domingo, 5 de fevereiro de 2012

Cidades se torna “feudo” do PP


BRASÍLIA



Concebido na campanha presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002, o Ministério das Cidades deveria levar para o governo federal "o jeito petista de governar", um slogan que o PT apresentava como a grande promessa de governo para as metrópoles e os grotões. Mas bastou a primeira grande crise do governo - o mensalão, em 2005 - para que a pasta fosse oferecida ao fisiologismo partidário em troca do apoio a Lula no Congresso.


Desde então, o ministério virou um feudo do PP. Foi alçado à categoria de um dos principais do País, com orçamento de R$ 22 bilhões para 2012. É na pasta que se concentram os projetos destinados a obras de saneamento e água tratada, com financiamento da Caixa Econômica Federal, e o Minha Casa, Minha Vida, que até 2014 pretende construir 2 milhões de casas, com investimentos de R$ 125,7 bilhões.


O primeiro ministro do PP a ocupar a pasta foi Márcio Fortes, que no governo Lula começou como secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento. Na crise do mensalão, percebendo que poderia sofrer um processo de impeachment no Congresso, Lula buscou socorro junto ao governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), e a partidos ideologicamente muito distantes do PT, como o PP do ex-governador Paulo Maluf.


Nesse processo, no dia 20 de julho de 2005, Lula demitiu o amigo de sempre Olívio Dutra, seu ministro das Cidades. Para o lugar nomeou Márcio Fortes, cientista social e jurista, ex-aluno do Colégio Militar do Rio Janeiro. Fortes seguiu com Lula até 2010 e só não continuou no ministério de Dilma Rousseff porque o PP exigiu sua saída.


A bancada de deputados do partido o acusava de não atender a seus pleitos. Para o lugar foi indicado o ex-líder Mário Negromonte. Demitido na semana passada, Negromonte deu lugar ao deputado Aguinaldo Ribeiro (PB), que toma posse amanhã. Caberá a ele decidir se monta nova equipe ou aproveita a atual.


Após assumir a pasta, em 1.º de janeiro de 2011, Negromonte não perdeu tempo. Nomeou para sua secretaria executiva (o segundo cargo num ministério) o ex-deputado estadual Roberto Muniz (PP), que foi secretário da Agricultura da Bahia no primeiro governo do petista Jaques Wagner.


Para a assessoria parlamentar levou o ex-deputado capixaba Feu Rosa. Para a chefia de gabinete, carregou Cássio Peixoto, seu homem de confiança na Bahia, demitido na semana passada. A Secretaria de Saneamento Ambiental foi entregue ao ex-deputado catarinense Leodegar da Cunha Tiscoski, tesoureiro licenciado do partido.


Fonte:O Diário de Mogi