quinta-feira, 2 de junho de 2011

Trens: Greve faz mogiano perder trabalho

Trens:
Greve faz mogiano perder trabalho
Muitas pessoas nem sabiam da paralisação e acabaram perdendo o dia de serviço ou chegando horas atrasados
Willian Almeida
Da Reportagem Local
Daniel Carvalho
Quem foi até as estações de trem as encontrou fechadas e com avisos de que os funcionários ferroviários estão em greve
A greve dos ferroviários, que parou o funcionamento das quatro estações de trem de Mogi das Cruzes, complicou a vida dos usuários da cidade, que utilizam as composições para ir para o trabalho ou estudar em outros municípios. Desde as primeiras horas do dia de ontem, o movimento de passageiros foi intenso. Quem chegou às estações da cidade deu de cara com os portões fechados e cartazes informando sobre a paralisação.

A Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) acionou a operação Paese (transporte gratuito com ônibus) e as viagens até Guaianases foram feitas por 12 coletivos. No horário de pico da manhã, os ônibus saíam a cada 30 minutos da Estação Estudantes, de onde partiam oferecendo parada obrigatória em cada uma das demais estações. Segundo funcionários das empresas que forneceram os coletivos, as primeiras viagens não foram suficientes para atender à demanda. Já por volta das 10 horas, as saídas eram feitas a cada 20 minutos. Elas duraram, ao longo do dia, em média, entre 1h20 e 1h40.

Dos 12 ônibus disponíveis para a operação Paese, seis eram do Grupo Julio Simões, dois da Transmetro e quatro da Guarulhos Transportes. Segundo apurou a reportagem, parte dos problemas de superlotação nas primeiras viagens ocorreu por causa da demora da CPTM em pedir os coletivos.

A desinformação foi um dos principais problemas enfrentados pelos usuários. "Só fiquei sabendo da greve a hora que cheguei à estação. Conclusão: estou duas horas atrasado para entrar no trabalho", disse o vendedor Uriel Polichetti.

A volta para casa era a principal preocupação entre os entrevistados pela reportagem. "Vou chegar atrasado ao serviço, mas com certeza a volta vai ser muito pior, porque todo mundo retorna no mesmo horário", afirmou o operador de áudio Marcos Araujo.
"Eles (grevistas) teriam de manter pelo menos 70% dos trens funcionando (fora do horário de pico). Eu já imaginava que teria dificuldades, mas não que as estações fossem estar fechadas. Vou ter sérios problemas na volta", disse o advogado José Edílson Ferreira de Almeida. Para alguns, a saída foi pensar em uma solução rápida. "Vou ter de arranjar algum lugar e ficar por São Paulo, porque não terei condições de voltar para Mogi", disse a bailarina Thatiana Cerqueira.

Algumas pessoas se revoltaram com a situação. "Eles fazem campanha para aumentar o salário deles e eu vou ter meu dia de trabalho descontado. Querem cobrar, tudo bem, mas que escolham outro jeito", disse a atendente Samanta Gonçalves. Parte dos funcionários em greve permaneceu em frente à Estação Mogi. Nenhum deles quis comentar o movimento.

Fonte:Mogi News