Noemia Alves
Da Reportagem Local
Daniel Carvalho
Hospital vai apresentar recurso às irregularidades que constam em relatório da vistoria da Vigilância Sanitária; estado de bebês é bom
A Vigilância Estadual Sanitária emitiu ontem um auto de infração contra a Santa Casa de Misericórdia de Mogi. A medida é o resultado da vistoria realizada no hospital, no início da semana, para apurar denúncias de proliferação de infecção hospitalar em três bebês que estavam internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal do hospital. A Santa Casa tem direito de recurso.
Segundo o relatório divulgado no início da noite de ontem pela Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado da Saúde, ao qual a Vigilância Sanitária é subordinada, foram constatadas diversas irregularidades no protocolo e na conduta de profissionais, além de problemas na estrutura física do setor neonatal.
"Em vistoria realizada na última segunda-feira, dia 2, foram constatadas diversas irregularidades com relação a uso de equipamentos com manutenção preventiva e corretiva vencida, falta de manutenção na área física, não cumprimento do manual de normas e rotinas da UTI neonatal bem como por não cumprimento dos procedimentos operacionais padrão no que diz respeito à limpeza terminal e concorrente e não cumprimento integral do manual de higiene e limpeza integralmente", diz o documento assinado pelo grupo de Vigilância de Mogi, coordenado pela sanitarista Lana Spaolonzi.
O relatório da vistoria deve ser encaminhado ao Ministério Público Estadual, que em outras oportunidades investigou mortes em série de bebês na Santa Casa e chegou a multar o hospital. A Santa Casa terá um prazo de dez dias, desde ontem, para apresentar defesa. Em caso de indeferimento, a unidade será multada. A denúncia, acompanhada de alerta de um possível novo surto de infecção hospitalar na UTI Neonatal da Santa Casa, foi feita no fim de semana pelo jornalista Rodrigo Ferreira. O rapaz, que reside na capital, é tio de um dos bebês internados na UTI e que recebeu diagnóstico de infecção, três dias depois de nascer. Ontem, o jornalista, assim como os pais do bebê, um menino, não quiseram dar entrevistas, alegando receio de sofrer represálias.
O provedor da Santa Casa, Mário Calderaro, alegou não ter sido notificado do relatório da Vigilância Sanitária Estadual, mas adiantou que deve apresentar recurso às manifestações apontadas. "Vamos aguardar a notificação oficial e, dentro do prazo estabelecido, apresentar as informações que confirmam a adoção de todas as medidas normais em UTI Neonatal e também do controle da infecção hospitalar que foram tomadas", disse.
Segundo ele, ainda ontem o terceiro bebê diagnosticado com infecção hospitalar foi para o chamado isolamento externo. "É um setor que requer cuidados mais especiais que a UTI Neonatal, mas que significa que a evolução do quadro de saúde tem sido gradativa", comentou Calderaro.
Ele evita citar prazos para alta, mas reforçou que o estado de saúde dos outros dos bebês é bom.
Fonte:Mogi News
