quinta-feira, 29 de setembro de 2011

O Conselho de Ética da Câmara arquivou, por 16 votos a 2, o caso do deputado Valdemar Costa Neto

Valdemar tem processo arquivado
Foto: Agência Câmara
CÂMARA Araújo e Costa Neto durante reunião do Conselho de Ética


BRASÍLIA
O Conselho de Ética da Câmara arquivou, por 16 votos a 2, o caso do deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP) sem sequer abrir investigação. O relator, Fernando Francischini (PSDB-PR), pediu ao colegiado a abertura do processo, mas seus colegas decidiram que não por que investigar Costa Neto.


O PR mobilizou suas principais lideranças na Casa para acompanhar a sessão, como o líder, Lincoln Portela (MG), e o vice-líder do governo, Luciano Castro (PR-RR). A base aliada fez coro com o argumento da defesa de Costa Neto de que não havia nada a investigar. "Não se pode banalizar o Conselho de Ética. Não se pode sempre que sair acusação na imprensa trazer para cá", disse Amaury Teixeira (PT-BA). "Essa representação é pirotecnia, denuncismo barato", afirmou Wladimir Costa (PMDB-PA).


Costa Neto foi levado ao Conselho de Ética pelo PSOL e o PPS. Os partidos reuniram denúncias veiculadas pela imprensa que apontam a participação do deputado em reuniões no Ministério dos Transportes nas quais se pedia a empresários o pagamento de propina para a liberação de recursos.


Fonte:O Diário de Mogi


Consta também do pedido de investigação um vídeo no qual Costa Neto negocia a liberação de recursos do Ministério para que o deputado Davi Alves Silva Júnior ingresse no PR. A representação também traz um trecho de entrevista de Costa Neto a uma rádio de Mogi das Cruzes na qual ele diz "querer" uma diretoria de um banco público para ajudar aliados a liberar verbas. Um aditamento incluiu ainda no escopo da investigação a denúncia de fraudes na "Feira da Madrugada" em São Paulo.


Para o relator do caso, a investigação deveria ter sido aberta. "Em tese, todos os fatos podem se enquadrar no quadro de abuso de prerrogativa ou percepção de vantagens indevidas", disse Francischini.


Costa Neto aproveitou o clima favorável entre os membros do Conselho e fez sua defesa pessoalmente durante 15 minutos. Rebateu cada ponto da acusação e disse não haver nada que desabone sua conduta. Atribuiu as denúncias ao aproveitamento de uma crise política. O advogado dele, Marcelo Bessa, reforçou os pontos da defesa e destacou que não podia se abrir investigação sobre o "nada".


Francischini rebateu o argumento lembrando a crise que levou à demissão de diversas pessoas da cúpula do Ministério dos Transportes. "Se não existe nada nos Transportes porque a presidente Dilma demitiu o ministro e 20 integrantes da cúpula?", questionou o tucano. A declaração provocou reação dos partidários de Costa Neto. O líder, Lincoln Portela, destacou que foi Alfredo Nascimento quem pediu demissão e defendeu a gestão do partido na pasta.


Fonte:Mogi News