domingo, 15 de janeiro de 2012

Oito anos depois Área do lixão da Volta Fria começa a apresentar sinais de recuperação


A montanha de lixo que ficou acumulado até 2004 já apresenta pequenas árvores e alguma vegetação
Cleber Lazo
Da Reportagem Local
Jorge Moraes

Uma pequena vegetação agora integra o cenário que um dia foi considerado exemplo da falta de respeito do homem com o meio ambiente na região da Volta Fria
Oito anos depois da desativação, a área onde funcionou o lixão da Volta Fria passa a demonstrar sinais de recuperação. Pequenos é verdade, mas de grande importância quando analisado o histórico do local. Uma vegetação formada por pequenas árvores e diferentes espécies de plantas faz agora parte do cenário que um dia foi considerado como um exemplo da falta de respeito do homem para com o meio ambiente.


Foram 11 anos de funcionamento do lixão. De 1993 a 2004, toneladas de lixo eram depositadas diariamente sem nenhum tipo de cuidado ou controle. A função do terreno era bem clara: acomodar os detritos dos mogianos. Os caminhões da coleta de lixo deveriam recolher os resíduos das ruas da cidade e, literalmente, jogar no terreno localizado na estrada da Volta Fria, no bairro de mesmo nome. 
Quando o volume de resíduos chegava ao ponto de vazar para a rua, um trator era suficiente para solucionar o problema. Ele entrava em ação para simplesmente empurrar o material para o fundo do terreno. Quando esse recurso não obtinha os resultados esperados de abrir novos espaços para receber mais lixo, uma camada de terra por cima dos detritos resolvia o empecilho.


A cena que mais chocava era a de famílias inteiras se misturando aos urubus. Uma área de quase 130 mil metros, malcheirosa e contaminada, que depois de quatro anos de ações do Plano de Recuperação de Área Degradada (Prad), ainda na primeira fase, já apresenta sinais significativos de avanços em prol da natureza. Ao menos em um dos lados, uma vez que para colocar em prática o Prad foi preciso dividir o terreno e dois. Uma das faces, a norte, mais próxima da estrada, passou a receber, inicialmente, técnicas de descontaminação.




Histórico
Assim que o prefeito Manoel Bezerra de Melo, o Padre Melo, desapropriou o terreno da Volta Fria ele já foi alvo de ações do Ministério Público (MP), principalmente dos promotores Ricardo Montemór e Fernando Henrique Moraes de Araújo.


O local escolhido estava instalado na Área de Proteção Ambiental (APA) do rio Tietê. A Volta Fria foi o terceiro lixão de Mogi. Antes dele, dois pontos da Ponte Grande recebiam os resíduos.
Já na gestão de Waldemar Costa Filho, o lixão passou a ser um aterro controlado. Houve melhorias, mas a mudança não deixou os promotores satisfeitos e a Prefeitura passou a receber multas quase que diárias da Companhia Ambiental do Estado do São Paulo (Cetesb). O volume de infrações não foi informado, mas milhares de reais chegaram a ser pagos. 
Somente quando Junji Abe assumiu a Prefeitura teve início o processo que iria culminar no fechamento do lixão da Volta Fria. Ao iniciar o mandato, o atual deputado federal abriu uma licitação para contratar uma empresa que seria obrigada a desativar o lixão.


A paralisação estava estabelecida em contrato. A então Julio Simões, hoje JSL, foi a vencedora e em 2004, depois de uma árdua cobrança judicial, fechou definitivamente o local e levou as famílias que trabalhavam no terreno para um centro de triagem.


Fonte:Mogi News