sábado, 10 de dezembro de 2011

Chuva já preocupa moradores

Mariana Leal
Os 29,4 milímetros de chuva que caíram sobre a Cidade ontem não foram suficientes para causar grandes inundações, mas em Braz Cubas, os moradores ribeirinhos do Córrego dos Canudos observaram uma mudança no comportamento do rio, que antes das obras pelas quais está passando costumava encher e invadir as casas. Já em Jundiapeba, ruas ficaram alagadas e bueiros transbordaram durante algumas horas. Nas cidades da Região, a situação preocupou ainda mais, principalmente em Suzano, Poá e Itaquaquecetuba, que registraram problemas. A previsão é de que a chuva diminua hoje e volte com força na terça-feira.


Marcílio José Maria, 65 anos, mora há 40 na Avenida Osvaldo Regino Ornellas, em frente ao Córrego dos Canudos. As promessas sobre obras a serem feitas no local, segundo eles, foram muitas, mas agora, com a intervenção quase no final, a tranquilidade começa a tomar conta dos moradores. "Foram anos rezando para as águas não subirem a ponto de entrarem em casa, mas não adiantava, porque a quantidade de lixo jogado no rio era tão grande que não tinha escoamento. Agora não, está tudo limpinho. Dá gosto", comenta.


O aposentado diz que prevê até mesmo uma valorização de seu imóvel com a finalização das obras. "Sem o perigo de enchentes, com essa frente toda asfaltada, vai ficar tudo muito bom", ressalta.


Nilceia Ferreira da Cruz, proprietária de uma loja de roupas, acompanhou o nível do córrego. O comércio dela fica na Rua Mário Ioshida, uma travessa da Avenida Osvaldo Regino Ornellas, a cinco metros do rio e um metro acima do nível da via, mas mesmo assim foi invadido várias vezes pelas águas. "Já perdi muitas coisas, produtos, eletrodomésticos, era um sufoco. Mas agora, apesar da correnteza forte, o nível do rio continua o mesmo", afirmou.


Foram 48 anos assistindo ao sofrimento dos vizinhos e ajudando a quem precisasse. Nascido em Suzano, Aparecido de Moraes, 60, veio para Mogi das Cruzes e se instalou em Braz Cubas. "Cheguei aqui quando só existia mato, tinha até vacas pastando. Mas começaram a chegar as pessoas e, com elas, o lixo. Jogavam sofás, camas, cadeiras. Vi até porco morto nas águas. Quero que conservem assim, porque essa limpeza significa saúde", pontua.


Em Jundiapeba, a Avenida Lourenço de Souza Franco ficou cheia de água, com as bocas de lobo transbordando.


Seguindo pela Rua Equador, era possível ver, ainda na manhã de ontem, as travessas tomada por grandes poças e pelo barro, já que ali não há asfalto, dificultando ainda mais a passagem dos pedestres que se equilibravam com o guarda-chuva em mãos. Da ponte de Avenida Anchieta se observava o nível do Rio Jundiaí subindo.


A Defesa Civil de Mogi não registrou nenhum incidente mais grave, mas foi acionada por causa da queda de várias árvores.


De acordo com o coordenador, major Valdir de Oliveira, a equipe atendeu a um chamado de casa inundada no Jardim Piatã II, porém, a situação foi controlada.I


Fonte:O Diário de Mogi