terça-feira, 1 de novembro de 2011

Atendimentos Alto Tietê tem 50 casos de câncer na laringe por ano

O número é referente aos pacientes tratados pela rede pública, por meio do Hospital do Câncer Flávio Isaías
Cleber Lazo
Da Reportagem Local
Maurício Sumiya

O médico Flávio Isaías Rodrigues afirmou que o caso de Lula é grave e requer muito cuidado
Por ano, 50 moradores do Alto Tietê iniciam tratamento contra o câncer na laringe no Hospital do Câncer Dr. Flávio Isaías Rodrigues, em Mogi das Cruzes. Metade é formada por mogianos. O balanço foi divulgado na tarde de ontem pelo próprio médico oncologista Flávio Isaias. 
O tumor na laringe é mais comum entre aqueles que aparecem na região do pescoço e cabeça. No último sábado, a doença foi diagnosticada no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, imediatamente, deu início ao tratamento. 
Os dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) apontam que na região em questão, a laringe representa 25% dos tumores malignos e cerca de 2% de todos os tipos de cânceres. Nos homens, o líder geral ainda é o que acomete a próstata. Nas mulheres, o ranking é liderado pela mama, seguido do colo do útero, pulmão, aparelho digestivo e ovário. Para o especialista mogiano, entre as principais causas do mal está o hábito do fumo, em conjunto com o consumo de bebidas alcoólicas. "Há outras características que influenciam, como no caso do Lula, a utilização diária e em alta intensidade da voz", disse. "Questões ligadas aos riscos ambientais, como histórico de casos na família; riscos físicos - obesidade, stress; e riscos: químicos e uso de drogas legais ou ilegais; também são importantes na hora de conhecer os motivos que levaram ao aparecimento da doença", explicou.


Segundo ele, de modo geral, quando a doença é identificada na fase inicial, apresenta chance de cura superior a 80%. Os pacientes, normalmente, são tratados com radioterapia ou quimioterapia, mas, em casos mais graves, existe a indicação de cirurgia, quando as cordas vocais são tiradas. 
Assim como ocorre com outros tipos de câncer, em média, a cura total pode aparecer entre um ano e meio e cinco anos de acompanhamento médico. 


Lula
O médico contou "estar pessimista com as notícias envolvendo o ex-presidente". Para ele, o quadro clínico do petista é grave e requer muito cuidado. "Lula fumou por muitos anos e nunca escondeu que gosta de beber. A primeira indicação para um câncer de três centímetros, como já ouvi falar que o presidente tem, aliado ao perfil dele, é de cirurgia, porém, acredito que o próprio Lula descartou esta possibilidade o que levou aos médicos a iniciarem a quimioterapia", avaliou.


"O tratamento é muito desgastante e as chances de cura para um homem igual ao ex-presidente são pequenas, mesmo com as novas drogas", frisou Isaías. "Ele precisará ficar cinco anos em rigoroso tratamento", afirmou.


Fonte:Mogi News