R$ 599.376,00

Santa Isabel R$ 315.096,00 R$ 314.906,00 R$ 366.270,00 R$ 373.408,00 R$ 374.404,00 R$ 374.298,00 R$ 2.118.382,00

Suzano R$ 1.678.786,00 R$ 1.660.362,00 R$ 1.623.200,00 R$ 1.925.198,00 R$ 1.920.934,00 R$ 1.916.948,00 R$ 10.725.428,00

Total R$ 14.200.457,00 R$ 14.097.595,00 R$ 13.974.849,00 R$ 15.016.951,00 R$ 15.005.695,00 R$ 14.978.623,00 R$ 87.274.170,00

Fonte: Portal da Transparência do Governo Federal

Entre as dez cidades da região, Mogi representa hoje 36,2% do valor total recebido no Alto Tietê. Durante os seis primeiros meses do ano, a maior quantia disponibilizada para os mogianos foi de R$ 5.394.695, em janeiro. Já a menor foi de R$ 5.191.738, em março. Itaquaquecetuba recebeu o segundo maior valor, ficando com R$ 15.693.996 durante o semestre. O maior valor foi obtido em maio, com R$ 2.773.236 e o menor em fevereiro, com R$ 2.398.991.

Apesar de ser a terceira mais populosa da região, ficando atrás justamente de Mogi e Itaquaquecetuba, Suzano foi a quarta com o maior valor, recebendo R$ 10.725.428,00 divididos de janeiro a junho. Antes dela, Ferraz de Vasconcelos teve R$ 10.763.364, com variação significativa em alguns dos valores mensais. Março, por exemplo, teve a quantia mais baixa, com R$ 1.627.373, enquanto a mais alta foi em maio, quando o município recebeu R$ 1.920.598,00.

Depois dessas quatro primeiras cidades, os valores apresentam diminuição considerável, não alcançando mais a casa dos 10 milhões. Poá obteve um total de R$ 7.897.369 no semestre, com pagamentos que variam de R$ 1.289.934,00 a R$ 1.344.595. Arujá teve quantias que variaram de R$ 550.447 a R$ 653.743 e com isso recebeu R$ 3.648.720 no semestre.

Guararema obteve R$ 2.215.441 no período, enquanto Santa Isabel recebeu R$ 2.118.382. Para Biritiba Mirim foram disponibilizados R$ 1.956.852. Junto de Salesópolis, as três cidades são as menos populosas do Alto Tietê.

Fonte:O Diário de Mogi

sexta-feira, 4 de setembro de 2020

PANDEMIA: Pancadões atormentam famílias de Sabaúna; moradores cobram fiscalização aos finais de semana

 16 horas atrás6 min. - Tempo de leitura

Eliane José

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PATRIMÔNIO Reformada, a Estação Ferroviária de Sabaúna está fechada por causa do isolamento social. (Foto: Eisner Soares)

Durante a semana, a Sabaúna pacata, quase sem trânsito, marca a rotina dos moradores. Porém, a partir das noites de sexta-feira a domingo, eles começaram a enfrentar o som alto de veículos de fora do distrito que estacionam em frente à Estação Ferroviária e ali permanecem até o início da madrugada. Notadamente nas últimas semanas, com o afrouxamento do isolamento social e a elevação da temperatura, os pancadões começaram a incomodar a vizinhança. Um abaixo-assinado circula entre os residentes e deverá ser entregue ao prefeito Marcus Melo (PSDB) e à Polícia, solicitando o reforço do policiamento e da fiscalização nos finais de semana.

Esse transtorno soma-se a outras preocupações das famílias por causa da pandemia da Covid-19, cujo meio de prevenção é não promover aglomerações de pessoas. Além dos pancadões, moradores como a professora Claudia Franco, vice-presidente da Sociedade Amigos de Sabaúna se preocupam com outra rotina que não se alterou desde março: o grande número de esportistas, sobretudo ciclistas, que passam pela região central do destino ou fazem ponto final, ali, dos treinos de final de semana.

“O grande problema é que estamos na pandemia e o morador não consegue nem mesmo ir comprar um pão, no domingo pela manhã, ou estacionar o carro para ir à missa, porque o número de ciclistas, é muito grande. Aqui, em Sabaúna, não houve isolamento total, aos finais de semana”, reprova Cláudia, acreditando que uma fiscalização constante seria um meio de ordenar as visitas e inibir as aglomerações.

TEMOR Claudia Franco cobra a fiscalização aos finais de semana. (Foto: Eisner Soares)

Moradora em frente à Estação Ferroviária recém-reformada, mas fechada por causa da crise sanitária, Cleide Soares, afirma que são duas situações distintas – o pancadão, e a grande movimentação de ciclistas, com impactos diferentes na vida local. “No pancadão do último domingo, a Guarda Municipal foi chamada e não veio, o que nos atendeu, após algum tempo de espera, foi o setor de Fiscalização da Prefeitura”, contou, comentando que impedir o som alto é tarefa complicada. “Quando o pessoal da Prefeitura chega, com o giroflex acionado, o som é abaixado, e fica nisso”, considera.

O assunto foi tratado na sessão da Câmara de quarta-feira, quando vereadores solicitaram a atenção da Guarda Municipal aos bairros que têm registrado o aumento dos pancadões, prática proibida por lei municipal, independente do decreto da pandemia.

Já o que diz respeito aos esportistas de final de semana, Cleide destaca que a maioria toma os cuidados, como o uso das máscara, mas o grande número de pessoas causa alguns inconvenientes, como a utilização das calçadas e de trechos da rua para o estacionamento da bicicletas. “Os moradores do lugar precisam disputar espaço com as bicicletas, em determinados horários”, indica.

Apesar desse inconveniente, os ciclistas são bem-vindos. Integrante do Conselho Deliberativo da associação que defende Sabaúna, ela sugere o encontro de soluções para ordenar as visitas, uma situação considerada por parte dos moradores, como uma saída para o desenvolvimento econômico do distrito. “Nós queremos o desenvolvimento sustentável, o turismo como um aliado para a geração de empregos para os moradores que precisam se deslocar para trabalhar até em outras cidades. Não queremos o crescimento de Sabaúna”, acentua.

Provocada sobre como aliar essa meta à tranquilidade e qualidade de vida do lugar, ela responde que será necessário o engajamento da comunidade local, na busca de saídas para a boa convivência entre todos, e do poder público municipal.

“Se ligarmos para a Guarda Municipal e, ao invés dela chegar uma hora depois, ela vir em 20, 30 minutos, teremos como prevenir os pancadões, por exemplo”.

Nos finais de semana, a Guarda Municipal tem atendido reclamações e solicita as ligações de moradores para flagrantes a situações como os pancadões.

O abaixo-assinado em elaboração visa fortalecer os pedidos de fiscalização.

Reforma da estação atrai os visitantes

A reforma da Estação Ferroviária de Sabaúna foi entregue em agosto, inclusive com uma área de lazer, onde foram instalados brinquedos infantis. Planejado para ser um Museu Ferroviário, gerido pela Associação Nacional de Preservação, com nova pintura e melhorias, o prédio tem atraído muitas pessoas, mesmo com as portas ainda cerradas. A beleza desse patrimônio arquitetônico e histórico de um dos pontos de partida para o desenvolvimento de Mogi das Cruzes inspira uma parada para fotografias e a contemplação da paisagem.

Isso seria mesmo o esperado, não fosse 2020 um ano marcado pela expansão do Sars CoV-2, o nome do coronavírus que transmite a Covid-19. “Sabaúna não fechou como Luis Carlos, ou a região central de Guararema”, compara Claudia Franco, vice-presidente da Sociedade Amigos de Sabaúna. Para além dessa questão pontual (veja matéria nesta página), o poder de atração de Sabaúna embala um projeto turístico da Prefeitura Municipal para a região.

Além da reforma da estação, iniciada em outubro de 2017 e marcada por paralisações até a conclusão, há um mês, há uma expectativa de se reativar as viagens turísticas do trem até o ponto de parada que vai completar, em janeiro próximo, 128 anos.

O comerciante Marcelo Triboni, proprietário de uma das padaria do lugar, é um dos defensores desse plano. Para ele, hoje Sabaúna recebe corredores, ciclistas, trilheiros, sobretudo nas manhãs dos finais de semana, e não turistas, propriamente ditos.

TREINOS Marcelo Triboni afirma que ciclistas são ‘público tranquilo’. (Foto: Eisner Soares)

Triboni destaca que distrito ainda não tem uma estrutura para o turismo. Isso acontecerá, opina, com a abertura do Museu Ferroviário e as viagens de trem.

Rota da Luz

Nas próximas semanas, Sabaúna deverá receber um outro tipo de visitante. O distrito está na Rota da Luz, um traçado iniciado em Mogi das Cruzes e com término em Aparecida, criado pelo Governo do Estado para retirar os romeiros da perigosa travessia a pé, pela rodovia Presidente Dutra. Marcelo Triboni acredita que, com a pandemia, o número de devotos por este caminho será menor. “No ano passado, em meados de setembro, o movimento era grande; neste ano, isso deve diminuir”, completa.

Fonte:O Diário de Mogi

quinta-feira, 3 de setembro de 2020

 Entrevista com Marcus Melo: queda na receita e combate à Covid-19

20 horas atrás8 min. - Tempo de leitura

Carla Olivo

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Marcus Melo diz que a cidade acertou na estrutura de combate ao coronavírus, mas os equipamentos conquistados, como respiradores para leitos de UTI, terão de ser reavaliados para compor o sistema hospitalar (foto: Eisner Soares)

Com a diminuição de cerca de R$ 100 milhões na arrecadação de Mogi das Cruzes neste ano, a Prefeitura Municipal espera manter o equilíbrio das finanças nos últimos meses de 2020 por conta de legislações do Governo Federal que permitiram postergar pagamentos de contribuições previdenciárias e de financiamentos junto a órgãos oficiais. A afirmação é do prefeito e pré-candidato à reeleição Marcus Melo (PSDB), que prevê maiores dificuldades em 2021, quando, segundo ele, não há indícios de apoio da União aos municípios. O chefe do Executivo também enfatiza que a queda no orçamento dificulta a criação, ampliação e manutenção dos serviços. Em um balanço sobre o trabalho para enfrentamento da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) até o momento, Melo avalia que a cidade faz o caminho certo, implantou o Hospital de Campanha, ampliou leitos de UTI, investiu em medicamentos e equipamentos de segurança para os profissionais e criou protocolos únicos entre poder público e a iniciativa privada. Mas ainda não há definição sobre a volta às aulas presenciais. Confira a entrevista a O Diário:

De que maneira a pandemia da Covid-19 afetou a administração, principalmente o orçamento?

Temos uma redução da receita da ordem de quase R$ 100 milhões. Todos os recursos que a Prefeitura recebe são para reinvestir em benefício da população em serviços, atividades, manutenção, reformas, melhorias, e essa redução acaba inibindo o início de novos serviços, a ampliação e mesmo a manutenção das atividades. Houve uma recomposição por parte do Governo Federal e algumas legislações permitiram à Prefeitura postergar os pagamentos, como o Instituto de Previdência, e também os financiamentos junto aos órgãos oficiais. Então, neste ano, vamos conseguir equilibrar as contas por causa destes ajustes, mas no ano que vem não há nenhum indício do que haverá de apoio aos municípios. Entendo que até o final deste ano, as coisas vão permanecer sem grandes dificuldades. Mas para retornarmos à normalidade, dependemos ainda da solução de uma vacina, que esperamos que seja o mais rápido possível.

Qual é o balanço do trabalho contra a pandemia em Mogi até o momento?

Este é o maior desafio das nossas vidas, enfrentado com muita transparência. As tomadas de decisões foram feitas para salvar vidas. Mogi fez o caminho certo, colocou um hospital de campanha, ampliou os leitos de UTI, investiu em equipamentos de segurança para os profissionais, aquisição de medicamentos e criou protocolos únicos entre poder público e a iniciativa privada. Foi a primeira vez que houve um grande encontro entre o público e o privado, então, teve uma forte união que proporcionou salvar muitas vidas. Entendo que logo no primeiro momento, nós enfrentamos o problema, não corremos da reta como muita gente correu e nem ficamos assistindo. Fomos resolutivos, conseguimos resolver as necessidades que tínhamos naquele momento e preparamos a cidade para este enfrentamento.

Como a cidade se prepara para a possível volta das aulas presenciais? Isso deve ocorrer este ano?

Não consigo responder isso neste momento. Vamos ter algumas reuniões nos próximos dias entre escolas municipais, os diretores que representam os alunos, os pais de estudantes, junto com as escolas estaduais, professores, alunos, e também as particulares. Cada uma tem sua realidade e necessidade e entendo que temos que respeitar as pessoas, os professores, as mães, mas qualquer retomada agora ou em qualquer momento tem que ser segura para todos. A palavra que vem em primeiro lugar é a saúde das pessoas e isso mais do que nunca dentro das escolas.

E a expectativa de Mogi para a chegada à fase verde do Plano São Paulo?

Com um pouco mais de tempo, entendo que estamos aprendendo, embora ainda fique a preocupação com uma segunda onda, como se percebe em alguns países da Europa, onde é grande o número de confirmações nos jovens. Nós, brasileiros, e os mogianos também, aprendemos a conviver com a doença, o uso de máscara, distanciamento e higienização. Muitas empresas estão retomando as atividades com todos os protocolos e o que é muito importante e precisamos todos trabalhar juntos é a retomada dos empregos e de algumas atividades que ainda estão interrompidas.

Quais os momentos mais difíceis e os principais desafios contra a Covid-19 na cidade?

Logo no início, por conta da incerteza do que vinha pela frente, foi muito difícil. Fizemos uma análise conservadora de que o número de óbitos, proporcional ao de idosos na cidade e à população, seria da ordem de 180 a 1,8 mil mortes. Então, se preparar para aquilo que não tínhamos conhecimento foi muito complicado. Montamos um hospital de campanha com capacidade para atender 200 pessoas, mas no início da pandemia não tínhamos resposta se iríamos usar os 200 leitos ou precisaríamos de 400 ou 600. Houve a questão dos jazigos que foram construídos porque vimos no mundo afora caixões na rua e ficamos preocupados com as mortes que ocorreriam na cidade, como de fato estamos hoje com mais de 300 óbitos. Em Manaus, foram abertas valas comuns para enterrar as pessoas. E não estamos tratando de números, mas sim da vida de pessoas, de pais, mães, irmãos. Então, o maior desafio mesmo foi no início, sem saber o que vinha pela frente, e quando aconteceu uma falta de unidade do ponto de vista do Governo Federal de ter uma diretriz. Então, cada cidade, prefeito e gestor foi tomando suas decisões de acordo com as orientações de seus técnicos. Aqui tivemos, desde o primeiro momento, a orientação de profissionais de saúde especialistas, como o atual secretário de Saúde, Jean Gorinchteyn, que me acompanhou quando tive o coronavírus, e o Dr. Henrique Naufel, que tinha acabado de assumir como secretário e nos deu todas as diretrizes e orientações corretas.

Após a pandemia, como a cidade deve ficar em número de leitos de UTI?

A questão dos leitos de UTI depende da realidade dos hospitais. O Hospital Municipal foi construído para ter quartos de enfermaria e 10 leitos de UTI dentro do que é sua função. São realizadas cirurgias e no pós-cirúrgico algumas pessoas precisam ser encaminhadas para a UTI. A situação dos leitos de UTI será uma análise da própria equipe técnica. Conseguimos respiradores, mas estes leitos são de UTI Covid, que é muito diferente de um leito de UTI hospitalar, isso também no Luzia e nos hospitais privados. Os equipamentos que vieram e que conseguimos, inclusive de doações, ficarão para ajudar, mas os leitos de UTI não só em Mogi, mas no Brasil todo serão reavaliados.

Como foi a experiência do senhor e da família com a Covid?

No começo, fiquei muito preocupado com minha vida, a da esposa e dos filhos. A pergunta era por que comigo vai ser tranquilo se não foi para outras pessoas? Percebo pessoas com a mesma faixa etária minha e até mais novas que perderam a vida. Foi muito preocupante, mas graças a Deus passamos bem e, no nosso caso, conseguimos vencer esta doença em casa.

De que forma o senhor vê as recentes investigações do Gaeco sobre contratos feitos pela Prefeitura durante a pandemia?

O Tribunal de Contas fez uma análise de aquisições em todo o Estado de São Paulo e não conseguiu se atentar exatamente à questão do momento da pandemia. No caso específico do álcool em gel e de máscaras, a iniciativa privada que fornece estes produtos para as empresas, não só do setor público, mas também privadas, subiram muito o preço. Quando o Tribunal de Contas fez a análise de preços, três meses depois, as coisas já estavam normalizadas. No caso das máscaras, quem foi lesada foi a Prefeitura, tanto é que entrei com ação pedindo a devolução dos valores e as máscaras estão à disposição da empresa até hoje. Quem faz uma compra tem direito de arrependimento em 7 dias para devolver o produto e pegar o dinheiro de volta. Identificamos que o valor estava muito alto e solicitei à Procuradoria que entrasse com ação para devolver 5 mil máscaras N95, compradas a R$ 80,00 cada, e receber este dinheiro. Este processo está na Justiça e pedi ao Ministério Público que auxilie o município, porque quem foi lesado foi a Prefeitura, que pagou um valor muito alto que a empresa e o mercado ofereciam naquele momento, por isso pedi a devolução. Faltou naquele momento uma gestão do Governo Federal para normatizar e inibir os abusos que estes empresários cometeram. Mas se naquele momento tivéssemos que adquirir máscara para salvar vidas, teríamos feito isso de qualquer maneira. Tínhamos, em média, no início do ano, o uso de 2 mil máscaras por mês e, da noite para o dia, passamos a ter a necessidade de 20 mil a 30 mil máscaras por semana. O mercado no mundo não estava preparado para isso e houve aumento de valores no mundo inteiro.

E a questão da construção de sepulturas, também investigada?

Os jazigos foram uma preocupação porque a cidade já tem um problema antigo da falta de locais nos cemitérios. Isso não é um problema de hoje e houve a preocupação, em março, com o desafio da possibilidade de se ter 1,8 mil óbitos. Tivemos que tomar a decisão de construir locais para que estes mogianos pudessem enterrar seus entes queridos. A Prefeitura fez a contratação de acordo com a legislação existente, o serviço foi entregue e está sendo utilizado. É uma obra de engenharia, com referências oficiais, que foi feita pelos próprios colaboradores da Prefeitura.

Fonte:O Diário de Mogi

quarta-feira, 2 de setembro de 2020

Custo do Legislativo: Morador de Mogi gasta R$ 73 para financiar o Legislativo

Custeio com Câmara de Vereadores é 10% maior do que levantamento feito anteriormente pelo Tribunal de Contas

O custo de manutenção da Câmara Municipal para cada morador de Mogi das Cruzes aumentou 10% no último ano. Com base em setembro de 2018 até agosto do ano passado, o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE), calculou que cada morador de Mogi pagava, na ocasião, R$ 66 para manter o Parlamento funcionando. No estudo mais recente sobre o tema, a Corte calcula R$ 73 anuais para a manutenção do Legislativo municipal.

O levantamento toma como base a chamada despesa corrente, que envolve o pagamento de contas e pessoal. As despesas de capital, que se referem a compras de máquinas, bens e imóveis não fazem parte do cálculo.

O TCE reuniu informações de gastos dos 644 municípios paulistas, exceto a capital, que tem um tribunal de contas próprio, e fez um balanço dos recursos utilizados, trazendo um levantamento que tem o objetivo de promover a transparência do uso dos recursos públicos e incentivar a população a exercer o controle social dos gastos.

A Câmara de Mogi possui 23 vereadores que entre os períodos de maio de 2019 até abril deste ano, tiveram um gasto com pessoal e custeio de aproximadamente R$ 32.624.843,81. O gasto é aproximadamente R$ 3,6 milhões maior do que o apresentado no levantamento anterior.

Portanto, a cidade que possui uma população de cerca de 445 mil, tem um gasto de R$ 73 por morador.

Chamada de "Mapa das Câmaras", a ferramenta foi desenvolvida pelo Departamento de Tecnologia da Informação (DTI) em conjunto com a Divisão de Auditoria Eletrônica do Estado de São Paulo (Audesp) e tem como principal objetivo tornar públicos os recursos utilizados por vereadores e o impacto que o poder Legislativo causa frente aos orçamentos dos municípios.

No Alto Tietê, o custo mais alto em relação à quantidade de moradores se dá em Arujá, onde cada morador desembolsa R$ 159,41 anualmente. No último ano, R$ 14.318.711,54 foram empregados para manutenção do Legislativo, que representa quase 90 mil arujaenses.

Em Suzano, os gastos figuram abaixo do R$ 100 por morador. Para o gasto total de R$ 26.848.708,26, os quase 300 mil habitantes pagam R$ 90,21 por ano.

Sessão da Câmara de Mogi das Cruzes

No total, o financiamento do Parlamento de Arujá foi de R$ 14.318.711,54

Gastos Câmaras Municipais Alto Tietê

Cidade Gasto por morador Gasto total


Arujá R$ 159,41 R$ 14.318.711,54

Biritiba Mirim R$ 79,89 R$ 2.604.106,73

Ferraz de Vasconcelos R$ 57,51 R$ 11.172.260,94

Guararema R$ 71,29 R$ 2.124.151,12

Itaquaquecetuba R$ 37,13 R$ 13.768.961,65

Mogi das Cruzes R$ 73,18 R$ 32.624.843,81

Poá R$ 133,48 R$ 15.676.992,29

Salesópolis R$ 85,13 R$ 1.459.077,74

Santa Isabel R$ 109,04 R$ 6.257644,66

Suzano R$90,21 R$ 26.848.708,26

Custo médio/ Total R$89,62 R$ 126.855.458,74

Fonte: Tribunal de Contas do Estado

Fonte:Mogi News