quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Tratamento contra o câncer Estado agora coloca Guarulhos como possível destino de pacientes


Secretário de Saúde tinha dado garantia de que o atendimento seria em Mogi; agora, mudou o discurso
Cleber Lazo
Da Reportagem Local
Jorge Moraes

Hospital do Câncer em Mogi é suspeito de irregularidades apontadas em uma auditoria
Três dias depois de o secretário estadual de Saúde, Giovanni Guido Cerri, garantir que os pacientes atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Hospital do Câncer "Doutor Flávio Isaías Rodrigues" não seriam transferidos para a capital, caso a unidade seja descredenciada por supostas irregularidades, e, ainda, que o tratamento teria continuidade no Hospital das Clínicas Luzia de Pinho Melo, o discurso mudou. Ontem, Cerri incluiu Guarulhos como possível destino dos mogianos com câncer.


Em nota encaminhada pela Assessoria de Imprensa, o secretário revela que "estuda a implantação de um novo serviço de oncologia no Alto Tietê e entre as alternativas em análise estão o Luzia e o Hospital Geral de Guarulhos".


O posicionamento é bem diferente daquele apresentado na sexta-feira da semana passada, quando o prefeito Marco Bertaiolli (PSD) se reuniu com Cerri. Após o encontro, Bertaiolli informou à Imprensa que havia alertado o secretário sobre os prejuízos que poderiam ser gerados caso a cidade fique sem este tipo de atendimento. "Ele me garantiu que, se houver de fato o descredenciamento, implantará outro serviço no próprio município", afirmou Bertaiolli horas depois da reunião.


Na nota encaminhada, Cerri destaca que "já disponibilizou o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, o Icesp (hospital localizada na zona oeste da capital), para receber os mogianos de forma momentânea e temporária, enquanto o processo de descredenciamento do centro oncológico de Mogi não estiver finalizado. Até que isto ocorra, o convênio com o hospital continua vigente". E destaca: "Trabalhamos para que os pacientes do Alto Tietê possam ter assistência próxima de suas residências, dentro do princípio de regionalização, sendo o atendimento no Icesp apenas uma fase de transição". A possibilidade de descredenciamento é resultado de uma auditoria que teria encontrado irregularidades em prontuários e uma suspeita de que o hospital mogiano pode ter fraudado o SUS em até R$ 20 milhões nos últimos dois anos. 
O governo estadual irá solicitar ao Ministério da Saúde o descredenciamento da unidade, além de notificar o caso ao Ministério Público. Também irá solicitar a devolução dos recursos recebidos de forma indevida e irregular pelo hospital. 
A análise dos prontuários apontou cobrança de dinheiro de pessoas que deveriam ter sido atendidas gratuitamente, duplicidade de cobrança ao SUS e de empresas de planos de saúde por um mesmo tratamento, e preenchimento de autorizações de internações e procedimentos médicos de alto custo com valores acima do tratamento realizado. Neste momento, a secretaria "revisa a análise da defesa apresentada pela direção do hospital".


Fonte:Mogi News