sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Falta mão de obra qualificada

DISCUSSÕES Vereadores se reuniram ontem com representantes do sindicato dos operários do setor, na Câmara de Mogi das Cruzes
A Comissão Especial de Vereadores (CEV) formada para debater programas de capacitação profissional para trabalhadores da construção civil iniciou seus trabalhos ontem, com uma reunião com o presidente do sindicato dos operários do setor. O grupo tem por objetivo buscar meios de qualificar os trabalhadores, reduzindo os problemas decorrentes da falta de mão de obra no setor habitacional e oferecendo mais qualidade de vida aos que atuam na área.
"O mercado da construção em nossa cidade está muito aquecido. Temos necessidade de mão de obra e muita gente querendo trabalhar, mas que não tem qualificação. Além disso, pesquisas mostram que o despreparo leva a um desperdício de até 30% de materiais para construção. O objetivo desta comissão é debater este tema e encontrar e buscar soluções conjuntas", explicou o vereador Pedro Hideki Komura (PSDB), que preside a CEV.
Segundo ele, a intenção é discutir com sindicatos, empresas e Prefeitura a criação de cursos de capacitação para profissionais como pedreiros, azulejistas, encanadores, marceneiros, armadores e gesseiros, entre outros. De acordo com o sindicato do setor, existem hoje na Cidade cerca de 6 mil profissionais atuando na construção civil.
"A maioria das construtoras acaba trazendo pessoas de fora de Mogi para trabalhar nas obras e muitas vezes não respeita os acordos sindicais e o piso salarial da Região. Isso sem falar na falta de segurança que vemos em muitos canteiros de obra", destacou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Mogi das Cruzes, Josemar Bernardes André, que participou da reunião.
O vereador Jean Lopes (PCdoB) destacou que Mogi pode seguir o exemplo de outras cidades, como Santo André, que criaram um departamento específico para a formação profissional. "Há alguns anos atuei como diretor deste departamento naquela cidade e acompanhei a criação de diversos cursos e treinamentos. Além dos recursos da Secretaria Municipal da Educação, existem verbas federais que podem ser destinadas a esta área", explicou Jean, que faz parte da comissão, junto com o vereador Osvaldo Ferreira dos Santos (PPS).
O coordenador de obras da Damebe Construção e Saneamento Ltda., Leonardo Nogueira, está na Cidade há mais de 10 anos e destaca a maior dificuldade na hora de contratar um funcionário. Segundo ele, o curso de formação profissional não cria situações para o jovem chegar à obra com experiência. "O mercado está aquecido e os salários aumentaram. A procura é grande, mas falta mão de obra qualificada", explicou.
Nogueira disse, ainda, que em áreas com hidráulica, elétrica e gesso, a Damebe terceiriza o serviço. No entanto, mantém equipes formadas de mestres de obras e pedreiro. "A maioria dos pedreiros é de fora do Estado. E agora, para encontrar um já qualificado, as construtoras estão fazendo ‘leilão’. Quem pagar o maior salário leva o funcionário", concluiu o coordenador de obras.
Nos próximos encontros, a CEV pretende chamar ao debate escolas técnicas, empresas de construção, universidades e a Prefeitura: "Muitas ações são realizadas na Cidade, até por lojas de materiais para construção, mas de forma isolada, sem uma organização", destacou Komura. A reunião teve ainda a presença da vereadora Odete Rodrigues Alves Sousa (PDT).


Fonte:O Diário de Mogi