sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Radar Dedo-duro: Festa pelo fim de multa tem até churrasco

Aqueles que tiveram problemas com o radar comemoraram a suspensão das autuações
Cleber Lazo
Da Reportagem Local
Jorge Moraes

Festa da vitória contra as multas do dedo-duro teve "boi no rolete" em pleno feriado; ao fundo, o radar que provocou tanta polêmica
Motoristas que tiveram as multas aplicadas pelo radar dedo-duro da Rodovia Mogi-Bertioga (SP-98) suspensas pela Justiça organizaram um churrasco em frente ao equipamento para comemorar a decisão do Poder Judiciário. Cerca de 200 pessoas participaram da festa realizada no km 58,6 da estrada. O local já havia sido palco de manifestações contra o Departamento de Estradas de Rodagem (DER). Os próprios participantes financiaram a comemoração. Houve um rateio para pagar o "boi no rolete", que custou R$ 2,5 mil.


Clodoaldo Aparecido de Moraes, um dos líderes do movimento que culminou com a suspensão das infrações e na retirada dos pontos das Carteiras Nacionais de Habilitação (CNHs), contou que o evento "marca o resultado da luta da população". "Conseguimos reverter a situação de descaso do poder público apenas com a vontade da sociedade civil. Isso é um exemplo que nossa luta foi digna e honesta", salientou. "Vamos continuar acompanhando o processo porque as multas foram suspensas por uma liminar. A sentença vai demorar, mas estamos atentos a qualquer novidade", garantiu.


Em um clima festivo e muito diferente das manifestações realizadas anteriormente, o empresário Valdir Maziero de Andrade, 44, comemorava a suspensão de 80 infrações. O volume de multas chegou a quase R$ 20 mil. "A festa é uma questão de honra. Quando iniciamos nossa batalha, prometemos que iríamos reunir todo o grupo para brindar o objetivo alcançado e aqui estamos nós", lembrou.


Já o comerciante Luciano Precioso, 40, valorizou o grupo que "fez de tudo para que a justiça fosse feita". "Não tivemos nenhum apoio político das autoridades mogianas, porém, estamos comemorando, porque mesmo sem eles conseguimos", afirmou o comerciante, que acumulava R$ 16 mil em autuações.


A suspensão das multas e pontuações foi fruto de uma ação civil pública movida pelo Ministério Público (MP). A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) da cidade foi à responsável por acionar os promotores. Contudo, as irregularidades só vieram à tona por meio de denúncias feitas ao Mogi News pelo advogado José Carlos de Souza, o Charutinho. 
Apesar da festa, o motorista Alexandre Jesus de Paula, 31, não tinha muito o que comemorar. "Perdi meu emprego na Breda. Levei cinco multas e minha habilitação foi cancelada por excesso de pontos", contou Alexandre, que levou as autuações com o carro da família. "Tentei explicar sobre o funcionamento irregular do equipamento, mas quando a pontuação apareceu no sistema, fui demitido. Mesmo com a suspensão e minha habilitação de volta, estou desempregado", contou o motorista.

Fonte:Mogi News