quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Comphap Casarão do Carmo é oficialmente tombado


Após a divulgação de um decreto, qualquer projeto de restauração para a parte estrutural do imóvel deverá ter prévia autorização da entidade
Cleber Lazo 
Da Reportagem Local
Jorge Moraes

Casarão foi construído no século XIX, em estilo colonial, com taipa de pilão e taipa de mão. É uma preciosidade no patrimônio de Mogi
Construído no século XIX, o Casarão do Carmo foi oficialmente tombado. O tombamento foi definido durante a reunião do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural, Artístico e Paisagístico de Mogi das Cruzes (Comphap) realizada na manhã de ontem. Um decreto deverá ser publicado pela Prefeitura nos próximos dias. Após a divulgação do documento, qualquer projeto de restauração para a parte estrutural do imóvel deverá ter prévia autorização da entidade.


O vice-presidente do Comphap, o arquiteto Paulo Pinhal, avaliou que "trata-se um momento histórico para a cidade". "Os conselheiros fizeram tudo conforme os ritos jurídicos e parabenizo todas as gestões anteriores pela luta em prol do patrimônio municipal", frisou.


Pinhal explicou que havia um decreto de 2008 que tombava o Casarão do Carmo, no entanto, "o documento não tinha efeito legal e não constava no livro de tombamentos de Mogi". "Hoje não é mais possível mudar nenhuma característica da casa principal. Janelas, portas, forro, soleiras, enfim, nada será alterado, apenas restaurado", comemorou. A residência anexa pode sofrer alterações na estrutura, porque não faz parte dos itens protegidos.


Antes de aprovar o tombamento, os conselheiros realizaram uma análise detalhada do casarão. O local, inclusive, foi palco de uma reunião do Comphap. Cada membro da entidade (engenheiro, arquiteto, urbanista, entre outros profissionais) apresentou um comentário relacionado à área de atuação. "Após este minucioso processo, as Secretarias Municipais de Cultura e Planejamento elaboraram um dossiê que contavam com desenhos e arquivo fotográfico. Este trabalho nos ajudou muito, porque possibilitou uma apreciação detalhada do que deveria ser ou não preservado", afirmou Pinhal.


"Com o casarão, o conselho municipal definiu o rito que deverá ser seguido para todos os outros processos de tombamento", destacou o vice-presidente do grupo. O presidente em exercício é o secretário municipal de Planejamento, João Francisco Chavedar. O próximo processo de tombamento a ser concluído será o Teatro Vasques.


O Casarão do Carmo foi construído no século XIX, em estilo colonial, feito com taipa de pilão e taipa de mão. Ele foi utilizado durante muitos anos como residência da família Bourroul. A partir do século 30, abrigou diversas atividades culturais e comerciais até ser desapropriado e restaurado pela Prefeitura na década de 80. Desde esta época serve como espaço para atividades culturais. Atualmente é sede do projeto Canarinhos do Itapeti.


Fonte:Mogi News