sexta-feira, 13 de abril de 2012

O secretário e a Saúde



SP ganha 1º serviço especializado em internação de grávidas dependentes de crack 10/04/2012
Espera-se hoje da visita do secretário de Estado da Saúde, Giovanni Guido Cerri, a Mogi das Cruzes, respostas convincentes sobre as ações a serem tomadas pelo Governo de São Paulo para estancar o colapso no atendimento médico-hospitalar na Região do Alto Tietê.


A crise do setor era favas contadas. Desde o ano passado, quando um amplo dossiê da Frente Parlamentar do Alto Tietê listou os sérios problemas na rede regional de hospitais públicos, nada foi feito para debelar o agravamento de uma situação que agora beira ao desespero.


Há nove meses, nas vistorias feitas pelos deputados estaduais aos nossos principais hospitais públicos – Luzia de Pinho Melo, em Mogi das Cruzes, Osires Florindo Coelho, em Ferraz de Vasconcelos, e Santa Marcelina de Itaquaquecetuba -, foi constatado um quadro desolador.


Este jornal registrou o que sentem na pele os milhares de pacientes da rede pública regional e o que constataram com os próprios olhos os deputados: nossos doentes são tratados inadequadamente em corredores, faltam médicos, leitos, macas e até cadeiras de rodas, e os diretores dos serviços relatam o corte nos recursos estaduais, o que levou à redução da assistência.


Mas, quem se importou? Os problemas foram minimizados e o dossiê provavelmente esquecido em gavetas de repartições públicas.


Sem uma atuação pontual, os hospitais chegam hoje a um grau de saturação tal, que o paciente jogado de um lado para outro, em uma desumana procura pelo socorro, obtido, na maioria das vezes, somente a quilômetros de distância de casa.


Além disso, a esse dramático quadro foram sendo acrescidas crises paralelas.


Na Santa Casa de Misericórdia, a superlotação da UTI Neonatal remete ao pesadelo das mortes de bebês por infecção hospitalar, provocadas, em passado recente, por irregularidades como a atual: a falta de espaço para o recebimento de uma demanda crescente de bebês que precisam de cuidados especiais. É a força da vida: os bebês não param de nascer, nem ficam "engavetados".


Não bastasse isso, o descredenciamento do Hospital do Câncer Dr. Flávio Isaías penaliza centenas de pacientes de Mogi e Região, obrigados a buscar tratamento na Capital.


É fato que a regionalização da rede de atenção hospitalar não tem conseguido atender à demanda.


Diante a urgência desses fatos todos, o que se espera hoje do secretário será bem mais do que o recente puxão de orelhas dado por ele aos prefeitos por causa das falhas na rede básica de saúde.


O nosso problema não é ambulatorial. Aqui, o que está de mal a pior é o atendimento de média e alta complexidade, encontrado apenas no hospital, na UTI Neonatal ou adulta, no pronto-socorro.


Fonte:O Diário de Mogi