sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Sob pressão, Senado aprova DRU


CLIMA Por 59 votos a 12, base aliada exerceu a maioria, numa votação que transcorreu sem sobressaltos


BRASÍLIA
Em cumprimento a determinação da presidente Dilma Rousseff, a tropa de choque governista entrou em campo ontem e, com a colaboração de parte da oposição, aprovou a prorrogação da Desvinculação das Receitas da União (DRU) até 2015 em primeiro turno. O mecanismo permite que o governo gaste como quiser 20% de suas receitas, cerca de R$ 62,4 bilhões.


Por 59 votos a 12, a base aliada exerceu a maioria, numa votação que transcorreu sem sobressaltos ou embates maiores com a oposição. O segundo turno está programado para o próximo dia 20 e a promulgação da emenda deve ocorrer até o dia 22, quando começa o recesso parlamentar.


O empenho peemedebista para aprovar a DRU foi tão grande que o líder da bancada, Renan Calheiros (AL), reivindicou a posse da segunda suplente de Garibaldi Alves (PMDB-RN) - que se encontra hospitalizado, recuperando-se de uma cirurgia cardíaca - para suprir a ausência do potiguar. A senadora Ivonete Dantas (PMDB-RN), empossada ontem, somou mais um voto à bancada.


Depois de colocar a regulamentação da Emenda 29, abruptamente, em votação na semana passada, assustando o governo, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), reuniu-se antes por mais de uma hora com Dilma no Planalto. Ontem ele subiu à tribuna e discursou em defesa da prorrogação da medida.


O líder do PT, Humberto Costa (PE), atribuiu a tranquilidade da votação à falta de discurso e de instrumentos regimentais para obstruir. "A oposição já fez o que queria, marcou posição no debate da saúde, extinguiu a CSS (a nova CPMF que o PT tentou recriar)", disse o petista. "Além disso, ninguém quer ficar aqui no final do ano pra votar a DRU", completou.


A ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, intensificou as articulações ao longo da semana, transferindo os despachos para a liderança do governo no Senado. Ideli chegou ao Senado por volta de meio-dia e acompanhou cada passo da votação do gabinete do líder Romero Jucá (PMDB-RR).


Depois de anunciado o placar, ela dirigiu-se ao plenário e cumprimentou os senadores, um a um. Ideli rebateu as insinuações de que o empenho da base aliada deve-se à liberação das emendas parlamentares, contingenciadas durante todo o ano pelo Planalto. "A votação de hoje foi fruto de uma negociação política, a liberação de emendas é um procedimento normal que acontece todo final de ano", rechaçou.


Romero Jucá acrescentou que a aprovação da DRU em primeiro turno acelera a votação da lei orçamentária para 2012, observando que o relator da matéria, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), já pode inclui-la no relatório final.


O esvaziamento da oposição também contribuiu para a vitória do governo. Dos dez senadores tucanos, apenas cinco registraram votos contrários à emenda, enquanto os demais se ausentaram. Os votos contrários dos dois senadores do PSOL e dos dissidentes Pedro Taques (PDT-MT) e Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) reforçaram os votos oposicionistas.


Fonte:O Diário de Mogi