sábado, 17 de março de 2012

Real Park Montemór defende o "toque de recolher"


Promotor e presidente do Conselho Deliberativo do Real Park, Ricardo Montemór explica que medida foi adotada para "evitar maiores problemas"
Cleber Lazo
Da Reportagem Local
Daniel Carvalho
 
Desde o fim de fevereiro, a permanência de visitantes e moradores nas áreas comuns e de lazer do Real Park é permitida até às 22 horas
O promotor de Justiça Ricardo Montemór, presidente do Conselho Deliberativo da Associação de Moradores do Real Park, condomínio de luxo de Mogi das Cruzes, defendeu o "toque de recolher" implantado no local há cerca de duas semanas. Segundo ele, a medida foi adotada para "evitar maiores problemas". Um comunicado que detalha a decisão foi distribuído aos condôminos.


Desde o fim de fevereiro, a permanência de visitantes e moradores nas áreas comuns e de lazer do residencial é permitida somente até às 22 horas. Após este horário é preciso "se recolher" à residência do morador que autorizou a entrada. O descumprimento pode gerar multa.


"A grande maioria dos moradores concordou com a medida e até parabenizou a iniciativa", disse Montemór. "Quem estiver descontente que compareça à próxima assembleia e faça os questionamentos necessários. A medida recebeu aprovação unânime de todos os participantes da reunião que definiu pelo regramento", afirmou o promotor. Além do "toque de recolher", a entrada de visitantes no condomínio passou a ser permitida apenas se "o dono do imóvel ou locador legal ir pessoalmente à portaria. Não serão aceitas liberações de filhos ou agregados, sendo eles maiores ou menores".


Montemór confirmou que a restrição foi motivada após algumas festas realizadas dentro do condomínio, que se prolongavam até a madrugada e chegaram a reunir cerca de 150 adolescentes. Segundo o presidente do conselho, três eventos com um grande acúmulo de jovens foram realizados no intervalo de tempo de dois meses e após o "toque de recolher", os moradores do entorno da área de lazer voltaram a ter tranquilidade. "Desconheço a aplicação de multa pelo descumprimento, prova que a iniciativa teve resultado prático muito positivo", salientou.


"A medida é legal. A decisão dos moradores do condomínio é soberana", destacou o promotor de Justiça. "Vamos fazer algumas palestras com os jovens moradores para esclarecer os motivos que levaram ao controle mais rígido de acesso e a decisão de estabelecer o horário, além de orientar sobre a importância dos limites", adiantou.


A opinião é rebatida pelo advogado e juiz aposentado Paulo Passos. Articulista do Mogi News, ele foi o responsável por denunciar o toque de recolher e avalia como "ilegal, na contramão dos tempos atuais, desrespeito à postura judicial e ato reprovável".


Afastamento 
O promotor negou que o afastamento do ex-presidente da associação de moradores, Walter Argentino, e outros dois diretores, tenham relação com a polêmica decisão. "O Argentino é um maiores defensores da medida", garantiu. O novo presidente era o secretário-geral da associação Marcos Nascimento. 
O Real Park conta com cerca de 550 imóveis e aproximadamente 2 mil famílias. As residências existentes no local chegam a custar mais de R$ 1 milhão.


Fonte:Mogi News