sábado, 28 de abril de 2012

Tchau, Lixão!



Com esse consórcio, problema começa a ser enfrentado para valer. É, acima de tudo, uma forma de dar um pé bem dado no plano da Queiroz Galvão de instalar um aterro em Mogi
Mogi e outras quatro cidades da região deram um passo importante para a solução de um problema crônico, antigo, que poucos governos se dispõem a enfrentar: a destinação dos resíduos sólidos, o popular lixo, gerados diariamente nos municípios e que acabam sendo mandados para aterros sanitários, já ultrapassados, ou despejados irregularmente a céu aberto, como ocorre ainda em muitas cidades brasileiras sem um mínimo de estrutura. Há tempos havia o consenso de que medidas eram necessárias neste segmento, até mesmo para a preservação do meio ambiente, e que elas só viriam se houvesse um grande esforço. Sozinha, nenhuma cidade daria conta. O problema, afinal, é regional.


Somente para lembrar: no começo da semana, os prefeitos de Mogi das Cruzes, Arujá, Biritiba Mirim, Guararema e Salesópolis assinaram e formalizaram um consórcio que coloca estas cidades na vanguarda do tratamento e disposição final do lixo com a perspectiva de instalação, num desses municípios de uma usina de incineração dos detritos, com tecnologia moderna e destinação ambientalmente correta. É, na verdade, um basta aos aterros sanitários, já esgotados, como se pode ver tomando, como exemplo, o da empresa Pajoan, em Itaquaquecetuba, que por décadas explorou e enterrou lixo num terreno gigante que não tem mais capacidade alguma. Tanto que houve, no ano passado, uma explosão - voou lixo para tudo quanto é lado, ruas nas imediações foram interditadas, e, o pior, a comunidade acabou sendo prejudicada por ter de conviver, por vários meses, com a imundície na porta. 
Esse aterro, aliás, uma grande vergonha, mereceria um editorial à parte, talvez um estudo de caso ou até mesmo um registro no livro dos recordes de tantas multas já aplicadas pela Companhia de Saneamento Ambiental, todas, pelo jeito, em vão - não fizeram nem cócegas nos bolsos de quem explora o lixo como mina de ouro.


No caso da usina que será instalada por meio do consórcio, que tem como grande parceira a Companhia de Saneamento Básico, a Sabesp, há algumas propostas que serão analisadas, como a incineração e a geração de energia, que consiste no modelo mais avançado e de menor custo até mesmo que um aterro. Ficou definido que a Sabesp é que cuidará de elaborar o estudo final de viabilidade e a modelagem completa de unidade para o tratamento e a disposição final de resíduos sólidos urbanos, utilizando o que há de melhor. 
É também a garantia de que o que for definido será, de fato, o mais adequado. Tanto que a estatal paulista, conforme informações oficiais divulgadas pela Prefeitura de Mogi, tem modelos de usinas que permitem a queima de resíduos sólidos sem poluição ambiental, ao mesmo tempo em que geram energia para venda a empresas locais. A estimativa da Sabesp é de que os cinco municípios consorciados produzam cerca de 400 toneladas de lixo por dia. 
Uma projeção para os próximos 20 anos permite deduzir que uma usina com capacidade para 500 toneladas por dia é ideal para o grupo, e ainda há a possibilidade de ampliação no futuro, de acordo com a necessidade. A própria Sabesp, como bem explicou sua presidente, Dilma Pena, na reunião com os prefeitos, vem realizando pesquisas sobre o que há de mais moderno no mundo no setor de destinação de resíduos sólidos.


É, portanto, momento de criar boas expectativas, de ter esperança, de que este problema começa a ser enfrentado de forma séria e contundente, por governantes de cinco municípios dispostos a arregaçar a mangas e levar adiante esta luta que já dura mais de 20 anos. É, acima de tudo, uma forma de dar um pé bem dado nas pretensões da empreiteira Queiroz Galvão de instalar um aterro em Mogi. Tchau, Lixão! Aqui, agora, mais do que nunca, não!


Fonte:Mogi News