domingo, 20 de novembro de 2011

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Cidade - MOGI NEWS


Matéria publicada em 19/11/11
Não ao Lixão
Aloysio Nunes pedirá a Bruno Covas cancelamento de audiência pública - Senador prometeu falar com secretário estadual de Meio Ambiente como apoio a Mogi contra o Lixão
Noemia Alves 
Da reportagem local
Maurício Sumiya


Aloysio e autoridades visitaram as obras do hospital. O senador também garantiu que ajudará a cidade a obter mais recursos
O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB) reiterou ontem seu apoio a Mogi das Cruzes no repúdio ao projeto da Queiroz Galvão de implantar um aterro sanitário no distrito do Taboão. Em visita ao município ontem pela manhã, para acompanhar as obras de construção do Hospital "Waldemar Costa Filho", em Brás Cubas, o parlamentar prometeu agendar o quanto antes uma reunião com o secretário de Estado do Meio Ambiente e seu colega de partido, Bruno Covas, e convencê-lo de não marcar a audiência pública que discutirá o licenciamento ambiental do projeto, em trâmite na Cetesb. Aloysio Nunes quer ainda o cumprimento do prazo de 90 dias estabelecido pela Secretaria de Meio Ambiente para análise do relatório entregue pela Prefeitura de Mogi em repúdio ao empreendimento e que pode levar ao seu arquivamento definitivo. 
"Ainda hoje (ontem) estarei com o Bruno Covas em São Paulo para discutir esse assunto", disse. "Há anos a população de Mogi, assim como a Prefeitura, lutam contra a Queiroz Galvão, inclusive na Justiça, para não ter esse empreendimento instalado na cidade. E agora que foi apresentado um relatório municipal com argumentos técnicos que comprovam os problemas e danos ambientais que o Lixão pode trazer, o justo é que ele (relatório) seja analisado. Não dá para marcar a audiência sem o parecer do relatório entregue pela Prefeitura. Se o prazo foi de 90 dias, ele precisa ser cumprido", afirmou.


Na avaliação do senador, eleito com mais de 10,7 milhões de votos de eleitores de São Paulo, o projeto da Queiroz Galvão não pode colocar em risco a sobrevivência de um bairro de produtores agrícolas e fábricas que geram empregos e riqueza para Mogi e região. 
"Tem que achar um local para jogar o lixo, tem que ver tecnicamente, onde não seja prejudicial às pessoas que moram naquela área, que é um polo industrial", frisou.

O prefeito Marco Aurélio Bertaiolli (PSD) voltou a dizer ontem que "confia na palavra de Bruno Covas" e que a audiência não irá ocorrer. "O senador da República (Aloysio Nunes) é contra o aterro, o governador do Estado (Geraldo Alckmin) também. E a Prefeitura e toda a população de Mogi das Cruzes repudiam o empreendimento da Queiroz Galvão, então esse projeto já nasceu morto. Não há a mínima chance de a audiência ser marcada antes da análise do nosso relatório. É a palavra do secretário e eu confio nela", afirmou. 

Cidade - MOGI NEWSS




Matéria publicada em 19/11/11
Taboão
Relatório da Cetesb comprova degradação
Companhia ambiental, porém, não divulgou nomes dos empresários que mantêm atividades de exploração do solo do distrito mogiano do Taboão
Maurício Sumiya


Taboão é explorado por várias empresas mineradoras, entre elas a do empresário Raul Lerário, que cedeu terras para o Lixão
A Secretaria Estadual do Meio Ambiente e a Companhia Ambiental do Estado divulgaram, a pedido do Mogi News, um diagnóstico sobre as atividades de extração mineral no distrito industrial do Taboão, em Mogi das Cruzes. As informações transmitidas pela Assessoria de Imprensa da Secretaria Ambiental podem comprovar as denúncias feitas pelo Movimento Aterro Não, Prefeitura de Mogi e moradores do Taboão, sobre os estragos ambientais produzidos pelas mineradoras no distrito. 
Os dados da Cetesb reforçam também as avaliações de que o Taboão seria terra de ninguém, ou melhor, seria uma grande porção de terra do município mogiano onde quem manda são as empresas de mineração: de acordo com a Prefeitura, 23 empresas têm alvará municipal para extrair areia no Taboão.
Os números da administração municipal, entretanto, não batem com a relação de mineradores apresentada pela Cetesb. De acordo com a Cetesb, 14 empresas desenvolvem atividade de extração mineral no Taboão. 
Funcionamento ilegal, operação inadequada e processos de renovação de licença para continuidade de operação são os principais problemas das mineradoras do Taboão, segundo as poucas informações transmitidas pela Cetesb. Essas irregularidades resultaram na aplicação de diversos autos de infração e imposição de penalidades de advertência (AIIPA) e autos de infração e imposição de penalidade de multa (AIIPM). As informações divulgadas pela assessoria da Cetesb, porém, não contempla todos os questionamentos feitos jornal. A reportagem solicitou dados referentes à operação de todas as mineradoras instaladas no Taboão desde o ano 2000. Solicitou as datas de início e término das explorações ao longo dos últimos dez anos. Nenhuma data foi revelada pela Cetesb.


Também não forneceu nenhuma informação sobre as ações para a recuperação ambiental das empresas que tiveram autorização para explorar o subsolo nos últimos anos. Sobre o passivo ambiental, a companhia ambiental disse apenas que a recuperação das áreas degradadas deve acontecer durante a vida útil do empreendimento e que o setor de fiscalização monitora o trabalho de recuperação das áreas exploradas pelas empresas.


"Das empresas de mineração existentes no bairro do Taboão, a única que já encerrou suas atividades extrativas e concluiu a recuperação da área foi a empresa Itaquareia Indústria Extrativa de Minérios, no empreendimento denominado Porto 7", explicou a assessoria da Cetesb. Entre as informações passadas, não constam nominalmente os proprietários das mineradoras. Um dos empresários que atua na área é Raul Lerário, que cedeu 2 milhões de metros quadrados vizinhos a uma de suas mineradoras no Taboão para a empreiteira Queiroz Galvão, que quer instalar lá um aterro sanitário, rechaçado pelas autoridades do município e pela população mogiana.


No início dessa semana, a Comissão Permanente de Meio Ambiente, Urbanismo e Obras da Câmara de Mogi informou que pretende mandar ofício à Cetesb e cobrar esclarecimentos mais detalhados sobre quem degrada e como é feito o trabalho de recuperação das áreas exploradas. O gerente regional da companhia ambiental, Edson Santos, poderá ser chamado pelos vereadores. 


Fonte:Gustavo Ferreira Ferreira