DANILO SANS
Com a reintegração de um terreno ao poder público, a Prefeitura de Mogi das Cruzes colocou um ponto final na discussão entre os frequentadores da Praça Paulo Kobayashi, no Parque Santana, e a Associação de Pais e Amigos dos Portadores de Fissuras Lábio-Palatais (Apafi).
O problema começou quando a entidade cercou parte da área, que havia sido doada pela Administração Municipal, para a construção da nova sede. Um abaixo-assinado com 500 adesões foi feito para solicitar a suspensão da obra, que dava sinais de que seria iniciada.
A doação ocorreu em 2004, época em que a Praça ainda não contava com a atual estrutura - incluindo uma academia para a terceira idade. Entretanto, a briga só começou em meados de setembro do ano passado, quando o terreno foi cercado para o início das construções, após sete anos.
Dias depois da instalação das cercas, a Prefeitura realizou uma reunião com os representantes da Apafi na tentativa de encontrar outra área onde a sede pudesse ser construída. Sem acordo, o local passou a receber materiais de construção, como areia, pedra e tijolos. Um poste padrão para medição de luz e a estrutura para instalação do hidrômetro chegaram a ser instalados e ainda estão no local, indicando que ali deveria ser o número 462 da Avenida Jardelina de Almeida Lopes.
Em todas as ações da Prefeitura com o objetivo de reaver o espaço doado, a presidente da entidade, Maria Eugênia Alckmin Claudino, se mostrou contrária, até mesmo pela valorização que o terreno ganhou durante os últimos anos. Mas desta última vez, procurada pela reportagem, Maria Eugênia disse apenas que "não gostaria de dar declarações sobre o ocorrido". Ela também não respondeu se pretende pleitear a retomada da área na Justiça.
O vereador Pedro Komura, que esteve à frente do abaixo-assinado entregue em outubro, avalia que a ação representa uma vitória aos usuários da Praça, que "perderiam muito com um muro cobrindo boa parte da área de lazer".
Segundo ele, "o pessoal que utiliza a Praça está muito contente". Além disso, uma nova reivindicação já surgiu: "Os usuários querem agora que a Prefeitura transforme o terreno em uma pista para que as crianças possam andar de bicicleta com mais segurança, já que nos horário de maior movimentação, os ciclistas e pedestres compartilham a pista de caminhada da Praça".
Por meio da Coordenadoria de Comunicação, a Prefeitura explica que houve um acordo com a Apafi e que o documento formalizando a devolução do terreno deve ser assinado nos próximos dias pelo prefeito Marco Bertaiolli.
Em contrapartida, a entidade deve firmar um convênio com o Município para desenvolvimento de suas atividades em área localizada na Rua Capitão Arcílio Rizzi, esquina com a Edwald Muhleise, no Jardim São Pedro, em César de Souza. Para isso, a Apafi deverá utilizar o terreno exclusivamente para o fim especificado e também zelar pela guarda, limpeza e conservação do local.
Fonte:O Diário de Mogi
