domingo, 27 de novembro de 2011

SANTA ISABEL MERECE RESPEITO E O MEIO AMBIENTE TAMBÉM.


- DIÁRIO DO ALTO TIETÊ -


Região


Matéria publicada em 27/11/11
Meio ambiente
Anaconda recebe o dobro de lixo e tem vida útil abreviada
Levantamento revela que mil toneladas são despejadas por dia no depósito que só poderia receber metade disso
Ariane Noronha 
Da Redação
Ao menos 1.106 toneladas de lixo são despejadas por dia no aterro sanitário Anaconda Ambiental Empreendimentos, de Santa Isabel, sendo que a área tem capacidade para receber apenas 500 toneladas diariamente. O gerente regional da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), Edson Santos, foi quem confirmou que 100% dos resíduos domiciliares e comerciais de sete municípios do Alto Tietê são lançados no local. Além destas cidades, a assessoria de Imprensa da companhia confirmou que Caraguatatuba, cidade do litoral norte paulista, também envia resíduos para o Anaconda. 
Mesmo a Cetesb autorizando a empreiteira a receber 480 toneladas de lixo diárias adicionais em caráter emergencial, o que totaliza 980 toneladas por dia permitidas, esta quantidade limite não é respeitada. Segundo o Diário do Alto Tietê apurou, todos os municípios que enviam resíduos para o Anaconda produzem, juntos, mais de mil toneladas diariamente. 
Em Mogi das Cruzes, por exemplo, são recolhidas cerca de 300 toneladas de lixo por dia. Já em Suzano e Itaquaquecetuba, a média é de 250 toneladas cada, ou seja, as duas juntas acumulam 500 toneladas. Arujá e Poá produzem aproximadamente a mesma quantidade de lixo: 110 toneladas cada. Salesópolis e Santa Isabel enviam juntas cerca de 32 toneladas diariamente e, por último, está Biritiba Mirim, com 15 toneladas. Além destes municípios, o aterro ainda acolhe material que vem de Caraguatatuba que, segundo a Cetesb, envia diariamente 39 toneladas. 
De acordo com o gerente regional do órgão fiscalizador o Anaconda foi autorizado a receber resíduos acima da sua capacidade desde a explosão do aterro sanitário da Pajoan, em Itaquá, ocorrido em abril deste ano. A área, conforme informou Santos, tem condições de receber uma quantidade a mais de resíduos apenas no período de seca, ou seja, nos meses em que não há incidência de chuvas.


"A Cetesb entrou em contato com as prefeituras para que estas providenciem outro local para depositar o lixo. Poá, Itaquá e Suzano só podem enviar lixo para lá até o próximo dia 30", informou Santos. As três cidades também possuem o Certificado de Movimentação de Resíduos de Interesse Ambiental (Cadri) documento necessário para enviar o lixo ao aterro CDR Pedreira, em São Paulo, mas preferem depositar em Santa Isabel por questões de logística. Ferraz de Vasconcelos é a única das três que tem destinado todos resíduos ao CDR.


Região


Matéria publicada em 27/11/11
Meio ambiente
Para advogado, encerramento deve ocorrer em seis meses
Para o advogado e ativista ambiental Gustavo Ferreira, o encerramento do aterro Anaconda não deve passar de seis meses. Segundo ele, o local não tem capacidade para acolher resíduos de tantos municípios, nem mesmo em caráter emergencial. "Como a Cetesb concede licença de operação dessa forma, sendo que o aterro não tem condições para tanto? Eles recebem muito mais lixo que essas 1.106 toneladas e não têm equipamentos suficiente. Lá, sequer tem estação de tratamento de chorume", informou Ferreira, que alegou ainda que a "estrutura deste aterro é dez vezes pior que o da Pajoan". "A Pajoan é um ´paraíso´ perto deles. Não existe limitação", disse. Questionado sobre a questão do projeto de ampliação do aterro em Santa Isabel, o advogado e ambientalista acredita que os proprietários não vão conseguir a autorização em tão pouco tempo. "Isso é uma farsa. Como uma pessoa vai ampliar em ´cinco minutos´ um negócio de 20 anos? Não tem como fazer um projeto tão rápido. Eles não estão nem aí com o meio ambiente", finalizou Ferreira. A empresa Anaconda foi procurada pela reportagem do DAT para falar sobre o assunto, mas, os responsáveis não foram localizados. (A.N.)


Fonte:Gustavo Ferreira Ferreira