sexta-feira, 28 de setembro de 2018

NOVO MÉTODO: Mogi lança ‘Família Acolhedora’ para abrigar crianças e jovens em lare

26 de setembro de 20183 min. - Tempo de leitura
Natan Lira

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Crianças e adolescentes afastados do convívio familiar terão atendimento. (Foto: Edson Martins)
A rede de atendimento a crianças e adolescentes de Mogi das Cruzes dá um passo importante na atenção a menores afastados do convívio familiar por motivos diversos, entre eles, maus-tratos e abandono. Trata-se do Família Acolhedora, um sistema que consiste no atendimento em ambiente familiar, garantindo atenção individualizada, convívio comunitário e, principalmente, um vínculo de referência. O lançamento da iniciativa ocorreu ontem na Prefeitura, já com a presença de duas famílias interessadas em conhecer melhor a proposta.

Uma delas era a da arquiteta Camilla de Aquino e Bergamo, de 38 anos. Ela conta que reside próximo à Casa da Criança, acompanha os assuntos relacionados ao acolhimento e tem lido sobre o novo serviço. Isso a interessou. “Vim ver mais informações para conversar com o meu marido. A gente tem um filho de 3 anos e acho importante ele também ter essa vivência com mais uma criança em casa. E sempre pensei em ajudar, mas não penso em adoção; então talvez seja este o jeito”, destacou.

Entre os critérios para se candidatar ao programa estão ter mais de 21 anos de idade, residir em Mogi, não possuir antecedentes criminais, não estar inscrito no cadastro de adoção e nem ter intenção de adotar uma criança, dispor de tempo para as atividades com a criança e também para o acompanhamento com a equipe do Família Acolhedora, formada por psicólogo, assistente social e pedagoga. O mesmo tratamento será oferecido ao responsável de origem da criança, já que o interesse maior é sempre que ela retorne ao lar. Não é necessário ser casado.

A partir de agora, a Secretaria Municipal de Assistência Social já recebe o cadastro de famílias, tanto na sede do serviço, à Rua Francisco Franco, 133, no Centro, quanto pelo cadastro no site da Prefeitura de Mogi (www.mogidascruzes.sp.gov.br), na aba da pasta e no projeto, onde o interessado irá preencher um formulário. Após esta etapa, começa a triagem e seleção das famílias.

Aquelas que forem aprovadas iniciam então o processo de capacitação. A diretora de proteção social da Secretaria, Vera Lucia Aguiar de Almeida, explica que este processo deve durar entre um e dois meses. “Hoje nós temos uma média de 130 crianças acolhidas e isso ocorre quase semanalmente. Vamos avaliar caso a caso, então é possível que ainda tenhamos crianças acolhidas este ano”, destacou.

Vera explicou ainda que haverá a possibilidade de a família acolhedora também abrigar jovens entre 18 e 21 anos, que já estavam em abrigos quando completaram a maioridade. “São aqueles adolescentes que não têm família, nem apoio, que precisam se estabilizar para ter emprego, estudar, ter a vida deles”, destacou.

O prefeito Marcus Melo (PSDB) destacou que foram feitos estudos para entender como funciona esta modalidade de acolhimento, que é de responsabilidade dos municípios, até em outras cidades, para acompanhá-lo na prática. “Estaremos encaminhando à Câmara Municipal a regulamentação por meio de uma legislação. E fica muito claro que este é o melhor caminho para essas pessoas que foram afastadas do convívio familiar, seja qual for o motivo. E o dinheiro para custear as despesas vem do próprio Município, porque a gente entende que quem a acolher também terá um gasto com a criança”, destacou.

Fonte:O Diário de Mogi