domingo, 15 de janeiro de 2012

Comparativo Mogi das Cruzes foi a última cidade da região a fechar o lixão municipal


Somente após a criação dos aterros sanitários regionais é que eles passaram a ser inutilizados, nos anos 90
Cleber Lazo
Da Reportagem Local
Amilson Ribeiro

De 1993 a 2004, toneladas de resíduos eram depositadas diariamente no lixão da Volta Fria sem nenhum cuidado ou controle; crianças e adultos se misturavam ao lixo
Mogi das Cruzes foi a última cidade da região do Alto Tietê a fechar o lixão municipal. Até a segunda metade da década de 90 era comum cada cidade ter o seu espaço para despejar os resíduos. Foi apenas no começo dos anos 2000 que os municípios passaram a notar o prejuízo ambiental causado por este modelo de depósito de inservíveis. 
Ferraz de Vasconcelos, Suzano, Poá, Itaquaquecetuba, e, por fim, Mogi. Essa foi a ordem das cidades que deixaram de degradar a natureza com os lixões. Atualmente, o antigo modelo adotado na Volta Fria é proibido pela Lei de Resíduos Sólidos. 
O gerente regional da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), Edson Santos, explicou que a utilização de lixões era comum. "Não havia opções. Somente após a criação dos aterros sanitários regionais é que eles passaram a ser inutilizados", contou. Inicialmente, Mogi resistiu em levar o material para o aterro sanitário Itaquá. "Hoje em dia esse tipo de empreendimento seria fortemente combatido. Além das legislações mais rígidas, a sociedade civil está mais consciente", ressaltou.


O gerente regional contou que em 2007 foi assinado um protocolo que determinou que em cinco anos todas as áreas de lixões do Estado deveriam estar com as ações definitivas de descontaminação em andamento e no processo de monitoramento do progresso causado pela adoção das medidas. No entanto, após a Cetesb ter dado início às ações para que a meta fosse atingida em Mogi, o processo ficou parado por quase um ano e meio. 
Somente em maio de 2011, a Prefeitura assumiu a responsabilidade de dar sequência ao trabalho. "Nossa função é fiscalizar os trabalhos e foi isso o que fizemos no dia 14 de junho. Tudo estava transcorrendo da maneira pré-estabelecida", afirmou. 


Análises
Antes de dar início ao monitoramento da área, será preciso realizar uma série de análises sobre o prejuízo ambiental. Serão quatro etapas. A primeira é um "estudo de investigação confirmatória", ou seja, a Cetesb comprova se o local foi de fato contaminado. Esse trabalho será feito depois da entrega do estudo elaborado pela Prefeitura. A segunda fase é o estudo de investigação detalhada, quando a Cetesb vai apontar o perímetro afetado. 
A terceira etapa é a "análise de risco". Após identificar e delimitar o contágio, a companhia estadual realizará levantamentos para conhecer os futuros perigos que poderão ser gerados ao meio ambiente e às pessoas que moram em locais próximos ao terreno. 
Assim que for definido o risco, entra em ação a quarta etapa. A própria Cetesb vai apontar as técnicas que deverão ser adotadas para amenizar o dano ambiental. Os procedimentos indicados são conhecidos como remediação - a busca pelo "remédio" para o terreno contaminado. Somente após esse processo é que terá início o monitoramento. Todas as etapas deverão ser colocadas em prática até julho de 2012.


Fonte:Mogi News