Trecho da estrada que agora precisa dos trabalhos de manutenção vai de Mogi das Cruzes até cidade litorânea
Cleber Lazo
Da Reportagem Local
Mayara de Paula
Solo de Mogi e da região é arenoso, por isso encharca mais rápido, favorecendo os deslizamentos e afundamento de pistas
O Departamento de Estradas de Rodagem (DER) vai realizar obras emergenciais de recuperação de taludes do km 76 ao km 89 da rodovia Mogi-Bertioga (SP-98). O trecho que receberá os trabalhos de manutenção passa por três cidades: Mogi das Cruzes, Biritiba Mirim e Bertioga.
As obras serão executadas pela empresa S.A Paulista. Um edital foi publicado no Diário Oficial de ontem. De acordo com a publicação, o prazo para a conclusão dos serviços será de seis meses. As obras estão orçadas em R$ 11,4 milhões. Taludes são rampas inclinadas na base de um morro ou na encosta de um vale para conter o processo de erosão. A função principal da empresa contratada é garantir a estabilidade do aterro. A medida é necessária uma vez que o solo de Mogi e região é arenoso e encharca mais rápido, favorecendo os deslizamentos e o afundamento das pistas.
Esta não será a primeira vez que a S.A. Paulista e o DER assinam um contrato para realizar este tipo de serviço na Mogi-Bertioga. Em fevereiro de 2010, um contrato extremamente semelhante foi assinado. Até o valor e o tempo da obra são os mesmo.
Na ocasião, 18 pontos da rodovia foram selecionados para passar pelo processo de recuperação do talude. Inclusive, até aquele momento, os dois pontos mais críticos da via, os quilômetros 88,9 e 89,1, locais onde ocorreram deslizamentos de terra em grandes proporções no final de 2009.
A pista, em ambos os sentidos, ficou fechada por 22 dias de dezembro daquele ano. Os motoristas que precisavam fazer o trajeto foram obrigados a completar a viagem por outras rodovias, o que gerou uma série de transtornos.
A barreira no quilômetro 89,1 desabou em decorrência das fortes chuvas. Pedras, árvores e muita terra tomaram conta da rodovia nas duas direções. A Mogi-Bertioga ficou bloqueada numa extensão de aproximadamente 150 metros.
E para executar os serviços de remoção dos materiais, novamente a empresa S.A. Paulista foi contratada pelo DER, órgão ligado à Secretaria de Estado dos Transportes. A companhia retirou cerca de 10 mil toneladas de materiais geológicos e realizou uma série de explosões de pedras que chegaram a pesar 90 toneladas. Posteriormente, construiu dois muros de contenção: um no quilômetro 88,9 e outro no quilômetro 89,1.
Dias antes do desabamento, a S.A. Paulista já havia assinado um contrato, emergencial, para recuperar os mesmos trechos que dias depois foram destruídos com o desabamento.
Os deslizamentos de terra, segundo especialistas, ocorrem com a soma de três fatores: a interferência humana no meio ambiente, a ausência de projetos e a falta de fiscalização.
Fonte:Mogi News
