DIÁRIO DO ALTO TIETÊ
Santa Isabel
Matéria publicada em 23/11/11
Aterro no limite
Mais quatro cidades lançam lixo no Anaconda, diz Cetesb
Órgão revelou que desde abril parte dos resíduos são enviados para este depósito, mas que prazo acaba dia 30
Ariane Noronha
Da Redação
Daniel Carvalho
Problema: Local recebe mais lixo do que o permitido
A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) afirmou ao Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (Comdema) de Santa Isabel que Suzano, Itaquaquecetuba, Poá e Ferraz de Vasconcelos encaminham parte dos resíduos para o aterro sanitário Anaconda Ambiental Empreendimentos. O despejo faz com que ultrapasse a capacidade permitida do local de até 500 toneladas por dia. Após a liberação, a área está recebendo pelo menos 980 toneladas diariamente. Isto porque as quatro cidades têm permissão para depositar juntas 480 toneladas por dia. O prazo da autorização destes municípios termina no próximo dia 30.
Estas cidades depositam o restante dos resíduos produzidos pelo município no aterro sanitário CDR Pedreira, em São Paulo. Conforme informações da assessoria de Imprensa da Cetesb, após o dia 30, todo o lixo destas localidades serão encaminhados para somente ao CDR.
Santa Isabel já recebe os resíduos domiciliares destes quatro municípios desde abril deste ano, segundo disse a Cetesb. No entanto, a informação inicial era de que apenas Mogi das Cruzes, Arujá, Salesópolis e Biritiba Mirim enviavam o lixo para o Anaconda e que os demais municípios mandavam tudo para o CDR.
O presidente do Comdema de Santa Isabel, Valmir dos Santos, não está satisfeito com o retorno dado pela Cetesb quanto a atual situação do Anaconda. Para ele, o município está sendo muito prejudicado com a grande transição de caminhões das oito cidades, bem como a quantidade de disposição de resíduos no aterro. "Recebemos mais quantidade de lixo do que a capacidade permite. A Cetesb se baseia nas informações que os proprietários do Anaconda dão quanto a quantidade de resíduos que entram e saem do município, o que não nos garante nada", disse.
O presidente do Comdema opinou que "dentro dessa situação emergencial, a Cetesb não está fazendo a fiscalização adequada". Outro agravante seria a ampliação do horário de circulação dos caminhões pelo próprio órgão estadual. O que antes era das 7 às 18 horas, agora passa a funcionar até as 22 horas. Para Santos, ainda sim a empreiteira estaria ultrapassando o horário permitido. "A própria Anaconda descumpre o horário, pois vemos caminhões circulando de madrugada. Fica difícil, nessas condições, saber também o que eles estão trazendo para cá", conclui ao ratificar que estuda pedir compensações ambientais para os possíveis danos causados em reunião do conselho a ser marcada.
Fonte:Gustavo Ferreira Ferreira
