quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Juiz quer agilizar investigações

IVAN CARVALHO
Especial para O Diário
O juiz Gioia Perini, responsável pelo caso das irmãs Renata e Roberta Yoshifusa, pede agilidade no processo de investigação. A preocupação com a rapidez nas apurações deve-se ao fato do réu confesso, o pintor Antônio Carlos Rodrigues da Silva Júnior, ainda estar em prisão temporária, podendo posteriormente responder em liberdade. Para que isso não aconteça, os depoimentos e a reunião de provas e informações sobre o assassinato devem ser entregues em 20 dias. Os laudos do Instituto Médico Legal (IML), que apontarão se houve ou não estupro - uma das principais peças para julgar o caso -, devem sair apenas na próxima semana.


Além disso, para que o pintor seja julgado, ele precisa estar protegido por um advogado. Mas como o réu e a família ainda não entraram com pedido de defesa, o Estado é obrigado a oferecer este profissional, que será nomeado pela Defensoria Pública de Mogi.


"Em casos de grande repercussão, alguns advogados se habilitam a cuidar do caso para se promoveram profissionalmente. Mas, em último caso, haverá uma ‘espécie’ de sorteio eletrônico no sistema da Defensoria", explicou o defensor público, Gediel Claudino de Araújo Júnior.


Segundo o juiz Gioia Perini, é muito cedo para autorizar o pedido de defesa do réu. "O caso ainda está em fase de investigação. Mas se ele declarar que não tem condições financeiras, iremos enviar um ofício à Defensoria", disse.


Caso


No último dia 11, as irmãs Renata de Cássia Yoshifusa, de 21 anos, e Roberta Yuri Yoshifusa, de 16 anos, foram assassinadas dentro da casa onde viviam com a família, na Vila Oliveira.


O pintor Antônio Carlos Rodrigues da Silva Júnior, de 30 anos, confessou à Polícia a autoria dos homicídios um dia após o crime. 


Ele teria dito ao delegado que matou primeiro a irmã mais velha, que estava na cozinha, no andar térreo da casa. Segundo o pintor, os dois conversavam quando ele decidiu pegar uma faca e cortar o pescoço da vítima. 


Silva Júnior disse ao delegado que, enquanto ele matava a irmã mais velha, a caçula estava jogando videogame e ouvindo música alta no andar de cima. A irmã mais nova foi morta quando desceu à cozinha. Os dois crimes aconteceram em um período de aproximadamente 45 minutos.


Antes de confessar os assassinatos, o pintor chegou a afirmar que três homens haviam entrado na casa, cometido os assassinatos e o esfaqueado. A versão foi desmentida pela perícia, que concluiu não existir pegadas de outras pessoas no imóvel, a não ser as das vítimas e do suspeito.


A irmã mais velha, de 21 anos, era estagiária do juiz, que teve a sala invadida na mesma noite dos assassinatos. No crime, três foram baleados. O delegado descartou uma possível ligação entre a morte das irmãs Yoshifusa e o ataque ao Fórum de Mogi das Cruzes e também afastou a possibilidade de o crime ter sido motivado por vingança.


Além de homicídio, o suspeito também deve responder por crime de estupro.


Fonte:O Diário de Mogi