sábado, 18 de junho de 2011

Maus-tratos

90% dos casos de violência aos idosos ocorrem em casa
Maurício Sumiya

Juraci Fernandes faz alerta sobre a violência contra o idoso
Um índice alarmante engrossa as estatísticas de casos de violência contra a pessoa idosa em Mogi das Cruzes: 90% das ocorrências acontecem na família, justamente no lugar onde deveria haver amparo e proteção. Para a presidente do Conselho Municipal do Idoso, Juraci Fernandes de Almeida, esses casos correspondem tanto a agressões verbais quanto físicas e incluem até maus-tratos no cuidado básico com os idosos, como falta de higiene e de alimentação.


O alerta foi feito nesta semana, quando se comemorou o Dia Mundial de Combate à Violência Contra a Pessoa Idosa (CMI), celebrado no dia 15 de junho. "É uma data para refletirmos sobre o que temos feito para diminuir os índices de violência contra os nossos idosos. Os maus-tratos começam em casa e se estendem nos hospitais, casas de repouso e nas ruas", alertou Juraci, que é membro da Comissão de Notificação de Violência em Mogi, representando o segmento idoso.


Para aqueles que consideram que a violência se restringe apenas a agressões físicas ou verbais, Juraci lembra que ocupar indevidamente a vaga de estacionamento de um idoso ou de mantê-lo sem possibilidade de se locomover na sua própria casa ou ainda de tirar a sua prioridade no atendimento são formas de violência contra os seus direitos e à sua dignidade como pessoa. 
"Idosos que são cadeirantes e moram em locais não adaptados para a sua condição são vítimas de uma violência camuflada. Ele não pode se locomover pelos cômodos da residência e acaba isolado, sem poder participar das atividades diárias da família. Na hora do banho, por falta de uma cadeira especial ou de adaptações no banheiro, ele sofre a humilhação de outra pessoa ajudá-lo nesta tarefa", alerta Juraci. 
Outro problema gerado com casas sem adaptação especial para o idoso é o aumento do número de quedas nesta faixa etária, que faz engrossar as filas nos consultórios médicos. "A nossa sociedade tem de começar a pensar nestas questões que, aparentemente podem ser simples, mas que são fundamentais para melhorar a qualidade de vida dos idosos".




Auxílio
Para a presidente do CMI, uma das formas de tentar reduzir os índices de violência contra o idoso é denunciar os casos de abusos e violação dos seus direitos. A maioria das pessoas, segundo Juraci, desconhece os órgãos que podem ajudá-las, como a Delegacia de Proteção à Pessoa Idosa, o Centro de Referência do Idoso de Mogi das Cruzes (Cerim), o Ministério Público e o próprio CMI. "Só assim, os casos poderão ser investigados e solucionados". (M.R.A.)


Fonte:Mogi News