sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Degradação ambiental Lerário colocou família na rua, conta advogado

MOGI NEWSA


Cidade


Matéria publicada em 11/11/11


Empresário que agora ajuda empreiteira do Lixão expulsou família pobre de área no Taboão. O relato é de um advogado indignado com o caso
Bras Santos
Da reportagem local


Degradação deverá ser investigada pela Cetesb; empresário é dono de terreno que poderá ser utilizado por empreiteira para Lixão
Ao ler a reportagem publicada pelo Mogi News com informações sobre a degradação ambiental causada pelas empresas de exploração de areia de Raul Lerário e a firme disposição do empresário em ceder terreno à Queiroz Galvão para a implantação de um Lixão na cidade, o advogado mogiano Miguel José da Silva ficou indignado. 
Em 2009, Miguel José assumiu a defesa de um morador do Taboão, que morava em uma área que faz divisa com os milhões de metros quadrados teoricamente pertencentes a Lerário. "Esse senhor (Lerário) ingressou na Justiça com pedido de despejo contra essa família que residia num terreno de 500 metros. A Justiça julgou o processo a favor do Lerário. Fizemos várias propostas para que a família continuasse morando no local, mas não teve jeito. A família teve de ir para a rua. Ao ler a reportagem do Mogi News, senti como se Deus estivesse fazendo justiça com aquela família. Como pode um empresário degradar o meio ambiente, oferecer dois milhões de metros para o projeto de um aterro e recorrer à Justiça para despejar uma família carente?", questionou o advogado. 
"Não estou questionando a decisão judicial em favor do despejo, mas fiquei indignado com a falta de sensibilidade desse senhor (Lerário). A matéria deve servir de alerta para que as entidades da sociedade civil e as pessoas se mobilizem cada vez mais contra empresas, empresários e projetos que visam unicamente ao lucro, sem qualquer preocupação com o social e o meio ambiente", completou. O empresário, quando procurado pelo jornal, disse que não tinha o que declarar.




Nada
A Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Social de Mogi das Cruzes afirmou que as mineradoras que atuam no distrito do Taboão não contribuem em nada para o desenvolvimento do distrito industrial ou para a cidade. De acordo com informações da Prefeitura, 23 empresas de mineração têm alvará municipal para explorar o subsolo do Taboão, distrito considerado pela administração municipal como estratégico para o desenvolvimento econômico da cidade. 
Cerca de 30 empresas instalaram-se no Taboão desde o final dos anos de 1990 e outras dez estão em fase de projeto e de implantação na área. Nos últimos dias, o jornal ouviu várias reclamações sobre a falta de investimento do poder público em projetos de infraestrutura no local. Os entrevistados denunciaram também a ganância da maioria das empresas de mineração, que estariam preocupadas somente em ganhar dinheiro com a exploração de areia sem oferecer qualquer tipo de contrapartida para a melhoria da qualidade de vida de quem vive ou trabalha no Taboão. 
A Secretaria de Desenvolvimento admitiu a falta de um projeto global (da Prefeitura) para acelerar o desenvolvimento do distrito, mas ressaltou que se esforça para que os moradores e trabalhadores do local tenham mais oferta de transporte público e de outros serviços públicos. Também estaria fazendo gestões junto ao governo do Estado para a liberação de recursos para obras de infraestrutura mais complexas, com a implantação da coleta e tratamento de esgotos.


Fonte:Gustavo Ferreira Ferreira