quinta-feira, 2 de junho de 2011

Senado aprova a MP “Frankenstein”

Senado aprova a MP “Frankenstein”

CONTRA Para o senador Cristovam Buarque, MP é uma “aberração”
BRASÍLIA
Sob protestos da oposição, o Senado aprovou na noite de ontem, por 43 votos a 17 e 3 abstenções, o projeto de conversão à medida provisória 517 - apelidada de MP "Frankenstein" - que concede, entre outros, incentivos fiscais a vários setores. Editada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no último dia de seu governo, a MP - segundo o líder do PSDB, Álvaro Dias (PR), incorporou mais 30 artigos na Câmara aos 20 iniciais do texto.
Sua validade terminava ontem. E se não fosse o apoio de senadores da base governista, suas inúmeras propostas caducariam, obrigando o Congresso a editar decreto legislativo para disciplinar as relações jurídicas delas decorrentes.
O líder do DEM, Demóstenes Torres (GO), disse que a MP saiu do Planalto com oito temas e saiu da Câmara com mais de 30, envolvendo os mais variados assuntos: incentivos para usinas nucleares, medidas tributárias para o Plano Nacional de Banda Larga, prorrogação de fretes da Marinha Mercante, financiamento para o ensino superior, benefícios fiscais para vários setores, além de vários outros.
"Estamos sendo um poder subalterno ao governo e o que se viu foi o ‘bovinamente’ caminhar para a aprovação dessa MP", previu. O líder disse que a oposição vai recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo providências contra as seguidas votações de MPs, sem que o Senado disponha de tempo para analisar o texto.
O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) protestou contra o "minúsculo" parecer do relator Romero Jucá (PMDB-RR). Segundo ele, não se tratava de um parecer, "mas de um telegrama, um Twitter com menos de 140 caracteres".
Os senadores da oposição também protestaram pelo item da medida provisória que prorroga até 2035 a vigência da Reserva Global de Reversão (RGR), um fundo criado em 1957 e extinto no dia 31 de dezembro do ano passado. Os recursos destinados à expansão e melhoria dos serviços de energia elétrica são cobrados na conta de luz dos brasileiros.
Da base governista, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) votou contra, por entender que a MP "é uma aberração, uma violência ao equilíbrio dos três Poderes para dizer ao Congresso que abaixe a cabeça e vote sem saber o que está votando".

Fonte:Mogi News