quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Ligações para o Samu têm falhas




difícil Ligações para o Samu de Mogi precisam ser feitas de linha da Telefônica ou de telefônicos públicos


Júlia Guimarães
O sistema do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência de Mogi das Cruzes, regulado pela Central de Urgências, Remoções e Emergências (Cure), é falho. A unidade não atende chamados originados de linhas que não sejam da empresa Telefônica. Nos casos de telefonemas vindos de outras operadoras, as ligações caem na central do Samu de São Paulo, que não possui parceria com o posto mogiano e, portanto, não tem capacidade de transferência das ligações. A deficiência pode deixar em apuros ainda maiores aquelas pessoas em busca de ajuda para casos que, comumente, envolvem questões emergenciais.


A situação foi constatada por O Diário depois que a família da aposentada Sebastiana Souza Pinto, de 85 anos, entrou em contato com a Redação, na noite de anteontem, para pedir ajuda. A idosa passou mal em casa, no município de Biritiba Mirim, mas segundo sua filha, a dona de casa Rosana Souza Queiroz, o atendente do Samu teria informado que o serviço não abrange aquela Cidade. Imediatamente, a reportagem tentou entrar em contato com a Cure para checar a situação, mas encontrou dificuldades porque o jornal é atendido por outra operadora de telefonia. A ligação caiu no Samu da Capital, que confirmou o problema e informou que as ligações para a unidade mogiana precisam ser feitas de uma linha da Telefônica ou dos telefônicos públicos, que são operados pela empresa.


Sem contato com a Cure, a reportagem de O Diário ligou para a sede do Corpo de Bombeiros, pelo telefone 4799-1234, e pediu que um funcionário da Cure fosse chamado para atender a ligação. A funcionária também chegou a dizer que o Samu não cobre Biritiba Mirim e que a família deveria esperar até o dia seguinte e solicitar o serviço de ambulância da Prefeitura da Cidade. Porém, a reportagem questionou o fato de o município estar inserido no consórcio regional da Cure. E foi assim que, depois de muita insistência, a viatura foi enviada até a casa de Sebastiana Souza para realizar o atendimento. Porém, ela morreu no Hospital Luzia de Pinho Melo, na mesma noite. "Não tenho queixas sobre o atendimento. Foi tudo muito rápido, mas só conseguimos ser atendidos depois da intervenção do jornal", disse Rosana.


Ontem pela manhã, O Diário tentou, mais uma vez, entrar em contato com a Cure de Mogi pelo telefone 192, único número disponível no site da Prefeitura, no link criado para o serviço na página da Secretaria Municipal de Saúde. A primeira ligação foi realizada às 9h57 e caiu no Samu de São Paulo. Mais uma vez, a atendente informou que o telefonema deveria ser realizado de uma linha residencial da Telefônica ou de telefone público. A reportagem explicou que não tinha condição de fazer as ligações e recebeu dois números de linhas fixas. De acordo com a atendente, os telefones 4794-6212 e 4798-6789 também seriam do Samu de Mogi.


A reportagem de O Diário ligou para o primeiro número. Mais uma vez não conseguiu falar na Cure porque o telefone é do Setor de Ambulância da Prefeitura. O funcionário que atendeu explicou que o local não presta serviços de urgência e emergência e orientou que a ligação fosse feita para o 192, desde que de uma linha da Telefônica. A reportagem tentou ligar para o segundo número fornecido pelo Samu de São Paulo, porém o telefonema caiu, mais uma vez, no Setor de Ambulância e o atendimento foi realizado pelo mesmo servidor. Neste momento, ele deu mais uma opção: "Você pode ligar de um celular", disse.


Na primeira tentativa, a reportagem ligou de um aparelho da Nextel e a ligação também caiu no Samu da Capital. Em seguida, o telefonema foi feito de um celular operado pela Claro. Nest quinta ligação, O Diário conseguiu ser atendido pela Cure de Mogi. Resta saber se o cidadão comum, em uma situação de emergência, teria tamanha paciência.


Fonte:O Diário de Mogi