SABRINA PACCA
Em 2013, as 10 cidades do Alto do Tietê terão 160 vereadores gastando, por ano, apenas com seus salários, ao menos R$ 11,2 milhões, levando-se em conta os subsídios atuais. Deste total, 45 parlamentares serão novos, o que representa, em vencimentos, R$ 3,1 milhões ao ano. O aumento de legisladores já foi definido em cada Câmara para "atender a uma exigência legal, baseado no número de habitantes", segundo seus presidentes. Estes 160 vereadores também terão uma média de 580 assessores, com vencimentos totais anuais de, no mínimo, R$ 15,5 milhões. As despesas ainda serão maiores por conta do aumento do número de gabinetes e, consequentemente, da quantidade de material de escritório, de combustível, luz, água e inclusive do cafezinho.
Mogi das Cruzes será o município com maior quantidade de representantes na Câmara. Hoje há 16. Em 2013 passarão a 23 parlamentares ganhando, cada um, certamente mais de R$ 8 mil ao mês e com direito a cinco assessores, cada, mais motorista. A estimativa inicial, não levando em conta o reajuste salarial que todos terão daqui a dois anos, é a de que o gasto com os subsídios dos legisladores da Cidade chegue a R$ 2,2 milhões no ano.
O presidente da Câmara de Mogi, Mauro Luís Claudino de Araújo (PMDB), já falou, por diversas vezes, que "os parlamentares a mais não representam gastos a mais e sim uma readequação do repasse do orçamento ao Legislativo". Ele admitiu que haverá necessidade de readequação do prédio para acomodar os novos vereadores e ainda previu a necessidade de cortes para que as despesas caibam na receita.
Já o presidente da Câmara de Santa Isabel, Silvio Adriano da Silva (PR), cujo número de vereadores passará de nove para 15, afirmou que já está em construção um novo complexo que abrigará os parlamentares em 2013. Cada um deles, naquele município, tem direto a oito assessores de gabinete, a maior quantidade entre as câmaras da Região. Hoje, o vereador de Santa Isabel recebe, por mês, R$ 3,8 mil, o que dará, em média, um gasto de R$ R$ 741 mil somente com os salários deles.
Ferraz de Vasconcelos passará a ter 17 vereadores em 2013, cinco a mais do que atualmente. "Nós vamos reformar o prédio para adequar os gabinetes. Aliás, um prédio novo está no papel e vamos, se Deus quiser, realizar esta obra", explicou o presidente do Legislativo, Edson Cury (PSB). A projeção de gastos com os subsídios da totalidade de vereadores de Ferraz será de R$ 1,3 milhão.
Para o presidente do Legislativo de Arujá, Abel Franco Larini (PR), com o aumento dos vereadores que, naquela cidade, passará de 10 para 15, cortes deverão ser feitos. "Hoje, cada um tem direito a três assessores e provavelmente precisaremos baixar este número para nos adequarmos ao orçamento", comentou o presidente. O salário atual de cada vereador, em Arujá, é de R$ 5 mil por mês.
Suzano, em dois anos, passará a contar com sete vereadores a mais do que hoje: serão 21 ao todo, custando aos cofres públicos um total de R$ 1,6 milhão, ao ano, somente com subsídios. "Fazer economia é a nossa obrigação. Teremos que apertar as coisas para receber estes sete novos parlamentares e vamos fazer isso", destacou o presidente José Izaqueu Rangel (PSDB).
Em Poá, a situação não será diferente das demais cidades da Região. A quantidade de vereadores também aumentará de 11 para 17, ganhando, cada um deles, ao mês, R$ 6 mil, o que dará, em um ano, um total de R$ 1,3 milhão, sem levar em conta que os salários serão reajustados nestes próximos anos. Naquele município, cada parlamentar pode ter três assessores.
Por fim, em Itaquaquecetuba, o aumento de parlamentares também já foi definido. Serão 19 em 2013, ao contrário dos 17 atuais, com subsídios de, no mínimo, R$ 7,4 mil ao mês, para cada um, o que representará um custo de R$ 1,8 milhão ao ano, somente em salários dos legisladores, contando com o 13º.
Fonte:O Diário de Mogi
