domingo, 26 de fevereiro de 2012

Jet Ski Polícia vai ouvir Zé Cardoso sobre tragédia em Bertioga


Empresário e a esposa dele são intimados pelo delegado a prestar depoimentos sobre o caso
Jamile Santana
Da Reportagem Local
Erick Paiatto

Jet ski será testado na água durante a reconstituição que ocorrerá amanhã no período da tarde
O empresário José Augusto Cardoso e sua esposa Ana Júlia Campos Cardoso, presidente do PSDB em Suzano, padrinhos do adolescente de 13 anos que pilotava o jet ski que atropelou e matou Grazielly Almeida Lames, de 3 anos, em Bertioga, foram intimados a prestar depoimento ao delegado Maurício Barbosa Júnior, a partir da próxima terça-feira. A polícia confirmou que o empresário é o dono do veículo e teria autorizado o jovem a levar a embarcação para o mar. Amanhã, no início da tarde, a perícia deve analisar o jet ski na orla da praia, onde será feita a reconstituição do acidente. 
Segundo o delegado, o adolescente que prestou depoimento na sexta-feira passada disse que o padrinho é dono do veículo e teria autorizado que ele e outro adolescente levassem o veículo para a praia. Como eles não são habilitados teriam que esperar a chegada da madrinha, Ana Júlia, é que pilotaria o jet ski. O jovem teria desobedecido a ordem do padrinho, ligou o jet que apresentou um problema mecânico. "Ele disse que o jet parou e depois deu uma arrancada, derrubando ele e o outro adolescente no mar, seguindo sozinho até atingir a vítima", explicou o delegado. 
O delegado disse que o empresário pode ser indiciado pela chamada "responsabilidade solidária", ou seja, como proprietário do veículo e pessoa que autorizou o jovem a pilotar mesmo sem ser habilitado, ele assume, indiretamente, o risco de causar um acidente. No entanto, as penalidades devem ser decididas pelo judiciário. "Assim que eu ouvir o depoimento dos padrinhos passo todo o material coletado na investigação para o Ministério Público, que deve decidir a punição", explicou Maurício Barbosa. Na tarde de ontem, outras quatro testemunhas foram ouvidas. Todas são turistas de várias regiões do Estado que estavam no local no momento do acidente. 
O advogado de defesa da família de Grazielly, José Beraldo, afirmou que vai solicitar ao judiciário que os padrinhos sejam indiciados por homicídio com dolo eventual, a culpa inconsciente pelo crime. "Vou ainda mais além. Quero ainda que os responsáveis vão a júri popular, porque tiraram a vida de uma criança inocente e destruíram uma família. Como o adolescente não deve ser internado na Fundação Casa pelo ato infracional porque é protegido pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), alguém tem que responder por isso". 
Amanhã, no início da tarde, os peritos da Polícia Civil devem fazer a reconstituição do acidente, e testar o jet ski dentro da água. O adolescente não deve participar desta etapa do processo.


No sábado de carnaval, Grazielly estava com os pais Cirleide e Gilson Lames na praia de Guaratuba, em Bertioga. Momentos antes do acidente, a menina estava na beira do mar com a mãe, quando foi atingida pelo jet ski. Muito abalada, Cirleide disse que o socorro demorou a chegar. A tragédia causou comoção no País e até o caseiro da casa já prestou depoimento sobre o caso. 


Fonte:Mogi News