Júlia Guimarães
As movimentações em torno das definições dos nomes dos prefeitos que assumirão a coordenação e a relatoria da câmara técnica puderam ser observadas antes do início da reunião. Em uma conversa ao pé do ouvido, o secretário de Desenvolvimento Metropolitano, Edson Aparecido, tratou do assunto com Bertaiolli e os prefeitos de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), e de Caieiras, Roberto Hamamoto. Pouco depois, as tratativas também foram feitas com Marinho. No meio da reunião, Aparecido informou que neste ano, em razão do período eleitoral, todas as câmaras serão coordenadas por secretários estaduais e que as relatorias ficarão a cargo dos prefeitos (leia mais nesta página). A única exceção, segundo o secretário, é justamente o grupo de discussão do novo aeroporto, que será comandado por dois prefeitos.
Aparecido não informou, no decorrer da reunião, quais prefeitos assumirão a câmara. Ele disse que os nomes serão divulgados oficialmente juntamente com uma lista completa que indicará as autoridades que ocuparão os postos das 14 câmaras especiais e permanentes do Conselho. Porém, após o encontro, o secretário confirmou a informação em entrevista coletiva. "Eles (os prefeitos) fizeram um acordo entre si. O coordenador será o Luiz Marinho e o relator será o Bertaiolli. As próximas reuniões do Conselho acontecerão nas três cidades que pleiteiam o aeroporto para que os 39 prefeitos conheçam as áreas. Então, a partir de agora estão abertos os debates".
Em entrevista a O Diário, Bertaiolli destacou que o primeiro passo da comissão deverá ser garantir que haja uma definição sobre a implantação do terceiro aeroporto, o que depende de tratativas com o Governo Federal. Após isso é que o grupo vai trabalhar para escolha do município onde o empreendimento será instalado. Ele ressaltou que pretende trabalhar para defender os interesses da Cidade. "Houve uma grande costura política hoje pela manhã e Mogi das Cruzes estará muito bem representada pelo prefeito que será membro da câmara. Essa é uma oportunidade muito importante porque o relator é quem vai elaborar o projeto do terceiro aeroporto. Vamos trabalhar juntos para que tenhamos um novo aeroporto. Não é mais possível que a Grande São Paulo conviva com o excesso de passageiros, como há atualmente no sistema aeroportuário".
O prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho, também afirmou a O Diário que a implantação de um terceiro aeroporto na Região Metropolitana é urgente. Até o momento, ele vinha tratando o assunto com suspense e evitava admitir a candidatura do município ao recebimento do aeroporto. Porém, afirmou ontem que "chegou o momento dos debates" e revelou que a cidade possui uma área com 30 milhões de metros quadrados disponível. "Acredito que a instalação do terceiro aeroporto é uma questão de tempo. Agora precisamos realizar os estudos sobre as características das áreas disponíveis nas cidades candidatas para verificarmos principalmente a questão dos acessos e da logística, levando em consideração inclusive a localização dos outros aeroportos e do Porto de Santos. Depois disso, precisaremos definir a localização".
O prefeito de Caieiras, Roberto Hamamoto, afirmou ontem que realizará um trabalho conjunto com a câmara do aeroporto para realização dos estudos. Ele se mostrou bastante otimista de que a cidade receberá o empreendimento. "As construtoras Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez não participaram dos leilões federais justamente porque possuem interesse na implantação do terceiro aeroporto da Região Metropolitana de São Paulo. Tudo indica que será em Caieiras e acredito que essa definição acontecerá nos próximos dias".
Áreas
Ainda não há datas definidas para as visitas do Conselho às áreas dos três municípios que pleiteiam o aeroporto (confira quadro com a descrição de cada uma delas). Em São Bernardo, o terreno indicado pela Prefeitura possui 30 milhões de metros quadrados e está localizado próximo às rodovias Anchieta, Imigrantes e Rodoanel. Porém, a região pode apresentar entraves climáticos em razão do alto índice de neblina. Já Caieiras aposta em um projeto das construtoras Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez. A proposta, no entanto, já foi vetada pela União por causa de interferências em outros aeroportos. Mogi das Cruzes está em vantagem com duas áreas disponíveis no Distrito Industrial do Taboão, com 10 e 16 milhões de metros quadrados.
Fonte:O Diário de Mogi
