sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Silicone adulterado Cirurgiões esclarecem dúvidas


A fraude do silicone da marca PIP tem provocado uma corrida das pacientes com implantes aos consultórios
Jamile Santana
Da Reportagem Local
Divulgação

Próteses da marca francesa que apresentaram problema precisam ser retiradas, podem se romper
A polêmica do silicone adulterado da fabricante francesa Poly Implant Prothese (PIP) e da Rofil deixaram as mulheres mogianas que possuem implantes nos seios em alerta. Desde que a empresa admitiu ter utilizado silicone industrial em seu processo produtivo e o Ministério da Saúde orientou a retirada das próteses, os cirurgiões plásticos têm sido procurados pelas pacientes para esclarecer dúvidas. 
É o caso do médico Jayme Luis Esvicero Paulillo, que desde que voltou do recesso de fim de ano, não para de receber ligações de suas pacientes. Isto porque ele também trabalha com uma marca francesa. "Utilizo um silicone fabricado na França e uma outra marca americana, que não são as mesmas da fraude. Mesmo assim, tenho recebido muitas ligações de várias pacientes querendo informações sobre o assunto e acho que a dúvida é válida". Para o médico, é essencial que as pacientes procurem saber a marca do silicone que estão implantando antes da cirurgia. "Apesar de não adiantar muito, porque o paciente é leigo no quesito técnico da escolha do implante, vale saber qual é a procedência do silicone até para saber a quem cobrar se algo der errado. O paciente acaba tendo de confiar no médico. Mas, para mim, o médico que faz a cirurgia é responsável pela marca que escolhe".


Há 11 anos realizando cirurgias, o médico só teve problemas com rejeição de próteses em três pacientes. "A paciente, quando vem à clínica, procura preço. Cabe ao médico escolher o melhor produto para oferecer. Tem clínicas que fazem implantes pela metade do valor. O cliente também deve estar atento a isso, já que em alguns casos é impossível cobrar tão barato se o produto exige um investimento para ter qualidade". 
Mesmo não utilizando a marca PIP, ele orienta as mulheres que implantaram este tipo de silicone a procurar as clínicas onde a cirurgia foi realizada para retirar a prótese. "Não é preciso fazer isso com urgência, mas é recomendada a retirada". As próteses da empresa francesa apresentam uma alta taxa de ruptura, provocada pela utilização de um gel de silicone não autorizado e prejudicial à saúde. 
Para o Paulillo, falta fiscalização. "O cirurgião hoje não é obrigado a preencher uma ficha da paciente sobre qual prótese está utilizando. Só informa para a fabricante, que retém estas informações para controle próprio. Acredito que o governo deve intervir e exigir maior controle nestes casos porque não temos fiscalização", afirmou. 
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou que o Sistema Único de Saúde (SUS) vai pagar por cirurgias de remoção das próteses. "Acho um absurdo o SUS arcar com uma cirurgia feita por consultórios particulares e convênios médicos".


Fonte:Mogi News