sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

CIDADES: Mortalidade infantil registra aumento em Mogi

1 de dezembro de 2016  Cidades, DESTAQUE  
Santa Casa tem o menor índice de mortes de bebês na Região. (Foto: Arquivo/O Diário)
Santa Casa tem o menor índice de mortes de bebês na Região. (Foto: Arquivo/O Diário)
SILVIA CHIMELLO
Mogi das Cruzes registra aumento da mortalidade infantil neste ano em comparação com 2015. Informações da Secretaria Municipal de Saúde revelam que de janeiro a outubro, o percentual chegou a um índice de 11,77, contra os 10,33 do ano passado. Os dados revelam que a Santa Casa apresentou resultados melhores do que o Hospital e Maternidade Mogi-Mater, única maternidade privada da Cidade.

O levantamento da Secretaria de Saúde demonstra que entre as 5.094 crianças mogianas nascidas nos primeiros 10 meses do ano, 60 delas não conseguiram sobreviver. Desse total de nascimentos, 3.382 partos foram realizados na Santa Casa, que registrou 20 mortes. No Mogi-Mater, dos 1.386 bebês nascidos, 14 não resistiram. Os outros 326 partos que ocorreram fora da Cidade, em vários outros hospitais do Alto Tietê e de São Paulo, resultaram em 26 falecimentos.


Para se chegar a esse coeficiente é feita a conta do número de óbitos de bebês, dividido pela quantidade de nascidos vivos e multiplicado por mil. “O ideal seria que os números estivessem com apenas um dígito. Para reduzir os índices, a Santa Casa adotou uma série de procedimentos e ações, que tiveram resultados positivos, mas acabaram comprometidos por conta do Mogi-Mater”, destaca o presidente da Comissão de Saúde da Câmara, Francisco Bezerra de Melo Filho (PSB), o Chico Bezerra, ao divulgar os resultados após a sessão de ontem do Legislativo.

O secretário municipal de Saúde, Marcello Cusatis, também demonstra preocupação com a elevação dos números e afirma que está adotando providências para reverter esse quadro, que reflete o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Município. Ele disse que as informações foram encaminhadas à Vigilância Epidemiológica do Estado. “Já tivemos confirmação de que uma equipe ligada ao órgão deverá visitar o Mogi-Mater para levantar as causas da elevação de mortes”, adianta.

Na avaliação do secretário, a questão pode estar ligada ao “grande número de cesarianas que são realizadas no hospital, cirurgias que aumentam o risco de morte”, observa. O levantamento da Pasta demonstra ainda que de janeiro a outubro, a taxa de cesáreas na Santa Casa foi de 36,48%, contra os 83,11% do Mogi-Mater no mesmo período. Em 2015 foram 39,72% e 77,33%, respectivamente.

Em nota, o Mogi-Mater esclarece que o aumento no número de óbitos ocorreu no ano passado por causa da elevação na demanda que teve que assumir depois que os outros dois hospitais fecharam suas maternidades (Santana e Ipiranga). Mas, em contrapartida, informa que está investindo na qualificação do seu corpo clínico e no aprimoramento da infraestrutura, com a aquisição de aparelhos de última geração, ampliação dos leitos de UTI, além da modernização e aparelhagem do setor do Pré-Parto e aumento do quadro de colaboradores em todos os setores. “Com todas estas medidas, visamos diminuir ainda mais esta taxa de mortalidade para o valor abaixo de um dígito, conforme preconizado pelos órgãos responsáveis”, destaca.

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Fonte:O Diário de Mogi