sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Boa notícia Liberada UTI do Hospital do Câncer

Vigilância Sanitária Estadual liberou a utilização de seis leitos da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em Mogi
Noemia Alves
Da Reportagem Local
Daniel Carvalho

UTI para pacientes com câncer está pronta, com equipamentos e especialistas, há dois meses
Pacientes do Alto Tietê que têm câncer, submetidos às cirurgias de alta complexidade ou que passam por complicações da doença e que precisam de cuidados especiais já podem ser atendidos no Hospital do Câncer Dr. Flávio Isaías, em Mogi. A Vigilância Sanitária Estadual liberou a utilização de seis leitos da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital, referência regional do SUS (Sistema Único de Saúde) para consultas e procedimentos ambulatoriais em pessoas com algum tipo de câncer. 
Na região não existem leitos de UTI para pacientes com câncer. Até então, quem necessitava dos cuidados intensivos era atendido no Hospital Luzia de Pinho Melo - em que a UTI é para todo tipo de casos - ou hospitais da capital. 
Para o diretor do hospital e do Centro Oncológico, o médico cancerologista Flávio Isaías Rodrigues, trata-se de uma vitória na luta da instituição junto ao governo do Estado para o aumento do teto SUS e do número de pacientes atendidos. Isso porque, segundo ele, uma das exigências da Secretaria de Estado da Saúde para rever as cotas de custeio do tratamento de pacientes do Centro Oncológico e do Hospital do Câncer dependia da unidade abrir o setor de pronto-atendimento e a UTI para pacientes da rede do Sistema Único de Saúde (SUS). 
"A UTI está pronta, com equipamentos e médicos especialistas, há pelo menos dois meses. Nesse período, tenho travado uma batalha grande com a Secretaria de Estado para emissão do alvará. O problema é que o Estado dificultou muito as coisas, ora exigindo isso, ora aquilo", disse. O médico acredita que terá de ultrapassar novas barreiras. "Apesar de autorizar o atendimento, o Estado diz que só vai credenciar o hospital e pagar os serviços SUS depois que a UTI estiver funcionando. É uma discriminação, porque o AME (Ambulatório Médico de Especialidades), no Jardim Santista, sequer foi inaugurado e a secretaria já repassou parte dos R$ 80 milhões à organização que irá gerenciar", desabafou Isaías. Segundo ele, foram gastos R$ 5 milhões na UTI além do Pronto Atendimento do Hospital, que já está em funcionamento há 15 dias. A UTI tem quadro de monitores cardíacos e demais equipamentos específicos para o atendimento a pacientes com câncer. 


Teto 
Nos últimos meses, o atendimento a novos pacientes com câncer da região tem sido comprometido no Centro Oncológico, que tem excedido o teto do repasse estadual. Quando isso acontece, o Estado para de bancar os atendimentos e a unidade médica não tem condições de fazê-lo sozinho. O Centro Oncológico recebe por volta de R$ 900 mil. O ideal seria o dobro. De acordo com Flávio Isaías, desde que o teto do Centro Oncológico foi cortado, em junho, mais de 200 pessoas tiveram de ser remanejadas para atendimento em hospitais de São Paulo.


Em audiência na Secretaria de Estado da Saúde, anteontem, o secretário-adjunto de Saúde de Mogi, Marcello Delascio Cusatis, recebeu a garantia de que o problema do teto seria resolvido nos próximos dias. 
Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde afirmou que o processo de auditoria no Centro Oncológico ainda não terminou. "Com relação ao credenciamento de leitos de UTI da instituição no Sistema Único de Saúde (SUS), a Secretaria informa que, de forma alguma, o centro oncológico está sendo discriminado. De acordo com o regimento do SUS, só é realizado o credenciamento de serviços que estejam em funcionamento. Como este não é o caso, não é possível dar continuidade ao processo, que possibilitaria o repasse de verbas para custeio por parte do Ministério da Saúde. É importante esclarecer que a comparação entre recursos destinados ao Centro Oncológico de Mogi e o AME está equivocada, uma vez que o primeiro é um prestador de serviços conveniado ao SUS e o segundo é um equipamento próprio do Estado, que será custeado integralmente pela secretaria. A parcela repassada ao parceiro que irá administrar o AME refere-se aos recursos necessários para compra de equipamentos e adequação do espaço físico, não ao custeio da unidade", diz a nota.


Fonte:Mogi News