sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Suzano - DIÁRIO DO ALTO TIETÊ

Suzano - DIÁRIO DO ALTO TIETÊ


Matéria publicada em 09/12/11
Lagoa Azul
Prefeitura tenta, mas ´dono´ do terreno impede desocupação
Funcionários de uma empresa do Executivo chegou a demolir um dos imóveis da mineradora que fica na área
Cibelli Marthos
De Suzano
Erick Paiatto


Invasão: Minerador Valdecir Guedes impediu a ação amparada pela Guarda Municipal
A Prefeitura de Suzano tentou mais uma vez desocupar a área da Lagoa Azul com a demolição de uma construção instalada no local e a limpeza do terreno, mas a ação foi impedida novamente pelo minerador Valdecir Guedes, que afirma ser o proprietário do espaço. O caso foi encaminhado para a Delegacia Central e um novo boletim de ocorrência (BO) foi registrado. A posse da área, que deve ser recuperada pela Faculdade Piaget como contrapartida de um acordo feito com a administração municipal, está sendo discutida na Justiça desde 1999.


Assim como aconteceu na última terça-feira, funcionários da Prefeitura de Suzano estouraram os cadeados do portão que dá acesso ao terreno na tarde de ontem, com o apoio da Guarda Civil Municipal, e iniciaram a demolição de parte do imóvel construído no local. Segundo Guedes, a ação foi realizada no momento em que ele não estava na propriedade e nenhum liminar ou mandado da Justiça que autorizasse a entrada no imóvel foi apresentada.


Um funcionário da empresa Era Técnica, que operava uma das retroescavadeiras, afirmou ter sido contratado pela Prefeitura de Suzano. No local estava também um representante do setor Jurídico do Executivo, que preferiu não se manifestar. 
O servidor deixou o local pouco depois de ter sido abordado pela equipe de reportagem do Diário do Alto Tietê. Guedes chegou a entrar na frente da máquina para impedir que o trabalho continuasse. Em seguida, a Polícia Militar foi chamada e todos foram encaminhados para a Delegacia Central.


Segundo o minerador, o terreno pertence à Empresa de Mineração Monte Cristo Ltda., da qual ele é proprietário. Ele afirma ter documentos que comprovam sua posse. "A propriedade da área está sendo discutida na Justiça desde 1999. Em 2007, a prefeitura ofereceu pagar uma indenização para ter a área, mas esse valor nunca foi pago", destacou. Segundo ele, a Justiça marcou uma audiência de conciliação entre as partes em abril deste ano, mas a prefeitura se recusou a participar. 
Guedes já fez outros três boletins de ocorrência por abuso de poder e invasão de propriedade. Segundo ele, enquanto a Justiça não decidir sobre a área, que a administração municipal afirma ser pública, nenhuma obra terá andamento. De acordo com a Faculdade Piaget, as obras de recuperação do passivo ambiental só não foram iniciadas ainda por conta dessa briga judicial entre o minerador e a Prefeitura de Suzano.


Fonte:Gustavo Ferreira Ferreira