sábado, 10 de dezembro de 2011

Caso está superado, diz Pimentel


CONFIANÇA O ministro Fernando Pimentel afirma que está “tranquilíssimo” sobre as denúncias


BUENOS AIRES
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, afirmou ontem que está "tranquilíssimo" sobre as denúncias de favorecimento a empresas privadas, das quais vem sendo alvo nos últimos dias. Antes de entrar numa reunião com sua colega argentina, Débora Giorgi, em Buenos Aires, onde desembarcou no fim da manhã, Pimentel tentou evitar o assunto.


"Já falei o suficiente sobre isso. Já dei as explicações que tinham de ser dadas e eu tenho certeza de que esse episódio está superado", disse Pimentel, ao responder sobre a reunião que manteve ontem com a presidente Dilma Rousseff.


Pimentel afirmou "que não há necessidade" de ir ao Congresso para prestar depoimento sobre as denúncias. Mas ressalvou: "Evidentemente, se o Congresso convocar eu tenho de ir porque a obrigação dos ministros é atender às convocações do Congresso".


Acompanhado pelo secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Alessandro Teixeira, e pelo assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, Pimentel participou de reunião com funcionários argentinos para "abrir uma negociação de curso mais longo para chegar a construir um mecanismo efetivo de integração produtiva entre a economia brasileira e a economia argentina", segundo explicou.


Ele disse que esse é o primeiro encontro de ambas as equipes após a decisão das presidentes Dilma Rousseff e Cristina Kirchner, tomada na semana passada, em Caracas, de criar um mecanismo de integração das indústrias dos dois países.


Pimentel afirmou que as disputas comerciais na relação bilateral também serão discutidas no encontro. Na última reunião de Pimentel com Giorgi, em Buenos Aires, em fevereiro, ele recebeu a promessa da argentina de não demorar mais de 60 dias para liberar a entrada de produtos brasileiros no mercado argentino.


Jogo político


Frustrado pela persistência das denúncias sobre as atividades de sua empresa de consultoria e sobre os contratos assinados em sua gestão na Prefeitura de Belo Horizonte, o ministro Fernando Pimentel criticou abertamente o "jogo político pesado" que estaria sendo realizado contra ele. Em carta divulgada em seu site, Pimentel não cita nomes, mas insinua que adversários alimentam uma campanha contra ele.


Minutos depois de o jornal "O Estado de S. Paulo" ter acesso ao texto, trechos da mensagem foram apagados e o tom do contra-ataque, reduzido.


Foi a primeira manifestação pública do ministro sobre as suspeitas de que ele seria alvo de "fogo amigo" de setores do PT mineiro descontentes com suas articulações políticas ou de nomes do PSDB que tentariam enfraquecê-lo. Petistas e tucanos, que integram uma aliança política na capital mineira, atribuem uns aos outros a autoria das denúncias. Até hoje, o ministro se limitara a justificar o trabalho da P-21 Consultoria e Projetos.


"Os fatos que apresentei e as explicações que prestei (…) são acachapantes, não a onda de suspeições que acaba emergindo em meio a um jogo político pesado", escreveu o ministro, na versão inicial da carta.


Fonte:O Diário de Mogi