domingo, 20 de novembro de 2011

Morte de irmãs Crimes provocam traumas familiares

Psicólogos falam sobre a extensão dos danos causados à família das garotas assassinadas na Vila Oliveira
Luana Nogueira
Da Reportagem Local
Divulgação

Renata e Roberta foram brutalmente assassinadas dentro de casa
Pouco mais de uma semana após o assassinato brutal das irmãs Renata e Roberta Yoshifusa, na Vila Oliveira, o que fica é a sensação de medo e a comoção das pessoas que acompanharam o caso de repercussão nacional. Psicólogos afirmam que por causa da tragédia, familiares e amigos das garotas podem passar pela síndrome do estresse pós-traumático. Nesse caso, uma depressão profunda pode se desenvolver. No entanto, eles alertam que cada pessoa reage de uma maneira individual diante da situação.


Quadro depressivo, paranóico e uma sensação de medo são alguns dos sintomas de quem sofre dessa síndrome. A psicóloga Vera Socci informou que é comum isso ocorrer em casos de fortes traumas. "A síndrome do estresse pós-traumático é desencadeada por todo ato de violência, que deixa uma sequela grande. Logicamente, afeta mais aos pais, irmãos e pessoas próximas da família, como amigos", explicou. 
Ela esclareceu que é necessário fazer um tratamento específico para cada pessoa, que pode ser acompanhado por medicamentos. "Não existe uma medida paliativa, é preciso tratar. Sabe-se que os pais estão sob efeito de sedativos, mas isso não vai resolver, só vai adiar o tratamento. É necessário procurar um processo psicoterápico. A perda já é um trauma, mas da forma que foi, com esta violência, deixa sequelas emocionais graves", argumentou. 
O psicólogo Agostinho Caporalli acredita que o tratamento no caso da família Yoshifusa levará algum tempo. "Eles vão precisar de tempo e acompanhamento psicológico. Perder um filho da forma como foi é terrível. Existe um sentimento grande de culpa. Esse pai deve estar revoltado e não vai confiar em ninguém. Essa mãe deve sentir desespero, desencanto e falta de vida. Enterrar um filho é difícil, mas eles enterram uma família, pois elas eram as únicas filhas", avaliou.


Caporalli disse que a parte psicológica pode desencadear doenças físicas. "O estresse pós-traumático é um impacto muito grande e pode se transformar em depressão profunda. Existem ainda doenças emocionais físicas provenientes desse quadro, como casos de diabetes e úlcera nervosa. Se a pessoas tiver uma pré-disposição, essas doenças podem se manifestar", esclareceu. 
Ele ressaltou que o principal trauma que fica nesse caso são os planos interrompidos. "São os pais que vão abrir a porta da casa e dos quartos e não vão encontrar as filhas. Eles tiveram os sonhos e projeções roubadas. A família ainda não tem outro filho para ajudar a dar o contraponto", acrescentou.


Fonte:Mogi News