sábado, 31 de março de 2012

DEM já ameaça expulsar senador



PRESSÃO Para o deputado ACM Neto, partido poderá abrir um processo de expulsão de Demóstenes
BRASÍLIA
O líder do Democratas na Câmara dos Deputados, Antonio Carlos Magalhães Neto (BA), afirmou ontem que a situação política do ex-líder da bancada no Senado Demóstenes Torres (GO) se "agravou" com a divulgação de novos grampos telefônicos feitos pela Polícia Federal que revelam uma relação do parlamentar com o empresário do ramo de jogos de azar Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. "A situação de Demóstenes se agravou", disse ACM Neto à Agência Estado.


Para o deputado baiano, se Demóstenes não apresentar explicações "contundentes" e "convincentes" até terça-feira, o partido abrirá um processo de expulsão de Demóstenes. "Se ele não for contundente e convincente, torna-se insustentável a permanência dele no partido", afirmou.


O líder da bancada da Câmara disse que não pedirá a Demóstenes que deixe o DEM por causa das denúncias, no caso de ele não as esclarecer. "Desfiliar-se ou não do partido é uma iniciativa que cabe a ele", afirmou ACM Neto.


Nos bastidores, porém, a cúpula partidária tem pressionado Demóstenes a deixar a legenda por conta própria. Querem evitar que as denúncias afetem a legenda. Acreditam que o senador não tem mais condições de esclarecer o relacionamento que teve com Cachoeira.


Ontem pela manhã, Neto e outros integrantes da cúpula encontraram-se com o ex-líder do Senado. Na conversa, Demóstenes disse que não sabia o que havia contra ele no inquérito em curso no Supremo Tribunal Federal (STF). Pediu o final de semana para analisar a investigação e só depois dar uma resposta definitiva.


O advogado do senador, Antonio Carlos de Almeida Castro, conseguiu cópia dos autos principal da investigação contra Demóstenes no STF. Ainda aguardava receber os apensos do inquérito, onde estão os grampos telefônicos que envolvem o senador. Ele afirmou que, nas conversas que teve com seu cliente por telefone ao longo do dia, o parlamentar não disse se vai deixar o DEM.


Já o advogado do senador Demóstenes, Antonio Carlos de Almeida Castro, disse que o senador não fala em renunciar ao mandato parlamentar. Castro, conhecido como Kakay, acabou de retirar, no Supremo Tribunal Federal (STF), o inquérito sobre o envolvimento de Demóstenes com o empresário do ramo dos jogos de azar Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Kakay disse que conversou cinco vezes ontem com Demóstenes, por telefone, e que em nenhum momento Demóstenes falou em renunciar.


"Ele não comentou nada comigo", disse o advogado, referindo-se às crescentes pressões da cúpula do partido para que Demóstenes deixe o DEM, sob o risco de ser expulso da legenda.


O advogado disse que agora vai analisar o material entregue pelo STF para estabelecer o caminho jurídico e político de defesa do senador. Kakay disse que só teve acesso aos autos principal do inquérito contra seu cliente. Afirmou que somente no início da noite teria acesso aos 50 DVDs dos apensos da investigação, nos quais estão as escutas telefônicas que envolveriam Demóstenes.


Fonte:O Diário de Mogi