sábado, 31 de março de 2012

Estudo resgata história de represa



COMUNIDADE Projeto levará as descobertas feitas na Represa de Taiaçupeba a escolas de Mogi e Suzano


SILVIA CHIMELLO


ESPECIAL PARA O DIÁRIO
Resgatar o valor histórico, manter a herança cultural e preservar a memória. Estes são alguns dos objetivos do projeto arqueológico, que vem sendo desenvolvido pelo Núcleo de Arqueologia da Universidade Braz Cubas nas áreas de ampliação da Represa de Taiaçupeba, antes que sejam tomadas pelas águas que irão inundar o local em breve.


As duas arqueólogas responsáveis pelo Núcleo, Viviam Fernandes Yamashita e Nair Tanabe Tomiyama, estão fazendo uma varredura da área, com escavações, buscas de materiais e de vestígios dos antepassados que viveram naquela região.


O local foi cenário de ocupação humana desde o período pré-colonial, sendo mencionado em tela pelo cientista Auguste de Saint-Hilaire (1822) em seus diários denominados Segunda Viagem do Rio de Janeiro, Minas e a São Paulo


O projeto de impacto ambiental foi solicitado pela Companhia de Saneamento do Estado de São Paulo (Sabesp), que pretende fazer uma ampla avaliação da área, de cerca de 850 hectares, antes de promover a inundação do local, que deve ocorrer nos próximos anos, em data ainda não divulgada. Depois de inundada a Represa vai ocupar uma área de 1.800 hectares.


De acordo com Vivian, os trabalhos são realizados por uma equipe multidisciplinar, que analisa todos os aspectos da região na busca de sítios arqueológicos, formada também por biólogos, engenheiros ambientais, historiadores e geógrafos. Ela conta que as pesquisas tiveram início na última semana e já foram encontrados alguns materiais, como fragmentos de cerâmicas e lítico (tipos de pedras), que já estão passando por análises detalhadas para saber a procedência.


As pesquisadoras estão desenvolvendo o chamado Programa de Prospecção Arqueológica e todo material recolhido é enviado para o Núcleo da UBC. O projeto é acompanhado de perto pelo Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Cultural (Iphan).


Paralelamente a isso, elas aplicam o Programa de Educação Patrimonial junto à comunidade, visando a divulgação e difusão da importância da herança cultural do local. Como a área compreende a divisa dos municípios de Mogi e Suzano e os trabalhos são feitos com os alunos com a comunidade das proximidades, os trabalhos, que serão promovidos durante todo o mês de abril e maio, compreendem a realização de palestras, oficinas arqueológicas e de memória, roteiros de observação, distribuição de materiais, entre outras atividades.


As escolas de Mogi que receberão o projeto são a EM Cecília de Souza Lima Vianna, de Taiaçupeba, e da EM Wanda Almeida Trandafilov, do Parque São Martinho.


Em Suzano, as atividades acontecem na escola Escola Estaduak Roberto Bianchi, localizada no bairro Ipelândia. Durante a execução do programa devem ser realizadas atividades em outras escolas e instituições do município.


Fonte:O Diário de Mogi