quinta-feira, 2 de junho de 2011

Última bolacha

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Última bolacha 
Há qualquer coisa de intrigante em grande parte dos capítulos que contam a novela do Lixão. A história da tal emenda legislativa que contaminou uma ferramenta legal e seria um antídoto ao empreendimento pretendido pela Construtora Queiroz Galvão, é última bolacha podre do pacote. Também, a confusão de tantas tentativas legais inócuas de vedar o aterro, propostas em 2006, fecham as aberrações.


Causa do mal 
Não bastasse isso agora, um primeiro erro, aquele cometido pela expedição de uma certidão, em 2005, sob a batuta do então supersecretário Aroldo da Costa Saraiva, para o uso da área objeto do desejo da Queiroz, já havia aberto a porteira para que o Lixão passasse a fazer parte do cotidiano da sociedade mogiana. O acaso não existe.
Mauricio Sumiya/ Daniel Carvalho


Filmes de terror 
Junte-se a isso as idas e vindas da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, com o andamento e a paralisação de processos de licenciamento ambiental do aterro, na primeira gestão de Geraldo Alckmin (PSDB); depois com o "tampão" Cláudio Lembo, em 2006; com José Serra (PSDB), de 2007 até outra interinidade de Alberto Goldman (PSDB); e, por último, o atual governo Alckmin, o retorno de Jedi. 


Amigos da onça 
No meio disso, os dois secretários da pasta ambiental do período, o nada simpático Francisco Graziano, carinhosamente chamado de Xico, e o atual e titubeante Bruno Covas, com sua admiração expressa pela técnica de aterro e pela concepção "se não tem tu, vai tu mesmo".



Jogo de cena 
Lembo foi o único, nesse período todo, que, somado, atinge oito anos, desde os primórdios das intenções da Queiroz, em 2003, que tomou uma decisão impactante, mas nem por isso eficiente. Foi quando, em 2006, no apagar das luzes de seu governo-relâmpago, mandou arquivar o processo de licenciamento que estava em andamento.



Espeto é de pau 
Jurista renomado, professor catedrático da Faculdade de Direito Mackenzie, secretário de Assuntos Jurídicos e de Justiça de um sem-número de governos, de Olavo Setúbal, na capital, nos anos 70, a Jânio Quadros, na derradeira gestão, entre 1986 e 1988, Lembo sabia que havia jogado para a plateia com o arquivamento e que, rasgando a folhinha e virando governo, a Queiroz voltaria com tudo. E voltou. 
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Bomba na mão 
Agora, o erro da emenda e das leis em série, que invalidaram o que poderia ser instrumentos legais para barrar o Lixão. Resta agora ao prefeito Marco Bertaiolli (DEM), se achar conveniente, elaborar nova lei e não deixar que outra emenda indevida e desavisada a contamine. 


Cara pálida 
Aliás, há que se saber o que fez a Comissão Permanente de Justiça da Câmara, na época da tal lei contaminada, que, a quatro mãos com o Departamento Jurídico do Legislativo, não viu - ou talvez sequer tenha olhado com mais vigor - para o fato de que a iniciativa legal deveria partir do prefeito e não dos parlamentares.



Amnésia do Chico - I
O fato de Chico Bezerra (PSB) ter ido a plenário na terça-feira apontar o erro que fez desandar a tal lei e ontem ter dito que nunca disse nada é outro fato que pode entrar para a série de horrores da novela do aterro.



Amnésia do Chico - II
Chico, que sempre foi bom de memória, apagou dela o que havia dito no dia anterior, num lapso sem precedentes na história da Câmara, ou tomou um aperto de seus colegas diante de sua posição estilo Taliban cearense e resolveu falar de flores e tomar água de coco como se nada tivesse ocorrido?
Guilherme Bertti


Biritiba no pacote 
As notícias de privatizações de aeroportos Brasil adentro deve trazer no pacote a Parceria Público-Privada para a implantação do futuro Aeroporto de Biritiba Mirim. O deputado federal Valdemar Costa Neto (PR), o Boy, não dorme no ponto. 


Amigo de todos 
As notícias sobre o megaprojeto em PPP que estaria sendo preparado para Biritiba mexe com a política de uma cidade pacata, cheia de restrições legais e ambientais, mas que se recupera, graças à boa articulação do prefeito Carlos Alberto Taino Júnior (PSDB), o Inho, reerguendo hospital e cemitério e buscando ajuda de todos os lados, de Boy a Alckmin, passando pelo deputado estadual André Luiz do Prado (PR). 



Sangue bom 
Inho parece ter herdado o tino político de dois de seus antepassados, o saudoso avô José de Melo Oliva, o Zezé Oliva, prefeito nos anos 60, que transformou Biritiba num recanto de chácaras de artistas famosos da época, como os cantores Altemar Dutra e Ronnie Von, e a mãe, Marilda Oliva Taino, principal articuladora política de Inho na cidade.

Fonte:Mogi News