terça-feira, 27 de setembro de 2011

AL/SP apoia investigar propina

MUDANÇA Bruno Covas volta atrás e diz que não recebeu propina


SÃO PAULO


O colégio de líderes da Assembleia Legislativa decidiu, em reunião extraordinária, apoiar a investigação, no Conselho de Ética, da acusação de venda de emendas parlamentares. A denúncia, revelada pelo jornal "O Estado de S. Paulo", foi feita pelo deputado Roque Barbiere (PTB), segundo quem "de 25% a 30%" dos deputados estaduais "vivem e enriquecem" vendendo emendas.


Todos os líderes de partido deliberaram pelo apoio à representação protocolada na sexta-feira pelo deputado Carlos Giannazi (PSOL), que pede que o conselho investigue o caso. Com isso, a Mesa Diretora da Assembleia optou por não entrar com outra representação, como pretendia na semana passada.


Barbiere - que na sexta-feira afirmou à TV TEM, afiliada da Rede Globo no interior de São Paulo, que tem provas e poderá apresentar até três nomes de deputados que estariam vendendo emendas - deverá ser efetivamente convocado para depor no Legislativo paulista.


"O posicionamento da Casa é de esclarecimento. Todos nós estamos desejosos de que esse assunto seja esclarecido o mais rapidamente possível. Incomoda a Casa toda a permanência do assunto como ele se encontra", afirmou o presidente da Assembleia, Barros Munhoz (PSDB), na saída da reunião.


Segundo ele, as denúncias seriam investigadas mesmo que o PSOL não houvesse protocolado o requerimento, em virtude "da publicidade que foi dada ao assunto". O presidente da Assembleia afirmou ainda que a investigação do Conselho de Ética deve durar entre 30 e 60 dias. "É difícil precisar, isso vai caber ao conselho. Mas acredito que em 30, 60 dias no máximo, isso esteja resolvido".


Para Giannazi, o clima entre todos os partidos é pela investigação. De acordo com ele, as acusações de Barbieri puseram a Casa toda sob suspeição. "A denúncia do deputado Barbiere põe em xeque a lisura de todos os parlamentares. Todos os líderes querem algum tipo de resposta", disse o líder do PSOL.


Hoje o presidente do Conselho de Ética, Hélio Nishimoto (PSDB), assina um requerimento convocando os membros do órgão - que, por não ser permanente, precisa ser chamado. O documento deverá ser publicada no Diário Oficial de amanhã e o conselho deve se reunir na quinta-feira. O líder do PT, Ênio Tatto, afirmou que instruiria o vice-presidente do órgão, Marco Aurélio de Souza (PT), a fazer o requerimento caso Nishimoto não o faça.


O Conselho de Ética é composto por nove integrantes, dos quais sete são da base governista: além de Nishimoto, Ary Fossen (PSDB), Alex Manente (PPS), Campos Machado (PTB), André Soares (DEM), Dilmo dos Santos (PV) e José Bittencourt (PDT). Apenas Marco Aurélio Souza e Luiz Cláudio Marcolino (PT) integram a oposição.


Foi a segunda entrevista de Barbiere que selou o apoio de toda a Casa à convocação dele no conselho. Antes, havia ainda a expectativa de que ele pudesse voltar atrás em suas declarações. "Ele tinha como se justificar. Podia se retratar, podia afirmar que foi mal interpretado e se referia a algum procedimento lícito. Mas agora não dá pra voltar atrás", afirmou um deputado da base do governo que acompanha de perto o caso.


Fonte:O Diário de Mogi