quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Capitão de navio em prisão domiciliar



PREOCUPAÇÃO Governo teme que 2.000 t de combustível do navio vazem e gerem desastre ambiental


TOSCANA
A promotoria da província de Grosseto, na região da Toscana (Itália central) determinou ontem que Francesco Schettino, de 52 anos, capitão do navio Costa Concordia, que naufragou na sexta-feira passada perto da ilha de Giglio, ficará em prisão domiciliar em Meta di Sorrento, perto de Nápoles (sul), enquanto avança o processo judiciário. O naufrágio da embarcação, que transportava 4.200 pessoas, deixou pelo menos 11 mortos e 23 pessoas estão desaparecidas.


Schettino foi acusado de homicídio culposo (quando não há a intenção de matar), naufrágio e abandono do navio que comandava. Ele se declarou inocente. Se considerado culpado, poderá ser sentenciado a até 15 anos de prisão.


Ontem, a Capitania do Porto de Livorno divulgou um diálogo chocante entre Schettino, que abandonou o navio logo após o naufrágio, e o chefe da Capitania de Livorno, Gregorio De Falco, que insistia para o capitão voltar ao navio e resgatar sobreviventes.


Schettino negou no tribunal as acusações de que abandonou a embarcação. "O capitão defendeu seu papel na direção do navio após a colisão, o que na visão dele salvou centenas, senão milhares de vidas", disse Bruno Leporatti, advogado de Schettino. "O capitão especificou que ele não abandonou o navio", disse Leporatti à agência France Presse (AFP).


Segundo o promotor de Justiça da província de Grosseto, Francesco Verusio, "no momento as acusações contra Schettino são de homicídio culposo (sem a intenção de matar) múltiplo, naufrágio e abandono de navio". O promotor disse à agência Ansa da Itália que Schettino se arrisca a uma pena máxima de 15 anos de prisão. Ele decretou a prisão domiciliar do acusado.


Verusio disse que com os cinco corpos encontrados ontem, o que elevou a 11 o total de mortos no naufrágio, podem existir ainda 23 desaparecidos. Quatro corpos encontrados são de homens e o quinto é de uma mulher na faixa dos 50 a 60 anos.


As autópsias dos corpos serão feitas hoje no Hospital de Orbetello, na província de Siena. Equipes de socorro da Guarda Costeira trabalham com pressa e contra o tempo, porque o clima deverá piorar hoje perto da ilha de Giglio, onde a embarcação está encalhada. Ainda existem chances de sobreviventes serem encontrados mas elas são remotas.


O ministro do Meio Ambiente da Itália, Corrado Clini, disse à Ansa que o governo poderá declarar Estado de emergência na costa da Toscana nas próximas horas.


O governo teme que 2.000 toneladas de combustível ainda armazenadas nos tanques do navio vazem e provoquem um desastre ambiental no Arquipélago Toscano.


Schettino trabalhou durante 11 anos para a Costa Crocieri, subsidiária italiana da Carnival Corporation, empresa de capitais anglo-norte-americanos. Ele frequentou a Escola Naval Nino Bixio, da Marinha Mercante da Itália, próxima a Sorrento.


Fonte:O Diário de Mogi