Noemia Alves
Da Reportagem Local
Mauricio Sumiya
Com muito esforço, a dona de casa Esdras cuida dos seis filhos com R$ 450 mensais, sendo R$ 230 do Bolsa Família e ainda consegue comprar roupas e eletrodomésticos
Esdra do Nascimento dos Santos, de 32 anos, não concluiu o ensino fundamental e, portanto, não teve chance de se formar em Economia. Entretanto, quando o assunto é administrar a renda familiar, ela sabe como poucos distribuir os R$ 450 mensais que recebe, dos quais R$ 230 do Bolsa Família, e que garantem a alimentação e as roupas dos seis filhos (14, 12, 9, 8 e 3 anos). Com parte do dinheiro (R$ 100), ela conseguiu recentemente realizar o sonho dos filhos de ter uma televisão de 20 polegadas.
A TV de tubo usada foi adquirida num bazar de pechincha ao custo de R$ 200, divididos em parcelas. "É o nosso luxo. Fiz algumas faxinas, que foram pagas em alimentos, separei uma parte do dinheiro para comprar roupas, mas como estávamos sem televisão e não queria as crianças na rua, o dono (do bazar) aceitou parcelar o pagamento, então, comprei", conta.
Esdra, que reside numa casa de dois cômodos na Vila Municipal, é uma das contempladas pelos apartamentos do programa Minha Casa, Minha Vida e deve se mudar em breve. "Agora, vou ter de ´rebolar´ para conseguir um guarda-roupa", projeta, apontando para as roupas sobre beliches, no que seria o quarto dos integrantes da família.
A irmã dela, Leda do Nascimento, de 30, também recebe o Bolsa Família por conta dos três filhos. Graças ao benefício de R$ 166 e com o "bico" como doméstica, ela conseguiu comprar uma cama de solteiro e um colchão para seus filhos. "Antes, dormíamos amontoados na cama de casal. Às vezes alguém acabava dormindo no chão".
Grávidas
O governo federal começou a pagar em dezembro passado o Bolsa Gestante, benefício que integra o Bolsa Família, concedido às grávidas de baixa renda durante os nove meses de gestação. O objetivo é estimular as mulheres a fazerem o pré-natal, a fim de garantir a saúde da mãe e do bebê.
Um mês antes, em novembro, outro benefício foi concedido para mulheres em situação de extrema pobreza que têm bebês de até 6 meses. Elas recebem Bolsa Nutriz, que tem o objetivo de estimular a amamentação, recomendada até os 2 anos de vida pelo Ministério da Saúde.
Segundo informou o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, responsável pela concessão dos benefícios federais, ambos projetos têm o valor de R$ 32. O Bolsa Nutriz e o Bolsa Gestante seguem os mesmos critérios usados para a concessão do Bolsa Família. Isto significa que cada família pode receber benefícios correspondentes a, no máximo, cinco crianças - incluindo bebês em fase de gestação e aqueles que estão sendo amamentados.
As parcelas começam a ser pagas a partir do momento em que a beneficiária for identificada como gestante no Sistema de Gestão do Programa Bolsa Família, independentemente do estágio de gravidez.
Fonte:Mogi News
