quinta-feira, 12 de abril de 2012

Radioterapia Restrição vai afetar 6 mil pacientes que tratam câncer


Até 2013, eles terão de ir ao Instituto do Câncer, em São Paulo, para fazer radioterapia
Noemia Alves
Da Reportagem Local
Jorge Moraes

Com o descredenciamento, que poderá ocorrer em breve, situação de pacientes fica complicada
A reformulação do sistema de atendimento e tratamento de câncer no Alto Tietê, proposta pelo governo do Estado, colocará em risco cerca de 6 mil pacientes com a doença. O alerta é do médico oncologista e fundador do Centro Oncológico e Hospital do Câncer de Mogi, Flávio Isaías Rodrigues. Segundo ele, este é o número de pessoas que estão ou devem necessitar do serviço de radioterapia até 2013, quando o Hospital Luzia de Pinho Melo deverá contar com um equipamento destinado a este fim. A unidade, segundo anunciou o secretário de Saúde, Giovanni Guido Cerri, receberá R$ 10 milhões para promover atendimento ambulatorial de oncologia, além de quimioterapia, num prazo de até três meses. Contudo, o tratamento de radioterapia - normalmente realizado após cirurgia de retirada do tumor e que serve para "bloqueio" da doença - só deverá ocorrer em 2013. Até lá, pacientes terão de viajar até o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), na capital. 
"Os números são da própria Secretaria de Saúde, e se referem à projeção de pacientes que estão ingressando no Sistema Único de Saúde (SUS) com novo diagnóstico de câncer, que vão passar por cirurgia", afirma Flávio Isaías. Para ele, que detém o serviço na cidade, mas que por causa do processo administrativo aberto pelo Estado só pode atender convênios e particulares, a decisão da Secretaria de Estado da Saúde de enviar pacientes até a capital trará graves consequências ao tratamento da doença. "Muitos pacientes vão morrer à espera de uma vaga. Isso sem contar que a radioterapia é o tratamento mais agressivo, que gera maior reação e desconforto ao paciente", disse.


Até ontem à tarde, Rodrigues aguardava a manifestação oficial da Secretaria de Estado da Saúde sobre o pedido para o descredenciamento do SUS pelo Ministério da Saúde. "Até agora não veio nada: nem comunicado, e-mail ou sinal de fumaça. O problema é que, ainda assim, não podemos atender, porque o Estado está recusando todos os pedidos de medicamentos e injeções para reposição de hormônios que estamos solicitando para manter o tratamento dos pacientes antigos. Já são mais de dez pacientes que estão nessas condições de ficar sem medicamento e correm o risco de voltar a ter a doença", denunciou o médico. 
A Secretaria de Estado da Saúde informou, por meio de nota encaminhada pela Assessoria de Imprensa, que "enquanto o Centro Oncológico de Mogi das Cruzes não for descredenciado do SUS (Sistema Único da Saúde) pelo Ministério da Saúde, o contrato com a pasta continua vigente. Portanto, a unidade deve continuar realizando os procedimentos contratados para os antigos pacientes, como é o caso da reposição de hormônios. Para os novos pacientes, o procedimento está sendo realizado no Icesp". A secretaria, inclusive, afirmou que o Centro Oncológico deverá ser notificado do descredenciamento nos próximos dias.


Fonte:Mogi News